Um sábado diferente

Prof.ª Isabel Cristina
29/07/2016

Sempre na procura do conhecimento mais atual, até porque a área de estudos assim o obriga, o Grupo de professores de Ciências Naturais do núcleo do ensino secundário realizou mais uma saída de campo.

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O Internato


Sempre na procura do conhecimento mais atual, até porque a área de estudos assim o obriga, o Grupo de professores de Ciências Naturais do núcleo do ensino secundário realizou mais uma saída de campo. Sob a orientação da Mestre em Geologia Lúcia Vasquez, rumaram à Figueira da Foz, no passado dia 23. O destino foi o Cabo Mondego, situado no bordo ocidental da Serra da Boa Viagem, a cerca de 49 Km a Oeste de Coimbra e a 7 Km a Norte da Figueira da Foz.

Numa viagem ao passado, os professores recuaram no tempo cerca de 160 milhões de anos, a uma altura em que ainda não existiam Homens e os seres vivos eram bem diferentes dos atuais, num local que correspondia ao fundo do mar.

Com início nas instalações da desmantelada Cimpor, e com a garantia de maré baixa, a aventura teve lugar nas praias em frente à Fábrica de Cal e à antiga Pedreira Norte. Nestas paragens, foi possível observar a “Lage das Amonites”, calcários margosos com fendas de dessecação e pegadas de sáurios. As amonites, inexistentes nos nossos dias, eram animais marinhos que ocupavam o nicho ecológico das atuais lulas, sendo por isso muito valorizados, tanto na Geologia como na Biologia. Nesta zona, é ainda possível observar um jazigo de carvão, outrora explorado.

Mais à frente os Arenitos da Boa Viagem, cuja história, acompanhada pela presença de mais fósseis, desta feita os gastrópodes Turritela sp., se mostrou única e de edificação muito específica.

A saída de campo terminou com a vista fabulosa da região no topo do Miradouro da Bandeira. Este local permite uma panorâmica de grande abrangência, relativamente ao limite norte da Serra da Boa Viagem, com destaque para o acidente tectónico, neste caso uma falha inversa, que surge aos nossos olhos como um enorme desnivelamento no terreno.

O dia foi longo, mas gratificante. A partilha de experiências foi muito enriquecedora e todos ficaram com uma ideia da geodiversidade no Cabo Mondego e da sua importância, o que abre horizontes pedagógicos e didáticos para uma melhor preparação dos alunos, sobretudo os que são postos à prova no Exame Nacional de Biologia e Geologia.


Prof.ª Isabel Cristina


 

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