FALAR SAÚDE Nº 49: Kefir

Prof. Isabel Cristina
16/04/2013

Apesar de a ciência estar sempre a evoluir, na mente de muitos prevalece o conhecimento que é passado de geração em geração. Umas vezes, por razões económicas, outras vezes por falta de confiança na medicina moderna...

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Rubrica GOVCIC 02 de Março de 20
 

 

  Rubrica
Falar Saúde
16 de abril de 2013

 

 

 

 

 


As coisas que nos assustam são em maior número do que as que efetivamente fazem mal e afligimo-nos mais pelas aparências do que pelos factos reais.
Séneca


Falar Saúde Nº 49
Kefir


Apesar de a ciência estar sempre a evoluir, na mente de muitos prevalece o conhecimento que é passado de geração em geração. Umas vezes, por razões económicas, outras vezes por falta de confiança na medicina moderna, diariamente milhares de pessoas depositam a sua saúde em remédios caseiros e produtos naturais ditos “milagrosos”. Geralmente, os produtos naturais não são aceites pela comunidade científica, no entanto, isso não significa que os resultados não sejam visíveis.

Quero aproveitar este artigo para vos dar a conhecer um produto natural chamado Kefir, também conhecido como “cogumelo do leite”. O desconhecimento deste produto deve-se ao facto de este não ser comercializado, mas sim disponibilizado de pessoa para pessoa, através de amostras.

O Kefir é obtido através da fermentação do leite por organismos benéficos. Estes organismos constituem uma mistura complexa de bactérias não patogénicas específicas e leveduras que se alimentam da lactose contida no leite. Estas bactérias formam uma massa que cresce e forma um amontoado de grãos semelhantes à couve-flor, como se pode observar na figura.

Quando estes grãos são mergulhados no leite, fermentam-no, em aproximadamente 24 horas, e obtemos o conhecido “iogurte de Kefir”.

Os grãos de kefir foram considerados um presente de Alá entre os membros das tribos muçulmanas das montanhas do Cáucaso, pelos seus efeitos benéficos e pelas suas propriedades curativas.

Benefícios

O Kefir funciona como alimento probiótico, isto é, as substâncias que o constituem contribuem para o aumento ou estabilização da flora intestinal melhorando a nutrição do consumidor, protegendo-o assim contra certas doenças. Isto acontece porque o Kefir age como desintoxicante e regula o funcionamento do intestino sem causar diarreias. Desta forma, o organismo elimina as toxinas e promove uma melhor absorção dos nutrientes.

Os efeitos do Kefir já foram testados em animais e observaram-se propriedades anticancerígenas, antifúngicas, antivirais e antimutagénicas. No entanto, ainda não foram demonstradas cientificamente em seres humanos.

Cuidados a ter na preparação do Kefir

Na manipulação dos grãos de Kefir existem alguns cuidados importantes a ter. Relativamente à temperatura a que podem estar sujeitos, deve evitar-se os extremos, isto é, tanto as altas como as baixas temperaturas. Os grãos são muito sensíveis, sendo que necessitam de temperaturas o mais constantes possível (entre 22ºC e 26ºC). Em relação ao local onde é guardado, deve-se evitar os locais com muita luminosidade.

Quanto à sua preparação, deve-se renovar o leite, que os grãos fermentam, de 24 em 24 horas. Podemos deixar a fermentar mais ou menos tempo, mas esta ação pode mudar os efeitos pretendidos. No entanto, é aconselhado que o tempo de fermentação não ultrapasse as 48 horas. Caso ultrapasse, não deve ser ingerido.

Devido ao facto de o ácido produzido durante a fermentação reagir com os metais, devemos utilizar apenas instrumentos não metálicos para coar a nossa mistura de modo a obter o iogurte de Kefir sem grãos para que este possa ser consumido.

Formas de consumo

O Kefir pode ser consumido ao natural ou em forma de batido de frutas e cereais. Existem inúmeras receitas de gelados e batidos, entre outros, em que é aplicado o Kefir.

Graças à grande variedade de aplicações deste produto natural, o Kefir pode ser usado em lanches, refeições e até sobremesas, substituindo assim alimentos mais calóricos.


Cátia Cruz, 12BT2
Prof. Isabel Cristina (revisão científica)

 

 

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