FALAR SAÚDE Nº 23: Fazer o bem… faz bem!

Prof. Isabel Cristina
02/12/2011

Aproxima-se a época natalícia e, com ela, multiplicam-se os gestos de solidariedade. A mesma que deveria acontecer durante todo ano, especialmente quando se atravessa a crise económica em que o nosso país se encontra.

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Rubrica GOVCIC 02 de Março de 20
 

 

  Rubrica
Falar Saúde
1 de Dezembro de 2011

 

 

 

 

 


A verdadeira solidariedade começa onde não se espera nada em troca
Saint Exupery


Falar Saúde Nº 23
Fazer o bem… faz bem!

Aproxima-se a época natalícia e, com ela, multiplicam-se os gestos de solidariedade. A mesma que deveria acontecer durante todo ano, especialmente quando se atravessa a crise económica em que o nosso país se encontra.

Apesar da verdadeira solidariedade não exigir nada em troca, como diz Saint Exupéry, o facto é que quando somos solidários, acontecem reações bioquímicas, que nos permitem atingir níveis consideráveis de felicidade. Quem o afirma são vários peritos no assunto, desde médicos a psicólogos.

Haverá maior retorno do que uma sensação de bem-estar sem limites?

Para vos explicar melhor este mecanismo, encontrei na revista Visão de 24 de novembro, um artigo que vai ao encontro desta temática e do qual transcrevi o excerto que se segue.

“Fazer algo porque apetece e satisfaz, desde um jantar gourmet a uma noite de amor, é o suficiente para acionar os circuitos da recompensa no cérebro e libertar hormonas “da felicidade” (dopamina, ocitocina). Isto, já se sabia. A novidade, trazida pelas neurociências, é que este mecanismo também ocorre quando se praticam atos solidários. Com esta descoberta, ficam em segundo plano as correntes de investigação evolucionistas, que validavam o lado mais sombrio – egoísta – da natureza humana, interpretando condutas cooperantes como estratégia ao serviço do interesse próprio.

Do ponto de vista biológico, sabe-se agora, há recompensas intrínsecas em ajudar os outros. O segredo está nos neurónios-espelho, responsáveis pelo sentimento de empatia. Augusta Gaspar, 44 anos e investigadora do ISCTE, dedica-se ao estudo das emoções no departamento de psicologia social. A docente esclarece o que está em jogo: “temos um sistema de ressonância que nos permite experimentar e aprender com os outros. Estes neurónios disparam quando observamos experiências alheias e as vivemos como se fossem nossas”.

Testes de laboratório a várias pessoas com técnicas de imagiologia permitiram ver que, durante a exibição de vídeos com protagonistas em situações que envolviam dor, nojo e outras, certas zonas do cérebro ficavam ativas: o córtex simulado e o “núcleos acumines”, onde ocorre a libertação de opiáceos naturais (dopamina, a hormona do prazer) e ocitocina, associada a sentimentos como amor e afeto.

A capacidade de nos sintonizarmos com os outros (empatia, compaixão) – e a predisposição para os ajudar (gestos solidários) – parece intrínseca ao ser humano. Mas, mais do que isso, tem vantagens biológicas para o próprio. Augusta explica porquê: quanto mais ativos estiverem estes circuitos, mais conexões se estabelecem, aumentando a produção destes químicos (nos centros de recompensa), podendo até formar-se novos neurónios”. Em síntese, a generosidade autoalimenta-se e compensa por si mesma, sem atender a ganhos secundários ou a contar com uma eventual “troca de favores”. (…)”

Espero sinceramente ter contribuído para que se sintam aliciados a “fazer o bem”. A mim, soube-me muito bem partilhar convosco esta informação. Quem sabe se, da próxima vez que forem solidários uns com os outros, tudo não faça muito mais sentido.

Apesar de estarmos perto do final de 2011, o Ano Europeu do Voluntariado, não deixem escapar a oportunidade de se tornarem voluntários em instituições ou acontecimentos, nos quais possam marcar a diferença. Aproveito para lembrar que o Dia Internacional da Solidariedade se festeja a 20 de dezembro.

Façam o bem e… sintam-se bem.


Prof. Isabel Cristina

 

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