“Visita à cidade dos choques” – Madrid
Pelas 6:50h do dia 16 de Fevereiro de 2010, chegamos ao colégio. A
animação era geral, os sorrisos impossíveis de esconder, toda a gente
estava ansiosa por conhecer a terra das sevilhanas, das touradas, do
grandioso Real Madrid.
Partimos rumo a uma cidade desconhecida, uma
experiência que ficaria para sempre na memória de todos nós.
A viagem
foi calma, muitos aproveitaram para recuperar horas de sono, outros para
disfrutar das paisagens acompanhados pelo seu gosto musical, lá pelo meio
uns intervalos preenchidos de gargalhadas e anedotas.
Por volta das 10
horas, paramos numa estação de serviço na IP5 para podermos comer alguma
coisa e esticar as pernas, rapidamente voltamos ao caminho.
Passamos a
fronteira e paramos numa terrinha algures entre Salamanca e Ávila,
avistamos um cenário quase digno do Far West, não víamos praticamente
ninguém nas ruas, as paisagens muito secas e um grupo de jovens foi o
suficiente para chamar a atenção da pouca população que lá estava.
A
viagem continuou e chegamos finalmente a Ávila, a cidade de los
Caballeros, por volta das 16 horas, hora espanhola. Chegamos à hora “de la
siesta”, por voltas quatro horas espanholas.
Visitamos as muralhas da
cidade, toda a área que as envolvia era fantástica, o sol, as casas, as
ruas, a vegetação ao longe…
Voltamos a caminho e chegamos finalmente a
Madrid.
Descarregamos as malas e refugiamo-nos no quarto. Estávamos
cansados, mas nem assim quisemos descansar, as horas que tínhamos antes do
jantar serviram para conhecer o hotel e disfrutar da esplendosa vista que
tínhamos do sexto andar para a cidade. Às 20 horas encontrámo-nos à
entrada do hotel e dirigimo-nos para o restaurante que ficava nas
traseiras do hotel.
Era um espaço pequeno, praticamente deixamos três
ou quatro mesas vagas, mas era acolhedor e o atendimento foi excelente.
Após o jantar aproveitamos para tomar café no Straburks e conversar um
pouco. Nessa noite ficamos pelo hotel, muitos adoeceram e sendo ainda a
primeira noite optamos por ficar no hotel.
Dia 17, fomos acordados
pelas 8 horas, o pequeno-almoço às nove. Por volta das dez dirigimo-nos a
pé à “La Casa Encendida”, uma galeria de arte. Madrid ainda nos olhava com
sono, a cidade ainda estava muito calma e a maioria das lojas fechada.
Já dentro do edifício podemos ver várias exposições, depois da visita
dirigimo-nos para o Reina Sofia.
Ver quadros de Picasso, Miró, Dali,
trabalhos da Bauhaus foi algo indiscritível, inesquecível e
impressionante.
Estava já na hora de almoço, aproveitamos então para
descansar e conhecer um pouco da gastronomia espanhola.
Acabado o
repouso partimos para o Tissan, as ruas madrilenas estão repletas de
gente, em todos os sentidos, todos compenetrados nas suas vidas e com
destino definido.
Nos museus Tissan tivemos a sorte de ter uma guia
espetacular, por todos os quadros que passamos falamos do contexto
histórico, características, ela não deixava margem para dúvidas e fazia
com que interagíssemos, não se limitando apenas a transmitir o
conhecimento.
Por volta das 18 horas a caminho do hotel, muitos
aproveitaram para conhecer pequenas lojinhas com coisas típicas de Madrid
e também para comprar algumas recordações.
Já depois de jantar, no
hotel, falávamos à varanda e foi impossível não começar a fotografar, as
luzes da cidade contrastando com o manto negro da noite, a agitação do
trânsito, era impossível resistir àquele espetáculo iluminado, percebemos
então o significado da frase “Madrid, a cidade que não dorme”.
Dia 18,
mais um dia aterefado pela frente, após o pequeno almoço o autocarro já
nos esperava à porta do hotel e fomos diretos ao estádio Santiago
Barnabéu, principalmente os rapazes estavam em êxtase, não é todos os dias
que se tem uma oportunidade daquelas, ver o estádio onde estrelas como
Cristiano Ronaldo, Casillas, KaKá, José Mourinho e muitas outras treinam
todos os dias. O estádio é enorme, demoramos mais de meia hora a
contorná-lo, pelo meio encontramos uns músicos de rua que puseram toda a
gente a dançar.
Já a caminho da ARCO passamos pelas Puertas da Europa,
duas grandes torras inclinadas uma para a outra, com 114m e 26 pisos, dois
monstros da arquitetura.
Chegados à ARCO, almoçamos e começamos a
visita. A entrada da ARCO foi algo surreal, demos de caras logo com
quadros de Juan Carlos Casas, um artista que faz retratos a canetas bic
que parecem autênticas fotografias e muitos outros artistas que admiramos.
Ver os seus trabalhos em livros, revistas e internet é uma coisa, mas
pessoalmente é qualquer coisa que é impossível de explicar, é a mesma
sensação daquelas pessoas do interior que nunca viram o mar, apenas em
fotografias e de repente tem a oportunidade de sentir a areia e a água
salgada nos próprios pés. Só quem visita percebe o que dizemos, a tarde
que passamos na ARCO não chegou para ver tudo como desejávamos, mas ficou
o desejo de regressar no ano seguinte.
Depois da visita à ARCO, alguns
foram ver o jogo do Real Madrid vs Racing no Barbabéu, os restantes foram
conhecer a Gran Via. A Gran Via é uma das áreas comerciais mais
importantes de Madrid, as ruas estão apinhadas de gente, há artistas de
rua por todo o lado, é uma animação.
Nessa noite, depois do jantar
aproveitamos para sair, fomos conhecer a noite de Madrid, havia grandes
concentrações de gente nas praças, nas ruas, cafés e bares, não só por ser
sábado à noite, mas também por ser Carnaval.
O Carnaval em Madrid dura
quatro, cinco dias, as pessoas mascaram-se todas e vêm para a rua
festejar, é contagiante a alegria e animação que paira no ar.
Dia 19,
acordamos às 7 horas, pequeno-almoço às 8 horas, às 9 horas estávamos com
as malas no autocarro e em direção a Salamanca.
Adeus Madrid, até
qualquer dia!
Na viagem não se ouvia nem uma mosca, o silêncio era
total, todos dormiam, o cansaço começava a levar a melhor.
Paramos
numa estação de serviço para almoçar, de tarde já em Salamanca visitamos o
museu de Arte Nova e Arte Décor, absolutamente fascinante.
Partimos
rumo a Portugal e por volta das 21h30 chegamos ao colégio dos Carvalhos.
Anabela Silva 12º AG
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