As coisas que nos assustam são em maior número do que as que
efetivamente fazem mal e afligimo-nos mais pelas aparências do que pelos
factos reais.
Séneca
Falar Saúde Nº 49
Kefir
Apesar de a ciência estar sempre a evoluir,
na mente de muitos prevalece o conhecimento que é passado de geração em
geração. Umas vezes, por razões económicas, outras vezes por falta de
confiança na medicina moderna, diariamente milhares de pessoas depositam
a sua saúde em remédios caseiros e produtos naturais ditos “milagrosos”.
Geralmente, os produtos naturais não são aceites pela comunidade
científica, no entanto, isso não significa que os resultados não sejam
visíveis.
Quero aproveitar este artigo para vos dar a
conhecer um produto natural chamado Kefir, também conhecido como
“cogumelo do leite”. O desconhecimento deste produto deve-se ao facto de
este não ser comercializado, mas sim disponibilizado de pessoa para
pessoa, através de amostras.
O Kefir é obtido através da fermentação do
leite por organismos benéficos. Estes organismos constituem uma mistura
complexa de bactérias não patogénicas específicas e leveduras que se
alimentam da lactose contida no leite. Estas bactérias formam uma massa
que cresce e forma um amontoado de grãos semelhantes à couve-flor, como
se pode observar na figura.
Quando estes grãos são mergulhados no leite,
fermentam-no, em aproximadamente 24 horas, e obtemos o conhecido
“iogurte de Kefir”.
Os grãos de kefir foram considerados um
presente de Alá entre os membros das tribos muçulmanas das montanhas do
Cáucaso, pelos seus efeitos benéficos e pelas suas propriedades
curativas.
Benefícios
O Kefir funciona como alimento probiótico, isto
é, as substâncias que o constituem contribuem para o aumento ou
estabilização da flora intestinal melhorando a nutrição do consumidor,
protegendo-o assim contra certas doenças. Isto acontece porque o Kefir
age como desintoxicante e regula o funcionamento do intestino sem causar
diarreias. Desta forma, o organismo elimina as toxinas e promove uma
melhor absorção dos nutrientes.
Os efeitos do Kefir já foram testados em
animais e observaram-se propriedades anticancerígenas, antifúngicas,
antivirais e antimutagénicas. No entanto, ainda não foram demonstradas
cientificamente em seres humanos.
Cuidados a ter na preparação do Kefir
Na manipulação dos grãos de Kefir existem
alguns cuidados importantes a ter. Relativamente à temperatura a que
podem estar sujeitos, deve evitar-se os extremos, isto é, tanto as altas
como as baixas temperaturas. Os grãos são muito sensíveis, sendo que
necessitam de temperaturas o mais constantes possível (entre 22ºC e
26ºC). Em relação ao local onde é guardado, deve-se evitar os locais com
muita luminosidade.
Quanto à sua preparação, deve-se renovar o
leite, que os grãos fermentam, de 24 em 24 horas. Podemos deixar a
fermentar mais ou menos tempo, mas esta ação pode mudar os efeitos
pretendidos. No entanto, é aconselhado que o tempo de fermentação não
ultrapasse as 48 horas. Caso ultrapasse, não deve ser ingerido.
Devido ao facto de o ácido produzido durante a
fermentação reagir com os metais, devemos utilizar apenas instrumentos
não metálicos para coar a nossa mistura de modo a obter o iogurte de
Kefir sem grãos para que este possa ser consumido.
Formas de consumo
O Kefir pode ser consumido ao natural ou em
forma de batido de frutas e cereais. Existem inúmeras receitas de
gelados e batidos, entre outros, em que é aplicado o Kefir.
Graças à grande variedade de aplicações deste
produto natural, o Kefir pode ser usado em lanches, refeições e até
sobremesas, substituindo assim alimentos mais calóricos.
Cátia Cruz, 12BT2 Prof. Isabel Cristina
(revisão científica)
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