Na semana de quatro a sete de abril, realizou-se uma visita de estudo
ao complexo químico de Huelva, na qual participaram os alunos das turmas
de Química, Ambiente e Qualidade e de Biotecnologia, desta apenas os da
via tecnológica, ambas do 12.º ano.
Acompanhados pelos professores Joaquim Baptista e Ricardo Silva, os alunos
embarcaram numa viagem cujos principais objetivos passavam pela aquisição
e aprofundamento de conhecimentos basilares para esses cursos, mas também
despertar o interesse para a cultura de outros países, bem como estreitar
laços de amizade e socialização entre todos os intervenientes.
Assim, tal como previsto, às 8h30, alunos e professores concentraram- se
no pavilhão do ensino básico para o início desta visita, estando a
animação escondida pelo sono matinal. A viagem, de aproximadamente oito
horas, foi feita sem contratempos, apesar de São Pedro não ajudar,
obrigando a um piquenique improvisado, mas cheio de boa disposição e de
boas iguarias.
No segundo dia, após um reconfortante “desayuno”, rumou-se a Sevilha, uma
cidade espanhola, situada a sudoeste da Península Ibérica, na Comunidade
Autónoma de Andaluzia. O “Reales Alcázares” de “Sevilla” captou a atenção
de todos pelas conjugações de diversos estilos arquitetónicos e arte, mas
também pelos seus magníficos jardins e vegetação envolvente. Com um
passeio pelo belo Parque “María Luísa”, a visita prosseguiu, após um
reconfortante almoço, até se chegar à majestosa Praça de Espanha, onde se
faz jus à cultura espanhola. Esta praça é atravessada por um canal cujas
quatro pontes representam os quatro antigos reinos da Espanha, e onde foi
possível recarregar energias através de um relaxante e divertido passeio
de barco. Antes do Museu “Casa de la Ciencia”, a atenção recaiu sobre o
Consulado Português em Sevilha, imponente pelo peso da sua história.
Chegando ao museu, um espaço aberto dedicado a amantes da ciência, várias
exposições foram apreciadas, dentre as quais uma exposição chocante pela
sua crua e desnudada realidade, a exposição “Escreta”, onde os dejetos
humanos foram vistos como uma fonte de estudo científico. Para além desta
exibição, outras como a “Memoria”, onde é dada uma particular atenção aos
cinco sentidos, já que estes são fundamentais para a construção da memória
do ser humano, a exposição “Leonardo DaVinci”, que dá vida aos esboços
deste génio que nascera fora do seu tempo, e a “Geosevilla”, com a
visualização de diversos minerais, fósseis e rochas, que apresenta uma
história visual do processo geológico que ocorreu e moldou o nosso planeta
desde o Paleozoico até aos dias de hoje.
O dia seguinte começou com a visita à estátua de Cristóvão Colombo, local
onde o descobridor partiu em direção à descoberta da Índia pelo Ocidente.
Tal como na ciência, onde algumas das maiores descobertas ocorrem por
acidente, Cristóvão Colombo não descobriu o caminho marítimo para a Índia
via ocidente, mas acabou por descobrir a América. De seguida, visitou-se a
empresa “Atlantic Copper”, uma das maiores fábricas produtoras de cobre a
nível mundial. A matéria-prima utilizada nesta fábrica provém da extração
mineira, nomeadamente das minas de Neves-Corvo em Portugal. Desde o
minério à entrada, que contém cerca de 15% (m/m) de cobre, até à
eletrólise para a obtenção do produto final, cobre com uma pureza de
99,99% (m/m), pudemos tomar contacto com os vários processos desenvolvidos
e aperfeiçoados pela empresa. Elevada condutividade térmica e elétrica,
maleabilidade, resistência à corrosão, e poder antimicrobiano são apenas
algumas das várias propriedades do cobre, que é utilizado como a matéria-
prima ideal para a produção de fio de cobre de alta especificação e da sua
subsequente utilização em vários núcleos e máquinas de fio esmaltado. Para
além do cobre, nesta indústria, também se obtêm outros produtos, tal como
o ácido sulfúrico, que se comercializa para outros processos industriais,
nomeadamente na produção de adubos químicos. Outros compostos mais ou
menos nobres são separados durante o processo da fundição, por exemplo
silicatos de ferro, que são incorporados no alcatrão das autoestradas, e
também ouro e prata, metais de elevado valor monetário. Depois da visita à
“Atlantic Copper”, o périplo ao complexo Químico de Huelva, o 3.º maior da
Europa, prosseguiu podendo-se visualizar a forma como as diversas unidades
fabris cooperam entre si, fundamentalmente em termos energéticos. Foi
também evidente o grande cuidado ambiental na laboração deste complexo
químico, bem patente nas vastas plantações de morangos, vizinhas das
várias fábricas ali existentes. Durante este dia, houve ainda a
oportunidade de visitar o “Molle das Caravelas”, onde se apreciaram as
réplicas de duas Caravelas, comandadas por Cristóvão Colombo na viagem de
descoberta da América, “Niña” e “Pinta”.
No regresso a casa, na quinta-feira, houve tempo, ainda, para parar no
Parque das Nações, em Lisboa, aproveitando um pouco daquilo que este
espaço tem para oferecer em termos culturais e gastronómicos. A chegada ao
Colégio deu-se por volta das 18h00, foi pautada pela alegria do reencontro
de familiares e pela saudade que já se fazia sentir do convívio e da
bonita cidade de Huelva. Como alguém referiu, tudo faz sentido e se
completa quando se regressa são e salvo ao ponto de partida, quando se
chega a casa!
A opinião unânime dos intervenientes é a de que a viagem foi bastante
profícua, não apenas a nível científico e cultural, mas também pela
aproximação de laços de amizade e companheirismo entre todos os que
participaram nesta visita.
Ana Cláudia, do 12.º QABT
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