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Rubrica
Falar Saúde
26 de maio de 2014 |
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Se deres um peixe a um homem faminto, vais alimentá-lo por um dia.
Se o ensinares a pescar, vais alimentá-lo toda a vida.
Lao-Tsé
Falar Saúde Nº 66
Vivinha da costa
Aproxima-se o fim das aulas e, com ele, o
mês dos santos populares e das sardinhas assadas: pele brilhante,
guelras vermelhas e olhos salientes e transparentes, com cheiro a
maresia, à mesa são rainhas e na boca pérolas do oceano.
Desde sempre presentes na cozinha portuguesa,
as sardinhas, assadas nas brasas, fritas ou no forno, combinam na
perfeição com saladas e acompanham, com classe, um bom vinho. Também são
reconhecidas como um alimento de excelente qualidade nutricional,
obtendo um estatuto apreciável junto daqueles que fazem da gastronomia
um ritual de satisfação.
Todos sabemos que o consumo regular de peixe é
essencial a uma alimentação saudável. A proteína do peixe é de bom valor
biológico e fácil digestão, pelo que ajuda a satisfazer as necessidades
proteicas de uma forma mais eficaz e saudável.
As sardinhas são ricas em vitaminas e minerais,
em especial as vitaminas A e D, fósforo e iodo, e são também um alimento
com um teor elevado de gordura polinsaturada. A verdade é que a
sardinha, como outros peixes gordos, contém ácidos gordos ómega 3,
essenciais para o bom funcionamento do organismo, nomeadamente do
coração. Ajudando a reduzir as taxas de triglicéridos e de colesterol no
sangue, a sardinha possibilita ainda a redução da pressão arterial e
altera a estrutura da membrana das células sanguíneas, tornando assim o
sangue mais fluido.
No entanto, como “não há bela sem senão”, os
peixes gordos são desaconselhados para pessoas que sofram de níveis
elevados de ácido úrico no sangue (hiperuricemia) ou gota, devido ao seu
elevado teor em purinas, que no organismo são transformadas em ácido
úrico. Se a sardinha viver em águas poluídas, a gordura armazena alguns
contaminantes que, a longo prazo, podem ser prejudiciais à saúde.
Dicas de frescura
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Ao comprar sardinhas devemos ter em atenção
o seu aspeto brilhante, a pele luminosa, por forma a não apresentar
manchas estranhas, a sua tonalidade uniforme, os olhos brilhantes e
o “corpo” rijo.
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Como se deterioram com facilidade, devem
ser consumidas no próprio dia ou no dia seguinte à compra. Se forem
para consumir no dia seguinte, retirar as vísceras, lavar e
colocá-las na zona mais fria do frigorífico.
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Para prazos maiores, congelar. Lavar
previamente e utilizar sacos apropriados para embalar, garantindo
que as sardinhas não estão em contacto com o ar. Colocá-las lado a
lado para não as esmagar e indicar sempre, na embalagem, a data de
congelação. Durante o período de congelação, a temperatura deve ser
constante, no mínimo de -18ºC. Para serem confecionadas
posteriormente, as sardinhas não têm de ser descongeladas.
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A melhor época para consumir sardinhas vai
de maio a novembro, altura em que apresentam um maior teor de
gordura e, consequentemente, um melhor aroma e paladar. Lá diz o
povo: “Sardinha de S. João já pinga no pão”!
À falta de sardinha fresca podemos sempre
“pescar” na prateleira do hipermercado. A sardinha em lata, ou de
conserva, é tão saudável quanto a fresca, tem a mesma quantidade de
ômega 3 e sendo conservada em molho de tomate ou azeite de oliva não tem
alto teor de sódio e todas aquelas coisas menos boas que se costumam
encontrar em produtos enlatados. Além de saborosas são práticas.
Prof. Isabel Cristina
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