FALAR SAÚDE Nº 42: Yin & Yang

Prof. Isabel Cristina
04/12/2012

No passado dia 22 de novembro foi aprovada uma proposta de lei sobre as terapêuticas não convencionais, acupuntura, homeopatia, osteopatia, naturopatia, fitoterapia e quiropraxia, que estabelece que estas só podem ser praticadas por quem tenha formação...

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Rubrica GOVCIC 02 de Março de 20
 

 

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Falar Saúde
04 de dezembro de 2012

 

 

 

 

 


O médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe.
Abel Salazar


Falar Saúde Nº 42
Yin & Yang


No passado dia 22 de novembro foi aprovada uma proposta de lei sobre as terapêuticas não convencionais, acupuntura, homeopatia, osteopatia, naturopatia, fitoterapia e quiropraxia, que estabelece que estas só podem ser praticadas por quem tenha formação superior e cédula profissional com registo público. Esta lei segue as orientações da Organização Mundial de Saúde e já aguardava regulamentação desde 2003.

A propósito desta temática e para nos prestar alguns esclarecimentos úteis, a minha aluna Célia Freitas do 12ºBT2 entrevistou alguém bem conhecido de todos nós, o professor Ernesto Sebastião, a quem agradecemos muito a disponibilidade. O que nem todos sabem é que, para além da educação física, o interesse do professor Ernesto pela acupuntura levou-o a formar-se na APA-DA-UMC (Associação Portuguesa de Acupuntura e Disciplinas Associadas – Universidade Medicina Chinesa Dr. Pedro Choy).

Prof. Isabel Cristina


O nosso corpo é visto como um delicado equilíbrio de duas forças opostas e inseparáveis: o yin representado pelos aspetos frios, lentos ou passivos da pessoa e o yang representado pelos aspetos quentes, excitados ou ativos. Só se consegue a verdadeira saúde se estas duas forças estiverem em equilíbrio. Se não for esse o caso, dá-se um bloqueio na fluidez do Qi (pronunciado “chee”), que só pode ser desbloqueado pelo uso da acupunctura.

Praticada na China e noutros países asiáticos há milhares de anos, a acupunctura é uma das disciplinas da Medicina Tradicional Chinesa.

Célia: O que é a acupuntura e qual a sua técnica?

Ernesto Sebastião: Acu = ponte e puntura = colocar agulhas em partes diferenciadas do nosso corpo.

É uma técnica milenar chinesa, que começou a ser usada para tratar determinadas patologias sempre que as pessoas ficavam doentes e consiste em estimular certas regiões anatómicas através de pontos de energia, podendo ser eles: o dedo, uma esfera metálica, o calor, a eletricidade, o magnetismo, o laser… sendo que a técnica mais utilizada, mais conhecida e mais prática recorre às agulhas, visto que são muito finas e a sua introdução na pele é feita através de técnicas de puntura.

C: Quais os riscos e quais as vantagens ou desvantagens desta técnica?

E.S.: Na acupuntura não existem “riscos”. Ou faz bem ou não faz nada. Porém, para que a prática da acupuntura tenha os efeitos desejados, a escolha do especialista é imprescindível e deve ser feita com bastante cuidado.

A acupuntura devia ser feita por todos nós, visto que só traz vantagens tanto a nível físico como emocional, pois é o equilíbrio/harmonia de uma pessoa. A única desvantagem é a falta de conhecimento das pessoas, pois não sabem o bem que ela nos faz.

C: A acupuntura causa dor? A que profundidade são colocadas as agulhas?

E.S.:  Esta é sem dúvida a pergunta mais pertinente visto que, apesar de se utilizar agulhas, estas têm mais ou menos a espessura de um fio de cabelo, cerca de 10 vezes mais fina que uma agulha de injeção.

Os pontos de acupuntura estão localizados na superfície da pele e normalmente as agulhas são inseridas desde 0,5cm a 2,0cm de profundidade. A profundidade de inserção dependerá da natureza do problema a ser tratado, do tamanho do paciente, da sua idade, além da formação e estilo de trabalho do acupuntor.

Em alguns pontos do corpo, após serem punturados, sente-se uma pequena impressão de ‘formigueiro’, mas que com o decorrer do tratamento desaparece.

C: Quantas vezes ou durante quanto tempo se deve fazer a acupuntura?

E.S.:  O primeiro tratamento deve obedecer a um modelo em que o paciente deve fazer 12 sessões, 1 por semana ao longo de 3 meses, no caso de uma patologia crónica. Já se for um tratamento agudo/plenitude deve fazer-se 2/3 tratamentos para amenizar a dor.

C: Quais os melhores pontos para aliviar a tensão acumulada?

E.S.: No caso da tensão/stress a acupuntura é bastante eficaz pois consegue pôr os níveis de stress em equilíbrio, permitindo que uma pessoa se fique a conhecer melhor e a saber regular-se cada vez melhor.

C: O que o levou a fazer este curso?

E.S.: Foi o facto de a acupuntura ser natural e milenar. Vejo, no Oriente, técnicas naturais para o equilíbrio profundo e harmonioso do ser humano, que é uma ferramenta importante para cada um de nós e para o nosso bem-estar.

Célia - Para concluir, quero deixar uma sugestão:

Experimentem a acupuntura, pois ela é a medicina do futuro e ajuda a tratar problemas, tanto emocionais (depressões) como físicos (dores musculares), sem ser necessário utilizar produtos químicos e artificiais.

 

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