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Rubrica
Falar Saúde
15 de Setembro de 2011 |
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Não há dor que o sono não consiga vencer.
Honoré de Balzac
Falar Saúde Nº 18
O duro regresso
Depois das férias nem sempre é fácil retomar a rotina laboral. São
cada vez mais as pessoas que no momento do regresso se deparam com
sintomas de irritabilidade, perturbações do sono ou disfunções
alimentares. É a angústia do regresso a que a ciência já apelidou de
síndrome pós férias.
No que respeita ao sono, durante o período
de férias os horários são mais flexíveis, há mais tempo para organizar
tarefas, descansar, partilhar bons momentos com a família. Por isso, o
regresso à escola/trabalho constitui uma situação indutora de “stress”
pela readaptação biopsicológica que exige.
Mas a hora de deitar
tem de ser recuperada, tal como a hora de acordar. Se esse processo for
feito numa semana não custará nada, se for no primeiro dia de escola
estão reunidas as condições para um começo difícil.
O sono é algo
necessário para sobreviver e gozar de boa saúde, mas ainda não se sabe
porque se necessita do sono nem exatamente como nos beneficia. As
necessidades individuais de sono variam amplamente e nos adultos
saudáveis vão de apenas 4 horas diárias de sono até 9 horas.
O
sono é regulado por uma hormona designada melatonina que começa a ser
produzida por volta das 20 horas, atingindo o seu pico máximo às 4 da
manhã, o período em que existe uma maior propensão para o sono. A sua
produção é interrompida com a exposição à luz: artificial ou natural. O
nosso relógio biológico está sincronizado com os movimentos de rotação
da Terra. Com a alvorada e o pôr-do-sol surgem pistas ambientais que nos
indicam que a hora de levantar ou de deitar está próxima. Acontece,
porém, que estes horários, ajustados ao comportamento do Sol, podem
ficar atrofiados. Muitos fatores, como a excitação ou o “stress”
emocional, podem determinar as horas de sono de uma pessoa e a forma
como se sente ao despertar.
Curiosidade…
O padrão de sono não
é uniforme, mas tem várias fases diferenciadas. Durante um sono noturno
normal há 5 ou 6 ciclos de sono. O sono começa pela fase 1 (o grau mais
superficial, em que a pessoa acorda facilmente) e avança até à fase 4 (o
grau de maior profundidade, em que a pessoa acorda com dificuldade). Na
fase 4, o tónus muscular, a pressão arterial e a frequência cardíaca e
respiratória estão diminuídos ao máximo. Para além destas 4 fases existe
um tipo de sono acompanhado de movimentos oculares rápidos (REM) e de
atividade cerebral. A atividade elétrica no cérebro é anormalmente alta
durante o sono REM, um pouco semelhante a um estado de vigília. No sono
REM, tanto a frequência como a profundidade das respirações estão
aumentadas, mas o tónus muscular está deprimido, inclusive em maior grau
do que nas fases de profundidade máxima do sono não REM. A maioria dos
sonhos ocorre durante o sono REM e na fase 3 do sono, enquanto o falar a
dormir, os terrores noturnos e o sonambulismo costumam acontecer durante
as fases 3 e 4. Durante um sono noturno normal, o sono REM segue-se
imediatamente a cada um dos 5 ou 6 ciclos da fase 4 do sono não REM, mas
na realidade o sono REM pode acontecer em qualquer fase.
Votos de um
bom ano letivo e lembrem-se que uma atitude positiva é meio caminho
andado para derrubar obstáculos!
Prof. Isabel Cristina
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