FALAR SAÚDE Nº 100: Parabéns!

Prof.ª Isabel Cristina
28/11/2016

Parabéns a você… É verdade, chegamos ao centésimo artigo da rubrica “Falar Saúde”. Poderia dizer-vos o quanto espero que estas palavras, nem sempre minhas, vos tenham sido úteis, mas tenho a certeza de que o foram...

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Rubrica GOVCIC 02 de Março de 20
 

 

  Rubrica
Falar Saúde
28 de novembro de 2016

 

 

 

 

 


Os cinco sentidos são os guias da alma.
Leonardo da Vinci


Falar Saúde Nº 100
Parabéns!

Parabéns a você… É verdade, chegamos ao centésimo artigo da rubrica “Falar Saúde”.

Poderia dizer-vos o quanto espero que estas palavras, nem sempre minhas, vos tenham sido úteis, mas tenho a certeza de que o foram. Os diversos comentários, escritos e verbalizados, sempre tão generosos, mostram-me que sim.

Hoje, venho falar-vos de aromaterapia para fechar um ciclo, depois das abordagens à cromoterapia (n.º 90) e à musicoterapia (n.º 91). Se a estes juntarmos um abraço forte e uma comida de conforto, teremos todos os sentidos a elevar a nossa alma.

A Aromaterapia consiste no recurso aos aromas com fins terapêuticos e o efeito que os mesmos são capazes de provocar no indivíduo. Esta é a ciência que explora o uso dos óleos essenciais das plantas para benefício da sociedade. A designação “óleos essenciais” deve-se ao facto de estes serem extremamente concentrados, conseguindo aproveitar todas as propriedades positivas existentes nas plantas a partir das quais são feitos, em benefício da saúde e do bem-estar.

Existe há mais de seis mil anos, tendo sido ativamente praticada nas antigas civilizações da Grécia, Roma e Egito. Aliás, o médico egípcio Imhotep recomendava o uso de óleos com fragrâncias no banho, nas massagens e, claro, no embalsamento dos mortos. O pai da medicina moderna, Hipócrates, seguiu os mesmos princípios e reza a história que terá realizado fumigações aromáticas para travar a praga em Atenas. Porém, o declínio do Império Romano levou ao desaparecimento destes conhecimentos aromáticos, que voltaram a dar que falar, e cheirar, por volta do ano 1000 d.C. na Pérsia. Nesta altura, os árabes iniciam a prática de destilação e o estudo das propriedades terapêuticas das plantas volta a ganhar força. Graças às Cruzadas, estes saberes regressam à Europa e, já em 1200 d.C., se produzia, na Alemanha, óleos essenciais com ervas e especiarias provenientes de África e do Extremo Oriente. Quando a América do Sul foi invadida pelos Conquistadores, a descoberta de novas plantas medicinais e óleos aromáticos foi impressionante e a verdade é que também, no Continente Americano, os índios nativos passaram a ser conhecidos pela confeção de bálsamos e poções à base de plantas medicinais. Apesar desta prática consistente, foi apenas no século XIX que os cientistas europeus decidiram dedicar-se ao estudo dos efeitos destes óleos essenciais no homem. A palavra “aromaterapia” é uma invenção do químico francês René Maurice Gattefosse que, em 1910, descobriu os poderes curativos do óleo de lavanda quando se queimou no seu laboratório de perfumes e, procurando um alívio imediato, mergulhou a mão num recipiente com óleo de lavanda. O alívio da dor foi imediato e o processo de cicatrização rápido, indolor e sem marcas posteriores. A partir daí dedicou a sua vida ao estudo dos poderes curativos dos óleos essenciais, tendo realizado vários tratamentos de êxito nos hospitais militares durante a I Guerra Mundial, experiências essas que documentou em diversos livros. Hoje em dia, a busca de uma forma de vida natural, com a mente, corpo e espírito em equilíbrio, aumentou a procura da aromaterapia.

A aromaterapia é considerada uma terapia alternativa ou complementar, normalmente usada em conjunto com esta, e é utilizada no tratamento das mais variadas enfermidades e desequilíbrios.

Assim, os óleos essenciais têm múltiplas aplicações:

  • Externa – aplicado diretamente na pele (diluído ou não), tratam feridas superficiais ou problemas de pele, ativando, em simultâneo, os recetores térmicos do corpo, matando micróbios e fungos;

  • Interna – ingerido através da diluição em água ou adicionado à alimentação, ativam o sistema imunitário;

  • Massagem/Banhos – largamente associados às massagens e banhos de aromaterapia, nestes casos, os óleos essenciais são inalados, mas também são absorvidos pela pele, entrando no sistema circulatório que os transporta para os órgãos e restantes sistemas do corpo;

  • Difusão no ar – queimados como incenso ou colocados em recipientes ao ar livre, os óleos essenciais são captados pelas células olfativas e direcionados para o sistema límbico (conjunto de estruturas localizadas no cérebro que está envolvido no controlo da emoção, comportamento e memória).

Alguns dos principais óleos utilizados pela Aromaterapia, e respetivas características terapêuticas, são o alecrim (concentração e relaxamento), camomila (calmante), eucalipto (descongestionante), gengibre (estimulante), entre outros.

A Aromaterapia deve, todavia, ser utilizada com cautela e, de preferência, guiada por um profissional especializado, que saberá verificar as contraindicações, além das dosagens e melhores formas de uso.


Prof. Isabel Cristina

 

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