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Rubrica
Falar Saúde
11 de março de 2014 |
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O mal é doce no começo, mas amargo no fim.
Textos Judaicos
Falar Saúde Nº 62
Boca doce
Na sequência do artigo anterior, e porque o
seu consumo é preocupante no universo do colégio, desta vez vamos falar
de refrigerantes.
Entende-se por refrigerante ou bebida
refrigerante, a bebida não alcoólica essencialmente constituída por
água, mas que pode ser adoçada, acidulada, carbonatada, podendo ainda
conter frutos, sumos de frutos ou sais.
Os primeiros
refrigerantes surgiram em 1676, em Paris. Na verdade, a mistura era mais
um sumo artificial do que um refrigerante, pois continha água, sumo de
limão e açúcar. O refrigerante tal como o conhecemos, com a mistura de
água e gás, foi inventado mais tarde, em 1772, por Joseph Priestley, o
qual desenvolveu as pesquisas que levaram à descoberta da água
gaseificada. No entanto, tal mistura só foi comercializada em 1830,
exclusivamente para fins farmacêuticos como, por exemplo, no auxílio da
digestão.
Atualmente os seus aromas podem ter origem em sumos de
frutas, em extratos vegetais ou em substâncias aromáticas, permitindo a
formação das seguintes categorias:
-
Refrigerantes de sumos de fruta
– diluição de sumo em água, podendo ou não ser carbonatados
(gaseificados).
-
Refrigerantes de extratos – diluição de diferentes
extratos vegetais em água, tais como limão, pêssego, etc.
-
Refrigerantes aromatizados – junção de água, aromatizantes e açúcar.
-
Sumos de néctares – subconjunto de refrigerantes, uma vez que é uma
bebida com menos adições que os refrigerantes, logo é mais nutritivo, e
pode ser de três tipos:
-
Néctar, com 25% a 50% de sumo de polpa de
fruta, água e adição de açúcar.
-
Néctar light, que contém 25% a 50%
de sumo, polpa de fruta e água com adição de edulcorantes (substâncias
capazes de conferir um sabor doce sem fornecerem energia).
-
Sumo
100%, com 100% sumo e polpa de fruta sem nenhum tipo de adições.
Qual a relação entre o consumo de refrigerantes e a saúde?
Tudo o
que se enquadra dentro do patamar denominado de “refrigerante” não é
saudável. Os refrigerantes são ricos em fosfatos, compostos que, segundo
vários estudos nos EUA, aumentam o risco de doenças como, a osteoporose,
o cancro da pele, bem como o seu envelhecimento, a insuficiência renal e
problemas musculares vários. Os principais problemas parecem estar na
eliminação de nutrientes, como o cálcio e o potássio, promovidos pelo
excesso de ácido fosfórico, e no facto de ser uma bebida extremamente
ácida, sendo necessários 30 copos de água para neutralizar essa acidez.
Acresce ainda que, se ingeridos em excesso no período das refeições,
o que quase sempre acontece nas bebidas açucaradas como, por exemplo, o
Ice Tea, os refrigerantes irão diluir os sucos gástricos impedindo a sua
ação eficiente e, por conseguinte, dificultar a digestão e impedir o
aproveitamento nutricional máximo dos alimentos ingeridos.
Se
pensam que as versões diet são menos perigosas desenganem-se! Além de
possuir todos os problemas dos refrigerantes tradicionais, as versões
diet contêm aspartame. Esta substância está relacionada com uma lista
enorme de doenças como, ataques de ansiedade, compulsão alimentar,
defeitos congénitos, cegueira, tumores cerebrais, dor torácica,
depressão, tonturas, epilepsia, fadiga, dores de cabeça e enxaquecas,
perda auditiva, palpitações cardíacas, hiperatividade, insónias, dor nas
articulações, dificuldade de aprendizagem, cãibras musculares, problemas
reprodutivos e até mesmo a morte.
Por estas razões não é difícil
entender que, se não pudermos evitar os refrigerantes, devemos pelo
menos tentar moderar o seu consumo e optar, sempre que possível, pela
água ou sumos naturais. Devemos ainda evitar recorrer aos refrigerantes
como meio de hidratação, por exemplo, depois do exercício físico.
Deixo-vos com as palavras do Prof. Dr. Carlos Alexandre Fett,
professor da Faculdade de Educação Física e mestre em Nutrição da UFMT,
que não podiam ser mais esclarecedoras.
“O que acontece quando
você acaba de beber um refrigerante?
-
Primeiros 10 minutos... 10
colheres de chá de açúcar “batem” no seu corpo, 100% do recomendado
diariamente. Você não vomita imediatamente devido ao doce extremo,
porque o ácido fosfórico corta o gosto.
-
20 minutos depois… O nível
de açúcar atinge o valor máximo no seu sangue, forçando um “jato” de
insulina. O fígado responde transformando todo o açúcar que recebe em
gordura.
-
40 minutos depois… A absorção de cafeína está completa (30
a 55 mg). As suas pupilas dilatam, a pressão sanguínea sobe, o fígado
responde bombeando mais açúcar na corrente sanguínea. Os recetores de
adenosina no cérebro são bloqueados para evitar tonturas.
-
45
minutos depois... O corpo aumenta a produção de dopamina, estimulando os
centros de prazer do corpo (fisicamente, funciona como com a heroína!).
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50 minutos depois… O ácido fosfórico “empurra” cálcio, magnésio e
zinco para o intestino grosso, aumentando o metabolismo. As altas doses
de açúcar e outros adoçantes aumentam a excreção de cálcio na urina, ou
seja, uma das causas da osteoporose.
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Ao fim de 60 minutos… As
propriedades diuréticas da cafeína entram em ação. Você urina. Agora é
garantido que eliminará cálcio, magnésio e zinco, tão importantes para
os seus ossos. Entretanto começará a sofrer com a falta de açúcar e
ficará irritadiço.
Prof. Isabel Cristina
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