FALAR SAÚDE Nº 56: Piercings

Prof. Isabel Cristina
18/11/2013

Segundo o Livro Guinness dos Recordes, Elaine Davidson é a mulher com mais piercings (do inglês to pierce, que significa furar) no corpo.

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Rubrica GOVCIC 02 de Março de 20
 

 

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Falar Saúde
18 de novembro de 2013

 

 

 

 

 


"Eu tive de poupar dinheiro para pagar os meus piercings e as minhas tatuagens. É um processo dramático, longo e lento para um piercing cicatrizar e o corpo se ajustar a ele.“
Elaine Davidson


Falar Saúde Nº 56
Piercings


Segundo o Livro Guinness dos Recordes, Elaine Davidson é a mulher com mais piercings (do inglês to pierce, que significa furar) no corpo. A quantidade dos seus enfeites foi aumentando ao longo dos anos e, em março de 2012, já se contabilizavam mais de 9000 em toda a sua extensão corporal, interna ou externamente.

Nasceu no Brasil, é casada com um homem sem piercings e costumava ser enfermeira, hoje gere uma loja de aromaterapia.

 Para quem tiver curiosidade de saber qual é o seu aspeto sugerimos a consulta do link http://www.youtube.com/watch?v=5G74Kbi1oNs, desde que a sua sensibilidade assim o permita.

A Elaine, dizem, não bebe nem consome drogas de que natureza for. Então o que a terá levado a perfurar todo o seu corpo? Moda, mania ou doença? Seja qual for a justificação está no seu direito.

Tudo teve início há mais de 5000 anos com as primeiras tribos da raça humana. Estas começaram com a atribuição de significados sagrados para o uso deste adorno, contudo na sociedade moderna é apenas uma questão de excentricidade e criatividade e embora muita gente tenha a ideia de que colocar um piercing é um processo fácil e que qualquer pessoa o pode fazer, não é verdade.

Um mau profissional pode pôr em causa o seu bem-estar e o do cliente. Devido a este tipo de conceitos houve um crescimento no número de lojas com funcionários que não possuem a formação essencial para executarem este género de trabalho, comportamentos que são a causa do aumento dos riscos de infeção, transmissão de doenças, sangramento prolongado, dor e inchaço, dentes danificados e/ou ferimentos nas gengivas (mais associados a piercings na zona da boca e língua) e de interferência com o normal funcionamento de um órgão, uma vez que por si só esta já é considerada uma técnica arriscada.


Antes, durante e após o procedimento

Assim sendo, antes de qualquer tipo de procedimento deve-se desinfetar previamente o local em questão do corpo da pessoa e ter atenção à esterilização dos materiais que vão ser utilizados e o método que vai ser posto em prática.

A cicatrização após aplicação de um piercing começa com um processo de epitelização do tecido em volta do adereço – através da formação de um novo tecido queratinizado. Ao mesmo tempo é comum a produção de líquidos ou secreções de cor branca, transparente ou um amarelo esbatido resultado da reação do sistema imunológico ao corpo estranho. Por outro lado, é necessário ter em conta que cada tecido tem um diferente tipo de processo cicatrizante, variando no tempo em que este se processa.

Devemos ter em conta que os piercings podem, ainda, ser constituídos por vários tipos de materiais. O ideal será usar aqueles que são constituídos por titânio, por serem os menos reativos e, assim, não serem tão suscetíveis de alergias ou inflamações e não o ouro ou o aço cirúrgico, como normalmente se costuma dizer.


Alargadores

Os alargadores são outros dos adereços que agora “estão na moda”. O seu uso tem como objetivo alargar o furo que foi previamente feito (tal como o próprio nome nos sugere). Os lóbulos das orelhas são o local mais frequente, sendo que, por vezes, pode levar ao aparecimento de queloides (saliência espessa na pele devido à proliferação anormal de células), tal como qualquer furo.


Existem maneiras de nos livrarmos da marca deixada por um piercing ou alargador?

A resposta a esta pergunta é sim. Os piercings não deixam uma marca tão profunda e tão irremediável no nosso corpo como as tatuagens. Quando retiramos um adereço do nosso corpo a marca por ele deixada por ser corrigida através da cicatrização natural do organismo da pessoa ou através de cirurgia.


Um outro olhar sobre este assunto…

Na perspetiva da medicina alternativa, o uso de piercings não é apoiado pelos seus fiéis, pois a nossa orelha é o centro de comando do nosso corpo, refletindo o nosso estado fisiológico e patológico, sendo que, cada ponto desta controla uma atividade do nosso organismo. Como tal, se afetarmos um destes pontos vamos estar a estimular de forma descontrolada um certo mecanismo ou a produzir o efeito contrário, a inibir. Por exemplo, é muito comum furar-se o lóbulo da orelha, o que pode causar problemas oculares ou paralisias faciais, distúrbios no sono, vertigens, alterações de concentração ou emocionais. Outro exemplo é o furo do antítrago (pequena saliência triangular da orelha), que pode diminuir o apetite sexual ou ainda o piercing no umbigo, que é um furo que se situa ao longo do meridiano do estômago, ou seja, pode causar problemas neste órgão. São vários os fundamentos desta Medicina e são já muitos os que se convertem aos seus ensinamentos.

Cabe, agora, a cada um de nós decidir o que é melhor para si!

Nota adicional: Este artigo foi desenvolvido em conjunto com a ex-aluna do curso de Biotecnologia Marta Almeida, que ingressou este ano letivo, no ensino superior, no curso de Medicina no Instituto de Ciências Biomédicas Dr. Abel Salazar.

Prof. Isabel Cristina 

 

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