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Rubrica
Falar Saúde
17 de dezembro de 2012 |
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Melhor do que todos os presentes por baixo da árvore de natal é a
presença de uma família feliz.
Desconhecido
Falar Saúde Nº 43
Presente envenenado
Como vem sendo habitual, nesta quadra
natalícia, apelo à vossa reflexão. Desta vez vou poupar nos argumentos,
pois o texto que se segue, da autoria da minha aluna Ana Pereira do
12ºBT2, é bastante esclarecedor. Espero que se emocionem tanto como eu e
que não pensem que só acontece aos outros.
Aproveito para deixar aqui os meus votos de
festas felizes na companhia dos que mais amam, até porque o amor ainda
não paga impostos.
Prof. Isabel Cristina
O senso comum diz-nos que a saúde é
fundamental na nossa vida, mas como comprovar isso assistindo à
progressão de uma doença devastadora? A minha família viveu diariamente
um drama com a minha avó.
Conta a minha mãe, que estavam em pleno mês de
Dezembro quando o impensável aconteceu. Poucos dias antes da véspera de
natal, o pai natal trouxe um presente envenenado para a minha avó, que
nessa altura tinha apenas 38 anos, uma doença horrível: cancro da mama!
Ela foi operada no dia 30 de dezembro de 1981, fez uma mastectomia total
e tratamentos de cobalto no IPO, ganhando em seguida líquido no pulmão,
tendo todos os dias que tirar litros de líquido mas, com a sua força e
coragem e mesmo com o prognóstico dos médicos dando-lhe pouco tempo de
vida, ela lutou sempre com todas as suas forças e posso considerá-la
como “Mãe e Avó Coragem”.
Hoje digo com orgulho e muita alegria que nunca
me arrependeria de lhe chamar “Avó”. A cirurgia foi bastante
traumatizante e dolorosa, e foi difícil perceber o porquê de tamanha
provação.
Ao partilhar esta experiência que transformou o
meu contexto familiar, quis saber mais sobre esta doença. Eis algumas
das minhas conclusões:
O que é o cancro da mama?
O cancro da mama é um tumor maligno que se
desenvolve nas células do tecido mamário. É muito mais frequente nas
mulheres, mas pode atingir também os homens. O cancro da mama
apresenta-se, muitas vezes, como uma massa dura e irregular que, quando
palpada, se diferencia do resto da mama pela sua consistência.
Que cuidados se devem ter para
detetar o cancro da mama?
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O diagnóstico precoce do cancro da mama é
fundamental, pois aumenta as hipóteses de cura. Evita que o cancro
se espalhe para outras partes do corpo, favorecendo o prognóstico,
os tratamentos são menos agressivos e não mutilantes, ajudando na
recuperação e a reabilitação.
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Faça um autoexame das mamas mensalmente,
após o período menstrual.
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Vá ao médico especialista em
patologia mamária uma vez por ano.
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Participe em programas de rastreio.
Causas do cancro da mama
O cancro da mama, tal como outras formas de
cancro, resulta de vários fatores hereditários e ambientais, que foram
identificados como, género, idade, gravidez, hormonas, uma dieta rica em
gordura, ingestão de álcool, obesidade e fatores ambientais como, a
radiação e o tabaco, lesões no DNA. Estas últimas têm sido
experimentalmente associadas à exposição ao estrogénio.
O histórico familiar também é considerado no
rastreio como causa para esta doença, por isso, o risco de uma mulher
manifestar cancro da mama é maior quando a mãe ou irmã tiveram cancro da
mama. O risco é ainda maior se o membro da família já tiver antecedentes
de cancro da mama antes dos 40 anos.
Quais os sinais mais comuns no
cancro da mama?
O primeiro sintoma ou sinal subjetivo, de
cancro da mama, é tipicamente um nódulo que se sente diferente do resto
do tecido mamário. De acordo com vários estudos mais de 80% dos casos de
cancro da mama são descobertos quando a mulher sente um caroço.
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Aparecimento de nódulo ou endurecimento da
mama ou debaixo do braço.
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Mudança no tamanho ou no formato da
mama.
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Alteração na coloração ou na
sensibilidade da pele da mama ou da auréola.
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Retração da pele da mama ou do
mamilo.
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Inchaço significativo.
Como diagnosticar o cancro da mama?
Em ambiente clínico, o cancro da mama é
geralmente diagnosticado através de um “teste triplo” palpação da mama,
mamografia e citologia aspirativa com agulha fina, exames feitos por um
médico especialista.
Como distinguir uma mama normal e outra com
cancro:
Mamografia normal
Mamografia com cancro
O tratamento cirúrgico
Mastectomia total: é uma cirurgia que remove
apenas a mama. Às vezes, no entanto, os gânglios linfáticos mais
próximos também são removidos. É aplicada em casos de tumor difuso. Pode
manter-se a pele da mama, que auxiliará muito a reconstrução plástica.
Os tumores malignos/cancro
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Regra geral são mais graves que os tumores
benignos.
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Podem colocar a vida em risco.
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Podem, muitas vezes, ser removidos,
embora possam voltar a crescer.
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As células dos tumores malignos podem
invadir e danificar os tecidos e órgãos circundantes; podem, ainda,
libertar-se do tumor primitivo e entrar na corrente sanguínea ou no
sistema linfático – este é o processo de metastização das células
cancerígenas, a partir do cancro original (tumor primário), formando
novos tumores noutros órgãos.
Todos os dias são detetados 13 novos casos de
cancro da mama e em Portugal morrem diariamente quatro a cinco mulheres.
Uma doença, normalmente associada a mulheres mais velhas, o cancro da
mama começa a ser detetado cada vez mais em pessoas mais jovens. Dizem
os especialistas que todos os anos são detetados 4.200 novos casos e que
estamos perante uma epidemia, um problema da sociedade. Por isso, tudo o
que seja recuar no tempo, antecipar o diagnóstico é benéfico.
É verdade que todos gostamos de receber
presentes, mas como este dispensamos e, por isso, devemos seguir o
ditado “não deixes para amanhã o que podes fazer hoje”.
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