De facto, de todas as idades e dos mais variados locais do país, vieram «antigos alunos» marcar presença no dia que todos os anos lhes é dedicado e que teve, agora, a particularidade de se integrar nas comemorações do "Primeiro Centenário" do Colégio. O programa da responsabilidade da AAACIC-Associação de Antigos Alunos do Colégio Internato dos Carvalhos, foi religiosamente cumprido dentro dos horários previstos. Depois dos abraços da chegada, no reencontro de velhas amizades, e do “assinar do ponto” na «banca» da "Recepção", seguiu-se, às onze horas, na bonita Capela do Colégio, a celebração da santa missa, em acção de graças por mais um «Encontro» e lembrando todos aqueles que já não fazem parte da nossa comunidade terrena - directores, professores, alunos e servidores, mas continuam presentes na memória. Foram mencionados em particular, por terem falecido recentemente, os antigos alunos dr. Gil Guedes dos Santos Costa, presidente da Assembleia Geral da AAACIC; Belmiro Morais Guedes, de Serzedo - Gaia; António Simões Varela Geraldo, de Taveiro - Coimbra. Presidiu o actual director do Colégio – padre José Martins Maia, e concelebraram o padre João de Freitas Ferreira, antigo director, o padre Joaquim Cavadas - elo de ligação do Colégio com a AAACIC - e o padre Mário Jorge, que recentemente veio colmatar a vaga deixada pelo padre Manuel António Rocha, a exercer agora funções pastorais na comunidade claretiana de Setúbal. A cerimónia foi abrilhantada pelo já tradicional coral de antigos alunos (eles e elas), tendo como organista António Guedes e, nas vozes, António Campos, José Ramos, Arnaldo Queirós, Joaquim Santos, Maria Cecília Moreira, Maria Miquelina Reimão, Maria Natália Queirós e Maria de Lourdes Queirós. Na homilia o padre Maia, depois de se referir a mensagem litúrgica do dia, que sublinhava a disposição de criança para bem se poder acolher a palavra de Deus, deu as boas vindas a todos os participantes neste encontro-convívio, sublinhando o seu significado na consolidação das relações humanas e do fortalecimento da amizade que une as almas em torno de objectivos comuns. Tanto mais, que estamos num mundo cada vez mais a precisar de testemunhos de solidariedade e de amor, que busca na memória das amizades feitas no passado um incentivo para construir o presente com vista a um futuro melhor. A propósito, assinalou a presença, entre a assembleia, do Engenheiro Sambade, «aluno» dos mais antigos, que teve coragem para vencer as limitações físicas do seu estado de saúde e comparecer naquele acto litúrgico que tanto significado tinha para si, como para todos. Evocou a memória daqueles que fundaram e deram continuidade ao Colégio dos Carvalhos, e a de todos quantos passaram por esta Casa, dirigindo, ensinando, estudando ou servindo nas mais diversas funções, ao longo destes cem anos da sua existência. Manifestou o seu desejo de que o Colégio continue e a ser uma referência de valor na formação da juventude e desejou a todos um dia de plena satisfação e de alegria. No final o padre João de Freitas dirigiu, por sua vez, a todos uma saudação amiga manifestando a sua satisfação e apreço, por mais este momento de encontro de pessoas que nesta Casa-Mãe receberam a necessária formação para encarar na sociedade os problemas mais diversos da vida. Expressou os melhores votos de saúde e de felicidades futuras, a todos os participantes. Seguiu-se o descerramento, na parede exterior da entrada da capela, de uma lápide comemorativa deste Encontro, no Centenário do Colégio, a fazer parelha com outra que evoca a celebração do «meio século». D. Maria Angélica Moreira, sobrinha do fundador, padre António Luís Moreira, e o padre José Martins Maia, claretiano e actual director, puxaram as fitas da bandeira do Colégio que cobria a lápide, deixando visível a inscrição que perpetua a memória deste singular acontecimento. Depois, vários lanços de escadas nos levaram até ao auditório, onde teve lugar uma sessão solene, em cuja mesa de honra estiveram Manuel Cruz, presidente em exercício da Assembleia Geral da AAACIC - dado o recente falecimento do presidente eleito, dr. Gil Guedes dos Santos Costa -, padres José Maia e João de Freitas, ten.cor. Valdemar Nogueira dos Santos, presidente da direcção da AAACIC, D. Maria Angélica Moreira, e o prof. Abel Saraiva Marques, autor dos dois livros de memórias, do Colégio e do Seminário, respectivamente “Centelhas da Memória” e “Recordar é Viver Duas Vezes”, cuja apresentação se fez na circunstância. Manuel Cruz começou por saudar todos os presentes, e recordou o saudoso dr. Gil Santos Costa. Depois, disse: “Cem anos são passados desde que o Padre António Luís Moreira meteu ombros a esta obra, que depois de uma fase difícil, vem, desde há mais de cinquenta anos a ser referência positiva na formação humana, cultural e cívica de parte considerável da nossa juventude. São cem anos de história, de estórias e de memórias, que estão a ser compiladas em obra a publicar dentro de meses, e algumas delas já hoje expressas nos dois livros do prof. Abel Saraiva. “Tive a felicidade de ter sido aluno nos dois períodos da vida deste Colégio, o primeiro da responsabilidade do Padre António Luís Moreira, e o segundo da do Padre Roberto Marques, já em tempo da Congregação Claretiana que desde o início dos anos cinquenta do século passado assumiu a sua propriedade e não mais parou no trabalho de o fazer crescer a todos os níveis. “São mais de dois mil, os jovens de ambos os sexos que frequentam hoje o Colégio e isto, por si só, é o sinal de que a semente lançada pelo Padre Moreira caiu em solo fértil e que houve continuadores que tiveram o engenho e a arte de dela bem cuidar. “E como alunos que fomos, como cidadãos que somos, de um país que continua adormecido, honra se faça, homenagem se preste, a quem soube dar continuidade à obra do Padre Moreira. E sem desprimor para quaisquer dos anteriores ou actuais responsáveis, uma figura, felizmente aqui presente, se impôs e se impõe há mais de cinquenta anos na vida deste Colégio, o Padre João de Freitas Ferreira, para quem peço o vosso reconhecimento através das vossas palmas”. E todos os presentes que enchiam o Salão Nobre corresponderam ao pedido, aplaudindo de pé e longamente o Padre Freitas. Agradeceu a presença de todos, o trabalho
esforçado da direcção da AAACIC e a preciosa colaboração da direcção do
Colégio. E, a terminar: No final da sua intervenção, e em nome da
AAACIC, fez entrega ao Padre Joaquim Cavadas, director pedagógico do
Colégio, de um artístico e comemorativo prato de cerâmica, peça única,
fabricado manualmente pela quase única fábrica de cerâmica de Gaia, a
"Cerâmica do Douro". O prof. Abel Saraiva Marques, por sua vez, justificou a razão de ser destes dois livros, a antecederem o que se publicará no encerramento do centenário, referindo que aceitou o repto lançado pelo padre Manuel Rocha, anterior director pedagógico, cuja colaboração agradeceu, bem como a do padre Joaquim Cavadas e dos autores dos prefácios e dos desenhos que ilustram os livros. Disse que os factos relatados nos seus livros são produto do que foi vivendo e sabendo de outiva, e que ao traze-los a público não deixou de lhes dar um particular cunho emotivo e literário, como fácil é de compreender e entender que quem conta um conto sempre lhe acrescenta um ponto. D. Maria Angélica Moreira agradeceu também
a todos e ao Colégio, na pessoa do Rev. Pe. Maia, o ter-lhe sido dada
oportunidade de participar e viver estes momentos tão evocativos e
emocionantes do Centenário do Colégio, expressando os melhores votos de
felicidades futuras. O prof. Abel Saraiva encetou, depois, uma demorada sessão de autógrafos nos livros que foram adquiridos, e procedeu-se, já no exterior, à costumada «fotografia de família». Depois da fotografia, teve lugar o
almoço-convívio, no refeitório do Colégio, como sempre lautamente servido,
e durante o qual os diferentes “grupinhos” com lugares previamente
escolhidos, foram recordando os amigos não presentes e as “aventuras”
vividas em tempo de alunos.
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