FALAR SAÚDE Nº 28: Roleta Russa

Prof. Isabel Cristina, Abel Nicolau e José Faria (12BT1)
01/03/2012

A menos de um mês do término das aulas, intensificam-se os testes nas várias disciplinas e intensifica-se também o desespero pela procura das boas notas, sobretudo entre os mais desorganizados e os que procuram os milagres de véspera...

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Rubrica GOVCIC 02 de Março de 20
 

 

  Rubrica
Falar Saúde
1 de Março de 2012

 

 

 

 

 


A cura está ligada ao tempo e às vezes também às circunstâncias.
Hipócrates


Falar Saúde Nº 28
Roleta Russa

A menos de um mês do término das aulas, intensificam-se os testes nas várias disciplinas e intensifica-se também o desespero pela procura das boas notas, sobretudo entre os mais desorganizados e os que procuram os milagres de véspera. Por vezes, o recurso aos suplementos alimentares torna-se uma praga para compensar a falta de estudo, de descanso ou de uma alimentação racional.

Com o objetivo de vos proporcionar uma reflexão neste campo tive, uma vez mais, a preciosa colaboração dos meus alunos, Abel e Zé Pedro, que vos falam neste artigo dos perigos da automedicação e dos medicamentos não sujeitos a receita médica. Espero que gostem.

Prof. Isabel Cristina


Introdução

Segundo a Organização Mundial de Saúde, saúde é a situação de completo bem-estar físico, psíquico e social e não apenas a ausência de doença ou deformidade. Neste sentido o conceito de saúde torna-se muito mais abrangente não limitando à questão do funcionamento do organismo, mas contemplando os fatores psicológicos e sociais.

Assim, existem diversos tipos de medicamentos para as mais diversas situações. Segundo o relatório de medicamentos essenciais da OMS de março de 2007 (a hiperligação para o relatório encontra-se disponível nos sites a consultar, no fim deste artigo), existem 27 principais categorias de medicamentos, onde aqui se encontram os melhores medicamentos na relação preço-eficácia e segurança.

No entanto, nem todos os medicamentos se encontram disponíveis ao utente sem que este possua uma prescrição, ou seja, sem que este possua uma receita médica que se trata da indicação por parte de um profissional de saúde credenciado acerca dos medicamentos que o utente deve tomar para uma determinada doença ou deformidade. Portanto, os medicamentos que exigem esta prescrição são denominados por Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM).


Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica

Também existem medicamentos que não exigem a apresentação de uma receita médica, e a estes chamamos Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM). Outra grande diferença entre os MNSRMs e os MSRMs, é que os que não necessitam de prescrição podem utilizar os meios de comunicação social para divulgação do medicamento.

A grande parte dos MNSRMs está destinada a combater dores ligeiras e estados febris moderados, os destinados à tosse e resfriados, estados gripais, os que se aplicam a certas perturbações digestivas (prisão de ventre, diarreia, ardor no estômago...), às fadigas passageiras (vitaminas e tónicos), rinites alérgicas sazonais (diagnosticadas pelo médico), aftas, hemorroidas, queimaduras solares, verrugas, problemas cutâneos moderados, entre outros.

Estes tipos de medicamentos são monitorizados segundo critérios muito específicos e rigorosos que contemplam as seguintes características: serem produtos fiáveis, onde a sua composição é conhecida e rigorosa, sem efeitos secundários graves, evitando reações como medicamentos que tenham sido anteriormente utilizados, e que tratem problemas de saúde facilmente identificáveis pelo utente. Por exemplo, o tratamento da úlcera de estômago não é indicado sem aconselhamento médico.

Os medicamentos não sujeitos a receita médica não devem ser utilizados por um período superior a sete dias, e não são recomendados a crianças, na gravidez e no aleitamento. No decurso da utilização destes medicamentos deverá ser consultado um médico para os seguintes casos:

  • Se os sintomas persistirem;

  • Se os sintomas se agravarem ou em caso de recaída;

  • Se existir dor aguda;

  • Após a utilização de um ou mais medicamentos, sem resultado positivo;

  • Se surgirem efeitos ou reações adversas;

  • Sempre que exista a perceção de uma situação grave;

  • Se o indivíduo sofrer de ansiedade, inquietação, depressão, agitação ou hiperexcitabilidade.


Automedicação

“A automedicação é a utilização de medicamentos não sujeitos a receita médica de forma responsável, sempre que se destine ao alívio e tratamento de queixas de saúde passageiras e sem gravidade, com a assistência ou aconselhamento opcional de um profissional de saúde.” – Despacho nº 17690 de 10 de agosto de 2007

Portanto, a automedicação baseia-se no consumo de MNSRMs, e esta é praticada por 26,2% de uma amostra da população portuguesa, tendo a maior parte das pessoas idades compreendidas entre os 10 e os 49 anos. São os analgésicos e os preparados para constipações e tosse que se encontram nos MNSRMs mais requisitados.

A automedicação é uma prática que deve ser acompanhada e/ou aconselhada por um farmacêutico, onde este deve transmitir ao doente os benefícios sobre uma automedicação segura e responsável, ajudando-o a distinguir o que é uma doença sem gravidade, e como deve de ser tratada, das manifestações que requerem prontamente de uma consulta médica.

A escolha dos MNSRMs deve, obrigatoriamente, fundamentar-se:

  • Nas características gerais dos sintomas (ex.: tipo de tosse; existência ou não de expetoração; características desta);

  • Com a idade do doente (criança, adulto, idoso);

  • Com o estado fisiológico (gravidez, amamentação...);

  • Com doenças concomitantes (hipertensão, diabetes, asma...);

  • Com medicamentos prescritos para doenças continuadas...;

  • Sensibilidades individuais (alergias, intolerâncias gástricas);

  • Com hábitos e estilos de vida (ingestão de bebidas alcoólicas, necessidade de condução automóvel, utilização de maquinaria de precisão, etc.);

  • Reações adversas ocorridas (diarreia, dores de estômago, sonolência exagerada, prisão de ventre).

Existem graves consequências na prática irresponsável da automedicação e da utilização de MNSRMs, nomeadamente, a overdose que terá como principais consequências intoxicações, lesões hepáticas e renais, e, em casos extremos, a morte.

Finalmente, um grande fator que devemos ter em conta num MNSRM, é o prazo de validade. Aproveitar um medicamento de uma prescrição ou toma anterior é algo comum, mas também altamente perigoso, pois o medicamento poderá encontrar-se quimicamente alterado.


Para saber mais…

Médicos de Portugal - http://medicosdeportugal.saude.sapo.pt/

Associação Nacional das Farmácias - http://www.anf.pt/

Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica - http://www.apifarma.pt/

“WHO Model List of Essential Medicines” - http://whqlibdoc.who.int/hq/2007/a95075_eng.pdf


Para rir…

Abel Nicolau e José Faria 12BT1

 

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