Evangelizar por todos os meios possíveis, sempre atento ao mais urgente, oportuno e eficaz..
Santo António Maria Claret

Falar Saúde Nº 98
Dia de celebrar

Hoje, 24 de outubro, celebra-se o Dia de Santo António Maria Claret, fundador da Congregação dos Missionários Claretianos e Patrono do nosso Colégio. Homem prático, e muito à frente do seu tempo, Santo António Maria Claret foi um grande apaixonado pela imprensa. Durante a sua vida, recorreu aos meios de comunicação da sua época, nomeadamente a folhetos e livros que ele próprio distribuía para espalhar a palavra de Deus. Dizia ele na sua Autobiografia, n.º 310: "A experiência ensinou-me que um dos meios mais poderosos para a pregação do Bem é a imprensa... Nem todos querem ou podem ouvir a Divina Palavra, mas todos podem ler ou ouvir a leitura de um bom livro. Nem todos podem ir à Igreja ouvir a Palavra Divina, mas o livro irá a sua casa. O pregador nem sempre poderá estar a pregar, mas o livro estará sempre a dizer a mesma coisa, nunca se cansa, sempre estará disposto a repetir a mesma coisa".

Atrevo-me a dizer que este homem de fé seria, certamente, nos nossos dias, um aficionado da internet e, quem sabe, das redes sociais!

De facto, foi através da internet que fiquei a saber que, neste dia, também se comemora o Dia Mundial de Combate à Pólio, definido pela ONU para lembrar de que a Paralisia Infantil é uma doença que ainda assola algumas comunidades pelo mundo. Existe um “site”, o “Endpolio”, através do qual podemos ajudar a erradicar a doença contribuindo com um donativo ou com o nosso tempo, aderindo aos eventos que vão acontecer em vários países, com transmissão ao vivo através da internet. O objetivo é unir esforços de pessoas de todos os locais do mundo.

A poliomielite, também conhecida como pólio e paralisia infantil, é uma doença infetocontagiosa aguda, causada por um vírus que vive no intestino, denominado Poliovírus. Embora ocorra com maior frequência em crianças com menos de quatro anos, também pode ocorrer em adultos. A maior parte das infeções apresenta poucos sintomas e estes são parecidos com os de outras doenças virais ou semelhantes às infeções respiratórias, como a gripe - febre e dor de garganta - ou infeções gastrintestinais. Cerca de 1% dos infetados pelo vírus pode desenvolver a forma paralítica da doença, que pode causar sequelas permanentes, insuficiência respiratória e, em alguns casos, levar à morte.

A transmissão do vírus da poliomielite dá-se através da boca, com material contaminado com fezes (contacto fecal-oral), o que é crítico quando as condições sanitárias e de higiene são inadequadas. Crianças mais novas, que ainda não adquiriram completamente hábitos de higiene, correm maior risco de contrair a doença. O Poliovírus também pode ser disseminado por contaminação da água e de alimentos por fezes. A doença também pode ser transmitida pela forma oral-oral, através de gotículas expelidas ao falar, tossir ou espirrar.

A poliomielite não tem tratamento específico. A doença deve ser evitada, tanto através da vacinação contra poliomielite, como de medidas preventivas contra doenças transmitidas por contaminação fecal de água e alimentos. As más condições habitacionais, a higiene pessoal precária e o elevado número de crianças numa mesma habitação também são fatores que favorecem a transmissão da poliomielite. A vacinação contra a poliomielite iniciou-se em Portugal em 1960 e, em 1965, foi integrada no PNV (Plano Anual de Vacinação). Nos últimos anos, não foram notificados casos de pólio em Portugal; o último caso associado ao vírus selvagem reporta a 1987 e o último caso associado à vacina ocorreu em 1988. Em 2002, a OMS declarou a pólio eliminada na sua Região Europeia, a qual inclui Portugal. Apesar disso, a vacina contra a poliomielite continua a fazer parte do PNV e o esquema recomendado é de 4 doses (aos 2, 4, 6 meses e aos 5-6 anos).

Os esforços de vacinação, com o apoio da Rotary International, da OMS e da UNICEF, devem conseguir travar a pólio, que assim poderá ser a segunda doença a ser erradicada da história da humanidade (a seguir à varíola).

Passem a palavra, preguem o bem.

Prof. Isabel Cristina