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Domingo à Tarde
13/04/2009
Um Livro por Semana
Numa obra, em que um médico relata a vida comovente de uma das suas pacientes, Fernando Namora capta a atenção dos leitores, transportando-os para uma outra época, não muito distante da actual.
Abordando o tema da leucemia, utilizando uma personagem para a qual a rotina é uma fuga às emoções, pois “nem os dramas resistem à monotonia”, este escritor fala-nos do imprevisto, e da efemeridade das coisas, do quão breves somos.
«(…) estou certo que o leitor sentiria logo um soco no peito prenunciador de emocionantes expectativas, se ela o agredisse com um início assim: “Chamo-me Clarisse e vou morrer. Mas, entretanto, conheci um tipo que era médico e resolvera os seus problemas de consciência escolhendo uma especialidade cujos clientes não tinham um migalho de esperança à sua frente”»
Conjugando uma escrita sarcasticamente divertida com uma narração, em que a principal personagem é encarada como a personagem secundária da história que conta, este autor deleita os que o lêem, contando-lhes uma história triste, de amor e perda, na qual a própria existência é posta em questão.
A maneira como Namora escreve faz as delícias aos olhos de qualquer leitor, arrebatando a sua mente para um outro espaço, um outro tempo, uma outra vida da qual, inconscientemente, já faz parte. E é nesse momento que o leitor deixa o seu corpo terreno para participar activamente no desenrolar de uma acção mentalmente inebriante.
Título: Domingo à Tarde Autor: Fernando Namora Editora: Livraria Bertrand Modo/Género literário: Narrativo/Romance
Sugestão de Ana Carolina Duarte Ramos Ferreira, n.º 6531, do 12.º BT2
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