FALAR SAÚDE Nº 43: Presente envenenado

Prof. Isabel Cristina
17/12/2012

Como vem sendo habitual, nesta quadra natalícia, apelo à vossa reflexão. Desta vez vou poupar nos argumentos, pois o texto que se segue, da autoria da minha aluna Ana Pereira do 12ºBT2, é bastante esclarecedor.

blueimp Gallery
Veja todas as imagens na GALERIA DE IMAGENS disponível no fim desta página.
Rubrica GOVCIC 02 de Março de 20
 

 

  Rubrica
Falar Saúde
17 de dezembro de 2012

 

 

 

 

 


Melhor do que todos os presentes por baixo da árvore de natal é a presença de uma família feliz.
Desconhecido


Falar Saúde Nº 43
Presente envenenado


Como vem sendo habitual, nesta quadra natalícia, apelo à vossa reflexão. Desta vez vou poupar nos argumentos, pois o texto que se segue, da autoria da minha aluna Ana Pereira do 12ºBT2, é bastante esclarecedor. Espero que se emocionem tanto como eu e que não pensem que só acontece aos outros.

Aproveito para deixar aqui os meus votos de festas felizes na companhia dos que mais amam, até porque o amor ainda não paga impostos.

Prof. Isabel Cristina


O senso comum diz-nos que a saúde é fundamental na nossa vida, mas como comprovar isso assistindo à progressão de uma doença devastadora? A minha família viveu diariamente um drama com a minha avó.

Conta a minha mãe, que estavam em pleno mês de Dezembro quando o impensável aconteceu. Poucos dias antes da véspera de natal, o pai natal trouxe um presente envenenado para a minha avó, que nessa altura tinha apenas 38 anos, uma doença horrível: cancro da mama! Ela foi operada no dia 30 de dezembro de 1981, fez uma mastectomia total e tratamentos de cobalto no IPO, ganhando em seguida líquido no pulmão, tendo todos os dias que tirar litros de líquido mas, com a sua força e coragem e mesmo com o prognóstico dos médicos dando-lhe pouco tempo de vida, ela lutou sempre com todas as suas forças e posso considerá-la como “Mãe e Avó Coragem”.

Hoje digo com orgulho e muita alegria que nunca me arrependeria de lhe chamar “Avó”. A cirurgia foi bastante traumatizante e dolorosa, e foi difícil perceber o porquê de tamanha provação.

Ao partilhar esta experiência que transformou o meu contexto familiar, quis saber mais sobre esta doença. Eis algumas das minhas conclusões:


O que é o cancro da mama?

O cancro da mama é um tumor maligno que se desenvolve nas células do tecido mamário. É muito mais frequente nas mulheres, mas pode atingir também os homens. O cancro da mama apresenta-se, muitas vezes, como uma massa dura e irregular que, quando palpada, se diferencia do resto da mama pela sua consistência.


Que cuidados se devem ter para detetar o cancro da mama?

  • O diagnóstico precoce do cancro da mama é fundamental, pois aumenta as hipóteses de cura. Evita que o cancro se espalhe para outras partes do corpo, favorecendo o prognóstico, os tratamentos são menos agressivos e não mutilantes, ajudando na recuperação e a reabilitação.

  • Faça um autoexame das mamas mensalmente, após o período menstrual.

  •  Vá ao médico especialista em patologia mamária uma vez por ano.

  •  Participe em programas de rastreio.


Causas do cancro da mama

O cancro da mama, tal como outras formas de cancro, resulta de vários fatores hereditários e ambientais, que foram identificados como, género, idade, gravidez, hormonas, uma dieta rica em gordura, ingestão de álcool, obesidade e fatores ambientais como, a radiação e o tabaco, lesões no DNA. Estas últimas têm sido experimentalmente associadas à exposição ao estrogénio.

O histórico familiar também é considerado no rastreio como causa para esta doença, por isso, o risco de uma mulher manifestar cancro da mama é maior quando a mãe ou irmã tiveram cancro da mama. O risco é ainda maior se o membro da família já tiver antecedentes de cancro da mama antes dos 40 anos.


Quais os sinais mais comuns no cancro da mama?

O primeiro sintoma ou sinal subjetivo, de cancro da mama, é tipicamente um nódulo que se sente diferente do resto do tecido mamário. De acordo com vários estudos mais de 80% dos casos de cancro da mama são descobertos quando a mulher sente um caroço.

  • Aparecimento de nódulo ou endurecimento da mama ou debaixo do braço.

  •  Mudança no tamanho ou no formato da mama.

  •  Alteração na coloração ou na sensibilidade da pele da mama ou da auréola.

  •  Retração da pele da mama ou do mamilo.

  •  Inchaço significativo.


Como diagnosticar o cancro da mama?

Em ambiente clínico, o cancro da mama é geralmente diagnosticado através de um “teste triplo” palpação da mama, mamografia e citologia aspirativa com agulha fina, exames feitos por um médico especialista.


Como distinguir uma mama normal e outra com cancro:


Mamografia normal


Mamografia com cancro


O tratamento cirúrgico

Mastectomia total: é uma cirurgia que remove apenas a mama. Às vezes, no entanto, os gânglios linfáticos mais próximos também são removidos. É aplicada em casos de tumor difuso. Pode manter-se a pele da mama, que auxiliará muito a reconstrução plástica.


Os tumores malignos/cancro

  • Regra geral são mais graves que os tumores benignos.

  •  Podem colocar a vida em risco.

  •  Podem, muitas vezes, ser removidos, embora possam voltar a crescer.

  •  As células dos tumores malignos podem invadir e danificar os tecidos e órgãos circundantes; podem, ainda, libertar-se do tumor primitivo e entrar na corrente sanguínea ou no sistema linfático – este é o processo de metastização das células cancerígenas, a partir do cancro original (tumor primário), formando novos tumores noutros órgãos.

Todos os dias são detetados 13 novos casos de cancro da mama e em Portugal morrem diariamente quatro a cinco mulheres. Uma doença, normalmente associada a mulheres mais velhas, o cancro da mama começa a ser detetado cada vez mais em pessoas mais jovens. Dizem os especialistas que todos os anos são detetados 4.200 novos casos e que estamos perante uma epidemia, um problema da sociedade. Por isso, tudo o que seja recuar no tempo, antecipar o diagnóstico é benéfico.

É verdade que todos gostamos de receber presentes, mas como este dispensamos e, por isso, devemos seguir o ditado “não deixes para amanhã o que podes fazer hoje”.

 

GALERIA DE IMAGENS