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Rubrica
Falar Saúde
02 de março de 2015 |
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Às vezes a vida vai-te golpear a cabeça com um tijolo. Não
percas a fé.
Steve Jobs
Falar Saúde Nº 77
Enxaquecas
A enxaqueca é um tipo comum de dor de cabeça,
intensa e pulsátil (latejante), que normalmente afeta um lado da cabeça.
A acompanhar a dor podem surgir sintomas como vómitos, náusea e
intolerância à luz (fotofobia) e ao som (fonofobia). Estes sinais podem
durar apenas algumas horas, mas, em casos excecionais, podem ir até três
dias. A enxaqueca tem uma componente genética e é uma resposta
individual a fatores ambientais, como o barulho, o som, etc.
Incapacidade, baixa qualidade de vida e diminuição do rendimento escolar
ou profissional são apenas algumas das consequências.
São vários os sinais de alarme:
-
primeira vez que tem uma dor de cabeça
muito intensa;
-
súbita e violenta cefaleia, como se
tivesse levado uma pancada na cabeça;
-
vómitos e febre alta a acompanhar a
dor;
-
tratamento não alivia sintomas;
-
dores de cabeça acompanhadas por
sintomas estranhos (vê mal de um olho, fica com dores quando se
penteia ou mastiga, etc.);
-
alteração repentina das dores de
cabeça, ao nível da intensidade e dos sintomas. Nestes casos, a
origem pode estar num problema mais grave (meningite, trombose,
hemorragia cerebral, etc.).
Consulte, urgentemente, o seu médico.
Certas mudanças no estilo de vida podem fazer a
diferença na prevenção deste tipo de cefaleia. Faça um diário das suas
dores de cabeça, marcando datas, duração, intensidade da dor, sintomas e
outros fatores relevantes. É uma ferramenta indispensável para
compreender as possíveis causas. Desta forma, poderá, com o seu médico,
identificar os fatores que causaram a cefaleia, bem como o melhor
tratamento. Adote um estilo de vida saudável e não exagere no consumo de
analgésicos. Procure manter hábitos de sono regulares e evite picos de
maior stresse. Não salte refeições e coma regularmente e a horas. Pode
já começar a deixar de fumar.
Na escolha do tratamento, enquanto uns preferem
os medicamentos, outros optam por diferentes recursos, como psicoterapia
ou outras terapias complementares. A intensidade, a frequência das
crises e as características dos sintomas devem ser tidas em conta. A
forma como cada um faz o tratamento é também fundamental para analisar a
sua eficácia. Por exemplo, um paciente que espere muito tempo para tomar
a medicação corre o risco de a vomitar. Aconselha-se, por isso, iniciar
o tratamento com antecipação (ou seja, logo que surjam os primeiros
sinais) e na menor dose possível. Ainda é impossível impedir as crises,
mas a enxaqueca pode ser adiada, suavizada e o seu impacto pode até ser
reduzido.
Para as enxaquecas moderadas ou ligeiras, os
analgésicos comuns, como o paracetamol, o ácido acetilsalicílico e o
ibuprofeno poderão ser suficientes. Outros medicamentos utilizados são
os antieméticos, que evitam os vómitos e diminuem as náuseas. Quando os
analgésicos tradicionais não são suficientes, deve encarar-se a
possibilidade de tomar medicação específica para a enxaqueca.
Tomar medicamentos regularmente contra a dor,
sejam analgésicos simples ou medicamentos para as enxaquecas, pode
causar o efeito contrário. Em vez de impedir as dores de cabeça, podem
provocá-las. O organismo habitua-se à medicação e a dor de cabeça é
causada pelo próprio tratamento: trata-se do "efeito rebound".
Tomar diariamente um analgésico, mesmo que seja
numa dose pequena, torna o paciente mais suscetível de sofrer uma
enxaqueca, do que se tomar uma dose mais forte uma vez por semana. Quem
toma analgésicos, ou medicamentos específicos, para a enxaqueca mais de
duas vezes por semana deve interromper este tipo de medicação, pois é
sinal de que não está a fazer o efeito desejado.b Ao princípio poderá
ter sintomas de ressaca, mas as características normais da dor de cabeça
acabarão por voltar e aí será possível aplicar o tratamento correto.
Depois, convém consultar o seu médico, para aconselhar uma alternativa
mais adequada para o problema.
Algumas pessoas preferem recorrer às terapias
complementares. Apesar de ainda não existirem muitos estudos científicos
sobre a sua eficácia, algumas poderão amenizar a intensidade das crises.
A acupuntura, por exemplo, é muito utilizada na prevenção da enxaqueca.
No entanto, esta terapia não parece eficaz no que toca aos ataques
agudos. A quiropraxia é também um dos tratamentos alternativos mais
procurados, quando a enxaqueca é acompanhada por dores musculares.
Contudo, também não existem estudos científicos que comprovem a sua
eficácia. Se optar por uma terapia alternativa, esta não deve substituir
o acompanhamento médico.
Fonte:
www.deco.proteste.pt Prof. Isabel Cristina
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