Conferência «Integridade Académica em
Portugal»
Porque acredita, de facto, na importância de sermos uma escola de
jovens com projetos de vida com sentido, o curso de Assessoria Jurídica e
Documentação tem tido a preocupação de propor à escola um conjunto de
temáticas que, em contextos que lhe são próximos e próprios, demonstrem
aos discentes a importância de querer ser diferente.
No ano transato, sugerimos o tema das Praxes Académicas com ênfase na
importância de dizer “não” na defesa dos direitos de personalidade. Este
ano, coube-nos o privilégio de receber a Professora Doutora Aurora
Teixeira, docente e investigadora da Faculdade de Economia do Porto e
autora dum estudo sobre integridade académica no Ensino Superior. A
conferência fez parte do projeto de trabalho de formação em contexto de
trabalho do aluno Francisco Gomes, do 12.º AJ, que escolheu dissertar
sobre o Plágio.
A nossa ilustre convidada abordou algumas curiosidades relativas ao plágio
na música, nas artes e na política, a nível nacional e internacional, e
apresentou à audiência o seu estudo relativo aos vários tipos de plágio e
cópia em exames cometidos pelos alunos das Universidades portuguesas. Num
discurso pedagógico, procurou trazer à colação as razões que motivam os
alunos a copiar ou deixar copiar, explicando os vários tipos de plágio e a
diversidade dos autores que plagiam factos, caraterizando o plágio como um
fenómeno transversal e ubíquo.
O estudo da sua autoria revela uma ligeira descida nos valores
referenciados entre o ano de 2010 e 2015, mas a professora considera que
“As escolas não fizeram ainda o suficiente para disponibilizar linhas
orientadoras aos seus estudantes para uma coautoria responsável e aos seus
docentes para uma adequada supervisão de estudantes”, além de que as
famílias/contexto nem sempre ajudam na medida em que “80% dos pais estão
apenas interessados nas classificações e bons desempenhos escolares dos
seus filhos, estando pouco recetivos a debater e a interagir com os
professores / escola os aspetos negativos referentes ao comportamento dos
mesmos.”
A análise elaborada pela Professora sobre a relevância ou impacto da
desonestidade académica nos jovens remeteu-nos por completo para o lema
desta escola. Jovens com projetos de vida com sentido, futuros líderes de
um amanhã que se quer melhor, não podem alicerçar as suas carreiras com
base em pressupostos fraudulentos que inibem a capacidade de fazer melhor
e de ser melhor.
Efetivamente, os estudos revelam que existe uma relação direta entre a
fraude académica e o índice de corrupção dos países que, por sua vez, se
reflete no seu baixo nível de desenvolvimento económico e social.
Francisco Gomes, do 12.º AJ e Prof.ª Maria José Queirós
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