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Rubrica
Falar Saúde
15 de fevereiro de 2013 |
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Um beijo pode não ser uma coisa higiénica, mas que é a maneira mais deliciosa de se contaminar, isso é.
Duff
Falar Saúde Nº 46
Doçura ou travessura?
Segundo Platão, o
amor é a busca da beleza, da elevação em todos os níveis, o que não
exclui a dimensão do corpo. Estudos recentes concluem mesmo, que o
namoro tranquilo nos adolescentes protege de problemas mentais e
obesidade e induz a manter um estilo de vida com menores condutas de
risco e consumo abusivo de álcool e tabaco.
Haverá namoro sem
beijos? Talvez… se for platónico.
Deixo-vos com o texto da Maria
Matos do 12BT2, sobre o beijo e as suas implicações na saúde.
Prof.
Isabel Cristina
Desde os mais apaixonados aos mais frios, dos
mais novos aos mais velhos, de inverno ou de verão, é comum a ideia de
que beijar é sinónimo de coração quente e barriga fria, uma combinação
bastante aliciante que faz bem à nossa saúde e bem-estar.
São
muitas as vantagens que podemos apontar a este ato tais como: aumenta
uma substância química, serotonina, que nos transmite a sensação de
relaxamento e euforia; estimula o cérebro a libertar endorfinas, criando
uma sensação de bem-estar, o que por sua vez é um verdadeiro antidoto
para a depressão; e, enquanto se beija, os batimentos cardíacos sobem
para 150 batidas por minuto aumentando a oxidação das células, o que por
sua vez leva à diminuição de insónias e dores de cabeça. No ato de
beijar estão ativados 29 músculos o que mantém a nossa pele bastante
firme, não havendo necessidade de gastar dinheiro em cremes! Como se não
bastasse, beijar é algo doce que não engorda! Pois, tal como todas as
atividades físicas, queima calorias. Num beijo uma pessoa perde entre 12
a 18 calorias.
No entanto, poucos de nós conhecemos a dimensão
negativa deste ato. Pois bem, apresento-vos a doença do beijo, mais
cientificamente, mononucleose infeciosa (MI). A MI possui este nome pois
é frequentemente transmitida através de beijos na boca e as amígdalas
ficam de tal forma afetadas que quase se juntam.
Esta doença é
provocada pelo vírus Epstein Barr e, tal como o vírus da gripe,
transmite-se através de um beijo na boca, tosse, espirros ou objetos
utilizados por uma pessoa contaminada, basta que haja contacto com a sua
saliva. Uma vez contagiada a pessoa é transportadora do vírus para o
resto da sua vida.
Esta doença afeta principalmente crianças,
adolescentes e jovens adultos. Antes de entrar em pânico e desconfiar do
namorado/a há que ter em atenção os sintomas e verificar se padecemos
deles. Os sintomas são, nomeadamente, fadiga, cefaleias, vómitos, mau
estar, febre e inflamações da garganta que se identificam pelo aumento
dos gânglios facilmente palpáveis (por vezes é necessária uma extração
cirúrgica do gânglio). Em certos casos, mais gravosos, a doença do beijo
provoca o aumento do fígado e do baço (órgãos essenciais no sistema
digestivo e endócrino, respetivamente).
Normalmente a doença do
beijo não é grave, no entanto não deixa de ser possível que provoque a
hepatite (infeção do fígado), destruição dos glóbulos vermelhos
(constituintes celulares que têm como função transporte de oxigénio),
hemorragias internas, rotura do baço e meningite (infeção das membranas
que envolvem o encéfalo e espinal medula).
Depois de conhecida a
doença, surge a pergunta “como se trata?” Pois bem, não há uma cura
específica para a MI, é recomendável que se beba muitos líquidos, que se
tome a medicação para as dores de garganta e esperar que passe,
naturalmente.
Se não tratar corretamente esta doença,
consequências graves são de esperar, tais como problemas respiratórios,
inflamações do músculo cardíaco e complicações no sistema nervoso.
Não se esqueça que beijar, é um ato doce que pode azedar, mas para
que isso não aconteça há que estar prevenido, ter em atenção estes
sintomas e, caso haja motivo de desconfiança, ir ao médico é a melhor
solução.
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