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Rubrica
Falar Saúde
18 de Setembro de 2012 |
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Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças.
Charles Darwin
Falar Saúde Nº 37
Respirem fundo…As aulas começaram!
Começou mais um ano letivo e com ele todas as novidades e
ansiedades. Para nos adaptarmos a esta mudança temos de entrar no ritmo
do sono, cuidar da alimentação, organizar o estudo e… fazer amigos. Em
todos estes momentos a oxigenação dos tecidos é muito importante, é uma
questão de sobrevivência. A maior parte das pessoas diria que o ar vem a
seguir à água, ou ao alimento, na lista de prioridades das necessidades
do ser humano, o que não é verdade. O ser humano precisa, por esta
ordem, de ar, água, alimento e luz para se manter vivo. A respiração é
vital e não é tao involuntária quanto pensamos.
Embora tenhamos a
sensação de que respirar consiste, simplesmente, em levar o ar aos
pulmões, não podíamos estar mais longe da realidade. Respiramos para que
o oxigénio alimente as nossas células e estas façam funcionar
corretamente todos os órgãos. Por isso, é preciso respirar bem. A
respiração é um trabalho rítmico que, ao contrário de outras funções
corporais, pode ser dominado pela vontade. Podemos respirar de maneira
mais profunda ou mais lenta e mudar o modo de respiração ao tossir,
falar, rir, ou gritar, todas elas funções que dependem da quantidade de
ar inspirado.
A quantidade de ar inspirado e expirado, de cada
vez que repetimos o ciclo, é de cerca de 500cc. Ou seja, meio litro de
ar, quando na realidade, a capacidade inspiratória máxima dos pulmões
pode atingir os 3 litros e meio. Por outras palavras, utilizamos apenas
uma pequena parte do nosso potencial respiratório. A maioria das pessoas
respira por pura necessidade fisiológica. Apenas os desportistas,
sobretudo os de alta competição, trabalham para aproveitar ao máximo o
potencial do seu aparelho respiratório.
A respiração natural tem
diferentes ritmos, segundo cada pessoa, o respetivo sexo, idade, estado
anímico e de saúde e depende do funcionamento do diafragma. Quando
inspiramos o diafragma desce e faz com que os pulmões gerem no seu
interior um vazio, que é o que produz a entrada do ar; quando relaxamos
o diafragma, os pulmões voltam ao seu estado normal, empurrando o ar
para fora.
Nariz ou boca? Normalmente ouvimos dizer que a
inspiração deve realizar-se através do nariz, mas a maioria das pessoas
tende a fazê-lo pela boca. De facto nas fossas nasais o ar é filtrado,
aquecido e humedecido, trazendo benefícios ao organismo, enquanto o ar
inspirado pela boca pode prejudicar as cordas vocais.
Tipos de
respiração
De acordo com a zona que movimentamos para respirar
podemos distinguir três tipos de respiração:
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Clavicular – emprega
os músculos dos ombros e pescoço e é a mais superficial. Durante a
inalação, os ombros e as clavículas são elevados, enquanto o abdómen é
contraído. Realiza-se um esforço máximo obtendo-se na realidade pouca
quantidade de ar;
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Torácica – centrada no peito, é realizada por
intermedio dos músculos intercostais, expandindo o tórax. Não é tao
superficial quanto a anterior, mas também não é uma respiração completa.
Porem é a mais habitual;
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Abdominal – é a melhor respiração, uma vez
que leva o ar à parte mais baixa e ampla dos pulmões. Esta respiração é
lenta e profunda, pois permite fazer um uso adequado do diafragma.
Não se pode falar de respiração boa ou má, mas sim de respiração
completa ou incompleta. Para aproveitar todo o seu potencial, deveríamos
tentar que ela fosse o mais completa possível combinando os três tipos.
Benefícios de uma boa respiração
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Fisiológicos – respirar bem
beneficia a circulação e, especialmente, alguns órgãos vitais, como o
coração ou o estômago. As células recebem uma maior oxigenação e queimam
mais eficazmente os resíduos orgânicos.
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Peso – Permite queimar
melhor as gorduras e ajuda o organismo a eliminar o excesso.
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Rendimento – melhora a saúde dos pulmões e incrementa o rendimento
físico de qualquer pessoa, em particular dos desportistas, e a
concentração, eliminando a tensão muscular.
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Mente – esvazia a mente
e ajuda a pensar com claridade.
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Energia – reequilibra a energia
vital.
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Força – propicia um corpo mais forte e saudável.
-
Relaxamento – favorece o relaxamento.
Em suma, respirar bem
favorece a oxigenação do corpo. Apenas incrementando a quantidade de
oxigénio em cada movimento de respiração conseguiremos aumentar a
eficácia do nosso organismo. Quem respira bem sente-se animado e
produtivo; e quem respira mal, cansado e passivo. Por isso, através da
respiração consciente, podemos equilibrar os estados de espirito. Por
isso, respirem fundo e tenham um bom desempenho nesta nova etapa.
Prof. Isabel Cristina
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