FALAR SAÚDE Nº 22: Consciência acesa

Abel Nicolau e José Faria 12BT1
17/11/2011

Dia, 17 de novembro, celebra-se o Dia Mundial do Não Fumador e, a este propósito, convidei os meus alunos a desenvolverem o tema do tabagismo, convite aceite de imediato pelo Abel e pelo José Pedro da turma 12BT1, a quem agradeço desde já.

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Rubrica GOVCIC 02 de Março de 20
 

 

  Rubrica
Falar Saúde
15 de Novembro de 2011

 

 

 

 

 


Um homem sábio deveria considerar que a saúde é a maior das bênçãos humanas e aprender, pelo seu próprio pensamento, a obter benefício da sua doença..
Hipócrates


Falar Saúde Nº 22
Consciência acesa

Dia, 17 de novembro, celebra-se o Dia Mundial do Não Fumador e, a este propósito, convidei os meus alunos a desenvolverem o tema do tabagismo, convite aceite de imediato pelo Abel e pelo José Pedro da turma 12BT1, a quem agradeço desde já.

Seguem-se informações da máxima importância para quem fuma e até para quem vive este drama passivamente. Espero que vos sejam úteis e vos façam pensar. E lembro que o Colégio adotou, desde 2006, o lema “ Uma Escola sem tabaco”, na perspetiva de contribuir para a redução da prevalência de fumadores, proteger os não fumadores, valorizar a missão educativa e dignificar a escola.

Prof. Isabel Cristina

 

O Tabaco é uma planta, cujas folhas são fumadas, mastigadas ou snifadas, para obter uma grande variedade de efeitos. Contém mais de 19 substâncias cancerígenas e mais de outros 4000 químicos.


Entre estes compostos encontra-se a nicotina, uma substância viciante que após a sua absorção passa para o sangue e de seguida para o cérebro, no qual se liga a determinados recetores, ativando circuitos cerebrais que conferem propriedades de prazer. A nicotina permanece no organismo menos de duas horas, indo a sua concentração sanguínea reduzindo-se progressivamente, o que desperta a vontade para um novo cigarro, sendo deste modo o principal responsável pela dependência física, e tendo fenómenos fisiológicos semelhantes ao das drogas ilícitas.

No século XX, o hábito de fumar adquiriu uma nova dimensão, pois definia uma atitude, um estilo. Atualmente, a idade de iniciar o hábito de fumar varia muito com o contexto de vida de cada pessoa. Na escola, ocorre mais vezes pelos 14-15 anos, sendo mais cedo nas raparigas. Os inquéritos nacionais de saúde de 1998 e 2005 mostram que, nos homens, o hábito de fumar desceu, enquanto nas mulheres aumentou. No mesmo período, para ambos os géneros, aumentaram os ex-fumadores.

O cidadão tem grande dificuldade em fazer uma ideia clara das repercussões do tabagismo na sociedade devido à falta de fontes de informação neutras, pois estas são fornecidas pelas tabaqueiras ou entidades antitabaco. Os custos totais atribuíveis ao tabagismo são cerca de 490 milhões de euros e, se houvesse cessação tabágica total, seria poupada a importância de 171 milhões de euros ao sistema de saúde.


Tabagismo Passivo

O tabagismo passivo consiste na exposição aos produtos de combustão do tabaco e sua inalação por pessoas fumadoras e não-fumadoras.

No interior de uma sala, o fumo do tabaco tende a concentrar-se numa zona média, isto porque o ar quente tende a subir mas, como o fumo do tabaco arrefece rapidamente e é mais denso que o ar, começa a descer, condensando-se numa nuvem que fica à altura do sistema respiratório de todas as pessoas que partilham esse espaço.

O grau de exposição de um fumador passivo está dependente do tipo e número de cigarros queimados à sua volta, do tamanho do espaço fechado e da taxa de ventilação, chegando os níveis de produtos resultantes da combustão de tabaco a atingir um valor de 25 vezes superior ao de áreas livres de fumo.

A exposição passiva ao tabaco aumenta em 50% a 60% o risco de doença cardíaca coronária. Foi demonstrado que cerca de 30 minutos de exposição passiva ao fumo do tabaco é o suficiente para causar uma redução na corrente sanguínea, o que pode induzir a formação de coágulos, estreitamento de vasos sanguíneos e, eventualmente, enfarte agudo do miocárdio.

Em suma, não é apenas uma questão de cigarro.


Consequências do Tabagismo

Inicialmente, fumar é desagradável para todos, incluindo o fumador, mas a nicotina vai induzindo o aumento rápido de recetores próprios e, quando o seu número ultrapassa uma barreira crítica, a pessoa passa a precisar de fumar para satisfazer o mal-estar que sente pela falta de nicotina no cérebro, passando a estar dependente desta, e a possuir uma doença crónica, o tabagismo.

Os compostos do tabaco podem causar graves doenças pulmonares, tais como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), agravamento da asma, congestão nasal, redução significativa da função pulmonar, lesões da mucosa respiratória (provocando tosse com expetoração) e alteração do epitélio respiratório, comprometendo, estes dois últimos, os mecanismos de defesa dos pulmões, o que os torna bastante suscetíveis a infeções pulmonares.

O tabaco possui diversas substâncias cancerígenas, como é o caso da nicotina e do alcatrão. Estas substâncias, quando passam a circular no sangue, sofrem uma transformação, passando a ser capazes de se ligarem ao DNA, provocando o aparecimento de mutações, que irão originar células cancerígenas. Entre os cancros causados destaca-se o cancro do pulmão, estando diretamente relacionado com os hábitos tabágicos do individuo. Contudo, também pode provocar outros efeitos carcinogénicos, como cancro da laringe, cavidade oral (boca), esófago, estômago, pâncreas, aparelho urinário e colo do útero.

Um dos fatores de risco para doenças cardiovasculares é o tabagismo, aumentando o risco de enfarte agudo do miocárdio, aneurisma da aorta, má circulação sanguínea, pressão arterial elevada, trombose ou hemorragia cerebral. Neste aspeto, destaca-se o papel do monóxido de carbono, que possui uma maior afinidade com a hemoglobina do que o oxigénio, chegando a ligar-se permanentemente com esta, o que causa uma situação de hipoxia (falta de oxigénio) no sangue e nos tecidos. Este gás, constituinte de 1% a 5% do fumo do tabaco, também aumenta a viscosidade do sangue e provoca lesões vasculares.

Nos homens, o tabagismo provoca dificuldade de ereção, ejaculação precoce, infertilidade e diminuição do desejo sexual. Nas mulheres, estão associados o cancro do colo do útero e da bexiga, menopausa precoce, menor lubrificação vaginal, diminuição do desejo sexual e infertilidade.

Entre outros efeitos do tabaco, destaca-se diminuição do olfato, paladar e visão, gengivite, mau hálito, escurecimento dos dentes, enrugamento da pele e má cicatrização. O tabaco durante a gravidez implica anomalias no desenvolvimento fetal, aprendizagem, comportamento e baixa estatura.

A maioria destas consequências afetam os fumadores passivos.


Como deixar de Fumar e seus benefícios

As regras básicas para o sucesso de deixar de fumar podem ser sumariadas em poucas linhas:

• Procure conselho do seu médico, pois este irá esclarecer as suas dúvidas e reforçar o tratamento do tabagismo com um medicamento que deve ser tomado de acordo com um programa;

  • Marque um dia para deixar de fumar, de preferência um com significado;

  • Até ao dia combinado, fale do assunto com familiares e amigos. Estabeleça assim um compromisso consigo e com os outros para reforçar a decisão;

  • No dia combinado, abandone o tabaco. Provavelmente já estará a tomar o medicamento prescrito pelo médico há uma semana;

  • Vá a todas as consultas programadas, mesmo que seja apenas para lhe dizer a sua determinação;

  • Ao fim de três meses, provavelmente, deixará o tal medicamento. Continua a ser muito vulgar recair no tabagismo, portanto mantenha a determinação, indo a todas as consultas;

  • Ao fim de um ano, pode dizer que foi bem-sucedido, contudo nunca esqueça que a dependência é perpétua.

Os benefícios de saúde começam quase imediatamente após deixar o tabaco:

  • 20 minutos depois – a pressão sanguínea e o ritmo cardíaco baixam para o normal e a temperatura das mãos e pés aumentam para o normal;

  •  8 horas depois – os níveis de monóxido de carbono no sangue baixam e os níveis de oxigénio aumentam;

  •  24 horas depois – o risco de um ataque cardíaco fulminante diminui;

  •  48 horas depois – as terminações nervosas começam a regenerar, e o olfato e o paladar começam a normalizar;

  •  2 semanas a 3 meses depois – a circulação melhora e o caminhar torna-se mais fácil, devido a um aumento de 30% da função pulmonar;

  •  1 a 9 meses depois – a sua energia aumenta tipicamente e os sintomas respiratórios melhoram;

  •  1 ano depois – o risco de doenças coronárias é metade de o de um fumador;

  •  5 anos depois – o risco de morte por cancro do pulmão e da boca reduz em 50%, comparativamente a um fumador;

  •  10 anos depois – o risco de mortalidade por cancro é semelhante ao de alguém que nunca fumou, assim como o de um enfarte. As células pré-cancerígenas foram substituídas por células normais.


Para saber mais…

Abel Nicolau e José Faria 12BT1

 

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