Cada segundo é tempo para mudar tudo para
sempre.
Charles Chaplin
Falar Saúde Nº 29
Mudar de vida
Aproxima-se mais uma semana de ExpoCIC durante a qual os alunos do
Colégio têm a oportunidade de mostrar, à comunidade educativa, aos pais
e amigos, e aos alunos de outras escolas, os trabalhos que são
desenvolvidos nas várias disciplinas técnicas dos seus cursos.
Para além de promover os cursos e a própria instituição, a ExpoCIC deve
ser um exemplo de pedagogia e cidadania e, como tal, foi a pensar neste
aspeto que os professores do curso de Biotecnologia orientaram os seus
alunos num trabalho que pretende alertar para o perigo das doenças
crónicas, a principal causa de morte e incapacidade no mundo, segundo a
OMS. Mas, o mais irónico, é que podem ser prevenidas!
Assim no
stand de Biotecnologia podem ser encontradas algumas atividades que
visam avaliar parâmetros que devem ser tidos em conta na ação preventiva
destas doenças.
Seguem-se algumas informações gerais sobre as
doenças crónicas e que podem ser encontradas no portal da saúde (www.portaldasaude.pt ).
Qual é o impacto das doenças crónicas no
mundo?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que as doenças
crónicas de declaração não obrigatória, como as doenças
cardiovasculares, a diabetes, a obesidade, o cancro e as doenças
respiratórias, representam cerca de 59 por cento do total de 57 milhões
de mortes por ano e 46 por cento do total de doenças. Afetam países
desenvolvidos e países em vias de desenvolvimento.
A expansão
das doenças crónicas reflete os processos de industrialização,
urbanismo, desenvolvimento económico e globalização alimentar, que
acarretam:
-
Alteração das dietas alimentares;
-
Aumento dos hábitos
sedentários;
-
Crescimento do consumo de tabaco.
Cerca de metade
das mortes causadas por doenças crónicas está diretamente associada às
doenças cardiovasculares.
Os ataques cardíacos e os enfartes do
miocárdio matam cerca de 12 milhões de pessoas por ano. A hipertensão e
outras doenças cardíacas matam, por sua vez, 3,9 milhões de pessoas.
Cerca de 75 por cento das doenças cardiovasculares são atribuíveis a:
Calcula-se que,
em todo o mundo, existam 177 milhões de pessoas a sofrer de diabetes,
sobretudo de tipo 2. Dois terços do total vivem nos países em vias de
desenvolvimento. Mais de mil milhões de adultos sofrem de excesso de
peso. Destes, pelo menos 300 milhões são clinicamente obesos.
Porque é que as doenças crónicas têm, a nível mundial, um impacto tão
grande na saúde?
Porque os hábitos alimentares alteraram-se. As
pessoas consomem, hoje em dia, alimentos mais calóricos, com elevado
nível de açúcar e/ou gorduras saturadas, e excessivamente salgados.
A mudança dos hábitos alimentares e a implantação de um estilo de
vida sedentário estão a ocorrer a um ritmo muito mais rápido nos países
em vias de desenvolvimento, por comparação com o que aconteceu nos
países desenvolvidos. As doenças crónicas estão a crescer em muitos dos
países mais pobres, articulando-se de forma muito perigosa com outra
calamidade: as doenças inoficiosas.
Quais são os fatores de
risco?
Apesar de muito diferentes entre si, as doenças crónicas
apresentam fatores de risco comuns. São poucos e podem ser prevenidos:
-
Colesterol elevado;
-
Tensão arterial elevada;
-
Obesidade;
-
Tabagismo;
-
Consumo de álcool.
Como reduzir os riscos de
ocorrência de doenças crónicas? Através da alteração do seu estilo de
vida poderá, em pouco tempo, reduzir o risco de desenvolver uma doença
crónica.
-
Alterando a dieta alimentar – privilegiar frutas,
vegetais, frutos secos e cereais integrais; substituir as gorduras
animais saturadas por gorduras vegetais insaturadas; reduzir as doses de
alimentos salgados e doces;
-
Iniciando a prática de exercício físico
diário;
-
Mantendo um peso normal – Índice de Massa Corporal entre 18,5
e 24,9.
-
Eliminando o consumo de tabaco.
Já está comprovado que
as intervenções comportamentais sustentadas são eficazes na redução dos
fatores de risco para a população. Mais de 80 por cento dos casos de
ocorrência de doenças cardíacas coronárias, 90 por cento dos casos de
diabetes de tipo 2 e de um terço das ocorrências de cancro podem ser
evitados através da alteração dos hábitos alimentares, do aumento de
atividade física e do abandono do tabagismo.
Prof. Isabel Cristina
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