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Auto da Índia
Título: "Auto da Índia"
Autor: Gil Vicente
Editora: QuidNovi
Modo/ Género literário: Dramático
Gil Vicente foi o autor desta obra, não só desta como também de "Auto da Barca do Inferno" e "Auto da Alma", onde a sua principal intenção é criticar a sociedade daqueles tempos.
Neste auto, é retratada, de início ao fim, uma intriga, onde surgem imensas características pessoais das personagens presentes, como é o exemplo do adultério, cumplicidade, falsidade e o facto de haver personagens interesseiras, ociosas e oportunistas, e ainda a vulnerabilidade. Como se pode ver, não são as melhores características que uma pessoa pode ter. O certo é que era exatamente o que se passava naquela época.
Esta obra é um retrato de vida do século XVI, foi encenada à rainha D. Leonor pela primeira vez em 1509 em Almada. O Auto da Índia fala do adultério como consequência das viagens dos Descobrimentos. Constança (Ama), insatisfeita com o seu marido e, ao que tudo indica, casada apenas por interesse, arranja dois amantes (um castelhano e um português chamado Lemos) enquanto o marido está numa viagem com destino à Índia.
A cena desenrola-se em sua casa (Lisboa), com a cumplicidade a contragosto de sua empregada, designada somente por Moça, que tenta a todo o custo defender a moral do seu Senhor. No final do auto, o marido retorna a casa e Constança, cheia de cinismo e falsidade, com toda a naturalidade, recebe-o de braços abertos, uma vez que este iria voltar cheio de riquezas. Mas tal não se verificou, visto que o capitão da navegação havia ficado com todas as riquezas trazidas da Índia.
Em suma, devo dizer que este livro é único, pois, de uma certa forma, faz uma ligação com os dias de hoje e consegue "agarrar" o leitor até ao fim do mesmo.
Sugestão de leitura de Marta Daniela da Rocha, do 10.º H2
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