FALAR SAÚDE Nº 30: Páscoa de chocolate

Prof. Isabel Cristina
10/04/2012

Oferecer ovos na Páscoa vem da tradição pagã. Os ovos não eram comidos, eram apenas um presente que simbolizava a fertilidade, a fecundidade, no fundo, a criação, em homenagem à deusa da primavera Ostera.

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Rubrica GOVCIC 02 de Março de 20
 

 

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Falar Saúde
10 de Abril de 2012

 

 

 

 

 


Tudo o que você precisa é de amor.
Mas um pouco de chocolate, agora e depois, não faz mal.
Charles Schulz


Falar Saúde Nº 30
Páscoa de chocolate

Oferecer ovos na Páscoa vem da tradição pagã. Os ovos não eram comidos, eram apenas um presente que simbolizava a fertilidade, a fecundidade, no fundo, a criação, em homenagem à deusa da primavera Ostera. Mas se antes do Cristianismo as ofertas de ovos simbolizavam a festa da fertilidade trazida pela primavera, depois de Cristo os ovos simbolizam a sua ressurreição.

Na Inglaterra do século X, o rei Eduardo I costumava presentear a realeza e os seus súbditos com ovos banhados em ouro ou decorados com pedras preciosas na Páscoa e foram necessários mais 800 anos para que, no século XVIII, mestres pasteleiros franceses tivessem a ideia de fazer os ovos com chocolate em substituição dos ovos naturais.

Mas o chocolate já era consumido antes de ser utilizado, industrialmente, na confeção dos ovos…

O chocolate é um alimento produzido a partir do cacau, fruto cuja origem remonta a 1500 a.C. quando começou a ser utilizado pelas civilizações Maia e Asteca, que habitavam na América Central (Golfo do México). Nessa altura o chocolate era consumido apenas como bebida e ainda por cima amarga!

Atualmente, após a colheita e quebra dos frutos do cacaueiro, as sementes (favas) são submetidas aos processos de fermentação e secagem. Mais tarde sofrem a torrefação e a moagem, através das quais se obtêm os derivados, pasta, manteiga, torta e o pó de cacau, essenciais para o fabrico do produto final "chocolate" nas suas variadas formas.

Apesar de muita gente acreditar que o chocolate deve ser excluído de uma alimentação saudável, por ser um alimento rico em calorias e gorduras, alguns estudos recentes mostram que alguns tipos de chocolates podem ser benéficos à saúde, principalmente devido à presença de cacau na sua composição.

O cacau é uma das maiores fontes de polifenóis da alimentação – antioxidantes que desempenham um papel importante na prevenção da oxidação do colesterol LDL (o “mau” colesterol) e na inibição de processos inflamatórios no organismo, impedindo assim a acumulação de gordura nas paredes dos vasos sanguíneos e reduzindo o risco de doenças cardiovasculares, como aterosclerose e hipertensão.

Desta forma, a quantidade de cacau presente no chocolate é fundamental para proporcionar benefícios à saúde:

  •  O chocolate de leite, por exemplo, possui na sua composição mais leite em pó e açúcar do que cacau (e, por isso, é mais doce) e não tem praticamente nenhuma atividade cardioprotetora;

  •  O mesmo acontece com o chocolate branco, que é feito com leite, açúcar e com a manteiga do cacau (e não com o próprio fruto);

  •  Já o chocolate preto, que é produzido com os grãos de cacau torrados, sem adição de leite e com menos açúcar, é o tipo de chocolate mais indicado para o consumo no dia-a-dia, garantindo benefícios à saúde por causa do seu alto teor de flavonoides. Foi em 2006 que investigadores norte-americanos descobriram que o chocolate preto, consumido moderadamente, tem o mesmo efeito positivo que a aspirina na redução da coagulação sanguínea e dos riscos de bloqueio das artérias responsável por numerosas crises cardíacas.

O chocolate exerce também influência sobre o humor. Além de provocar uma subida brusca da quantidade de açúcar no sangue, é particularmente rico em triptofano e aumenta os níveis de serotonina e endorfinas. Como as endorfinas são os analgésicos naturais do organismo, o efeito de redução da sensibilidade à dor, conjugado com a boa disposição, é estimulante e produz uma sensação de felicidade.

A sensação de bem-estar proporcionada pelo chocolate pode também ser atribuída à feniletilamina, substância que existe naturalmente no cérebro e que é libertada quando nos sentimos felizes. O chocolate contém ainda outro estimulante, a teobromina. A influência do chocolate sobre a disposição pode ainda estar ligada a um fator psicológico relacionado com o seu uso como recompensa ou forma de carinho durante a infância.

Vale a pena lembrar que, mesmo com todos estes benefícios, o chocolate é um alimento de alto valor energético, com grande quantidade de gorduras e, como tal, deve ser consumido com moderação, ou seja, duas colheres de café de chocolate preto por dia.

Deixo-vos com os votos de que tenham passado uma Santa Páscoa e quem sabe se, durante a pausa letiva, não tiveram a oportunidade de se mimarem com uma chocoterapia que consiste em introduzir os princípios ativos do chocolate na pele, através de massagens relaxantes. Para além do efeito psicológico, o chocolate hidrata, revitaliza e amacia a pele, deixando-a luminosa, macia e perfumada.

Prof. Isabel Cristina

 

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