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Rubrica
Falar Saúde
06 de fevereiro de 2017 |
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Cuidado com os falsos profetas. Eles chegam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores.
Mateus, 7: 15-16
Falar Saúde Nº 104
Heróis e Vilões
Gripes, constipações, mal-estar e muita tosse têm caracterizado a época do ano em que nos encontramos. As temperaturas baixaram significativamente e a procura pelos aquecedores aumentou. Ligar estes aparelhos deixa a nossa casa, ou a escola, mais quentinha e confortável, mas também traz mais riscos para a nossa saúde. Porquê? Porque seca o ar e irrita o sistema respiratório, facilitando o aparecimento de infeções respiratórias e a ocorrência de episódios de agudização em doentes com asma, rinite, sinusite ou DPOC (doença pulmonar obstrutiva crónica).
Geralmente, os aquecedores são colocados em ambientes com portas e janelas fechadas, para que sua eficiência não se perca. Ora, o ar fica mais seco e a ventilação insuficiente pode aumentar os níveis de poluentes no interior, não trazendo suficiente ar exterior, que permita diluir as emissões de fontes de poluição no interior das casas, e não permitindo o seu transporte para o exterior.
Sendo assim, uma dica é colocar pequenos recipientes com água nas áreas aquecidas para manter a humidade relativa, e causar menos desconforto ao nariz e à garganta; outra dica é abrir portas ou janelas, pelo menos uma vez por dia, se o tempo o permitir, para fazer circular o ar.
Qual é a melhor escolha?
O melhor sistema de aquecimento é aquele que permite uma temperatura ambiente confortável, uma humidade relativa que garante o conforto e inviabilize o desenvolvimento de fungos e bactérias e, ainda, que não liberte poluentes no ambiente da habitação. A temperatura no interior das habitações deve oscilar entre os 20 e os 24 °C e a humidade relativa deve situar-se entre os 30 e os 50%.
Os sistemas de aquecimento central são os menos poluentes, ainda que não tenham meios de manter a humidade relativa nos níveis que se pretende. Se tiver de usar humidificadores do ambiente, estes deverão ser limpos frequentemente e a água mudada diariamente, para que se não acumulem fungos e bactérias.
O mesmo funcionamento, mas muito menos eficiente, têm os sistemas de aquecimento elétricos e portáteis. Segundo a Deco, os recomendáveis são os termoventiladores e os convetores por serem baratos, rápidos a aquecer, fáceis de transportar e arrumar, em oposição aos radiadores a óleo, os aparelhos de halogéneo e os termoventiladores de parede, porque todos demoram a aquecer e não permitem uma regulação adequada da temperatura, secando demasiado o ar.
(Para informações mais detalhadas consultar:
https://www.deco.proteste.pt/casa-energia/aquecimento/dicas/aquecedores-portateis-guia-de-compras)
Quanto aos aquecedores a gás, sendo embora bastante eficientes, consomem oxigénio, secam o ar e libertam poluentes, nomeadamente monóxido de carbono, pelo que só deverão ser usados em áreas bem ventiladas. Os aparelhos de ar condicionado também são perigosos se os filtros estiverem sujos.
Muito importante: seja qual o for o sistema de aquecimento, nunca dormir com ele ligado!
Por fim, além de fazermos a escolha de aquecimento mais acertada, as nossas vias aéreas também agradecem que evitemos mudanças bruscas de temperatura, cuidemos da limpeza do ambiente interno, dos tetos e paredes e que nos mantenhamos hidratados. Devemos beber água e limpar os olhos e a mucosa nasal, com o uso do soro fisiológico, diversas vezes ao dia.
Prof. Isabel Cristina
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