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Rubrica
Falar Saúde
10 de Abril de 2012 |
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Tudo o que você precisa é de amor.
Mas um pouco de chocolate, agora e depois, não faz mal.
Charles Schulz
Falar Saúde Nº 30
Páscoa de chocolate
Oferecer ovos na Páscoa vem da tradição pagã.
Os ovos não eram comidos, eram apenas um presente que simbolizava a
fertilidade, a fecundidade, no fundo, a criação, em homenagem à deusa da
primavera Ostera. Mas se antes do Cristianismo as ofertas de ovos
simbolizavam a festa da fertilidade trazida pela primavera, depois de
Cristo os ovos simbolizam a sua ressurreição.
Na Inglaterra do século
X, o rei Eduardo I costumava presentear a realeza e os seus súbditos com
ovos banhados em ouro ou decorados com pedras preciosas na Páscoa e
foram necessários mais 800 anos para que, no século XVIII, mestres
pasteleiros franceses tivessem a ideia de fazer os ovos com chocolate em
substituição dos ovos naturais.
Mas o chocolate já era consumido
antes de ser utilizado, industrialmente, na confeção dos ovos…
O
chocolate é um alimento produzido a partir do cacau, fruto cuja origem
remonta a 1500 a.C. quando começou a ser utilizado pelas civilizações
Maia e Asteca, que habitavam na América Central (Golfo do México). Nessa
altura o chocolate era consumido apenas como bebida e ainda por cima
amarga!
Atualmente, após a colheita e quebra dos frutos do cacaueiro,
as sementes (favas) são submetidas aos processos de fermentação e
secagem. Mais tarde sofrem a torrefação e a moagem, através das quais se
obtêm os derivados, pasta, manteiga, torta e o pó de cacau, essenciais
para o fabrico do produto final "chocolate" nas suas variadas formas.
Apesar de muita gente acreditar que o chocolate deve ser excluído de uma
alimentação saudável, por ser um alimento rico em calorias e gorduras,
alguns estudos recentes mostram que alguns tipos de chocolates podem ser
benéficos à saúde, principalmente devido à presença de cacau na sua
composição.
O cacau é uma das maiores fontes de polifenóis da
alimentação – antioxidantes que desempenham um papel importante na
prevenção da oxidação do colesterol LDL (o “mau” colesterol) e na
inibição de processos inflamatórios no organismo, impedindo assim a
acumulação de gordura nas paredes dos vasos sanguíneos e reduzindo o
risco de doenças cardiovasculares, como aterosclerose e hipertensão.
Desta forma, a quantidade de cacau presente no chocolate é fundamental
para proporcionar benefícios à saúde:
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O chocolate de leite, por
exemplo, possui na sua composição mais leite em pó e açúcar do que cacau
(e, por isso, é mais doce) e não tem praticamente nenhuma atividade
cardioprotetora;
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O mesmo acontece com o chocolate branco, que é
feito com leite, açúcar e com a manteiga do cacau (e não com o próprio
fruto);
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Já o chocolate preto, que é produzido com os grãos de cacau
torrados, sem adição de leite e com menos açúcar, é o tipo de chocolate
mais indicado para o consumo no dia-a-dia, garantindo benefícios à saúde
por causa do seu alto teor de flavonoides. Foi em 2006 que
investigadores norte-americanos descobriram que o chocolate preto,
consumido moderadamente, tem o mesmo efeito positivo que a aspirina na
redução da coagulação sanguínea e dos riscos de bloqueio das artérias
responsável por numerosas crises cardíacas.
O chocolate exerce também
influência sobre o humor. Além de provocar uma subida brusca da
quantidade de açúcar no sangue, é particularmente rico em triptofano e
aumenta os níveis de serotonina e endorfinas. Como as endorfinas são os
analgésicos naturais do organismo, o efeito de redução da sensibilidade
à dor, conjugado com a boa disposição, é estimulante e produz uma
sensação de felicidade.
A sensação de bem-estar proporcionada pelo
chocolate pode também ser atribuída à feniletilamina, substância que
existe naturalmente no cérebro e que é libertada quando nos sentimos
felizes. O chocolate contém ainda outro estimulante, a teobromina. A
influência do chocolate sobre a disposição pode ainda estar ligada a um
fator psicológico relacionado com o seu uso como recompensa ou forma de
carinho durante a infância.
Vale a pena lembrar que, mesmo com todos
estes benefícios, o chocolate é um alimento de alto valor energético,
com grande quantidade de gorduras e, como tal, deve ser consumido com
moderação, ou seja, duas colheres de café de chocolate preto por dia.
Deixo-vos com os votos de que tenham passado uma Santa Páscoa e quem
sabe se, durante a pausa letiva, não tiveram a oportunidade de se
mimarem com uma chocoterapia que consiste em introduzir os princípios
ativos do chocolate na pele, através de massagens relaxantes. Para além
do efeito psicológico, o chocolate hidrata, revitaliza e amacia a pele,
deixando-a luminosa, macia e perfumada.
Prof. Isabel Cristina
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