Uma aula diferente no espaço e na abordagem

Aluno(a)s do 12.º LR e Prof.ª Maria José Queirós
11/12/2018

«A fotografia tem o poder de escancarar um problema, denunciar, pautar, questionar. E o mais interessante é que pode ser usada por todos, não precisa ser necessariamente um fotógrafo profissional.» (Gabriel Uchida)

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Por se entender que a fotografia pode constituir um meio potencializador da ação pedagógica, levando os alunos à reflexão da história contada, sobretudo quando se trata de fotojornalismo, delineou-se uma aula de Noções e Fundamentos das Relações Internacionais diferente, no espaço Fórum da Maia.

Alguns autores consideram as fotografias uma ferramenta de expressão e mensagem, que tem subjacente uma linguagem universal, porque extravasa fronteiras, políticas económicas e mesmo culturais. Com isso, permite que todo o ser humano possa comunicar sem ser necessário tradução.

O desafio lançado aos alunos foi que se deixassem impressionar pela imagem e partissem em busca da informação num trabalho de pesquisa científica livre, que culminasse numa apresentação que revelasse sensibilidade e responsabilidade social, cultural e ambiental, bem como pensamento crítico.

Dos resultados dos trabalhos, só ficaremos a saber no próximo período, para já, fica o relato na primeira pessoa (do/a aluno/a).

 

«Vivo, realmente, dentro de uma caixa ou, dizendo de outra forma, dentro de uma bola de sabão. Foi assim que me senti ao longo de toda a exposição que vi, com olhos de quem afinal nunca viu nada. Senti-me um ser diminuído e até bastante inculto, pois sabia da existência de alguns acontecimentos que estavam retratados nas fotos (atentado em Londres), mas a maior parte era-me desconhecida. Assumo que vivo completamente “protegida” do mundo real e do que se encontra “lá fora”, o que me levou a ter reações de bastante choque perante algumas fotografias expostas. O mundo, realmente, é uma imensidão de coisas e acontecimentos a que, muitas vezes, nós nem damos a devida importância, exatamente por estarem fora da nossa “bola de sabão”, ou por nos tirarem da nossa zona de conforto.» (Beatriz)


«A foto que me chocou mais foi uma do fotografo chamado Ivor Prickett. Era uma foto de uma mulher a chorar após ver o filho morto devido às bombas no ataque à cidade de Mosul. Marcou-me essa foto porque nem se conseguia ver o corpo do rapaz, apenas uma poça de sangue com o chinelo. Sabemos da sua existência devido ao choro da mãe.» (Diogo)
«Através das imagens, eu senti muitas emoções diferentes como tristeza, medo, desespero e muitas mais outras, e deu-me entender que o nosso mundo não é tão perfeito.» (Susana)
«Desespero. Injustiças. Medo. Todas estas palavras, nomes das fotografias exibidas. Fotografias simples. Demasiado simples. Esta simplicidade, esta nudez transmitida através de uma câmara tem o poder de nos mostrar um pedido de ajuda de uma outra realidade. O que me fez sentir? Repulsa. Repulsa pela nossa espécie. Fizeram-me crer que o ser humano não está, de maneira nenhuma, a evoluir.»
(Érica)


«Um misto de emoções dentro de mim. Desde a raiva à tristeza. Vi várias fotografias tiradas no momento exato que deixam muito a pensar.» (Gonçalo)


«Acima de tudo, acredito que esta visita de estudo consistiu numa atividade diferente e, por isso, mais interessante, que serviu para espoletar a nossa curiosidade e o nosso lado mais sensível.» (Marta)


«“World Press Photo” é uma exposição que todos deveriam ver. As fotos expressas transmitiam dor, sofrimento, amor, liderança, violência. Cada uma tinha um sentido, e cada uma era mágica à sua maneira. Saí da visita de estudo com o coração apertado devido ao que aquelas imagens me fizeram sentir. Tantos problemas explícitos e que são reais, que existem ao redor do mundo e que muitas das pessoas não têm conhecimento ou então têm e não se permitem fazer nada para mudar e melhorar. Tantas culturas e tantas pessoas em jogo; Tanto sentimento e tantas emoções. O choque era visível quando abandonei a exposição, devido às imagens que vi, mas também saí feliz, não pelo que estas emitiram, mas, sim, por ter tido a oportunidade de as ver.» (Clara)


«Achei esta experiência bastante interessante porque foi diferente do habitual e mostrou-nos que devemos valorizar mais o que temos porque, em qualquer momento, podemos perder tudo. É mesmo necessário ajudar uns aos outros porque somos todos iguais e devemos ter os mesmos direitos.» (Olena)


«De vez em quando eu sinto que o mundo é um lugar muito pequeno e, às vezes, valorizo pouco aquilo que é importante. No dia da visita ao Fórum da Maia, esses pensamentos mudaram completamente. Todas as fotos captadas fizeram-me pensar nos problemas que rodeiam o mundo e o quão insignificante são os meus dramas escolares; quantas pessoas sofrem devido à mente perversa do Homem, e eu aqui, no meu porto seguro, no meu país. Os sentimentos durante a visualização das fotografias foram diversos, rancor, medo, revolta. Todos estes sentimentos despertaram a vontade de poder mudar algo no mundo… se nós conseguimos sair da nossa ‘’zona de conforto’’ e entrar naquilo que ninguém diz ou transmite. Tirando partido desta experiência cultural, de certo cultivou-me o espirito solidário, preocupado com o que me rodeia. Nesta migalha que é o lar onde vivo, não sou a única “formiga” a tentar sobreviver a este mundo cruel. Tocou-me o lado obscuro do Homem e a luta fugaz pela vida. Cultiva o teu canteiro, como o jardim, pois este é de todos e para todos. As flores não florescem sozinhas. Vive.» (Mariana)


«Assim que me deparei com as primeiras fotografias da exposição, consegui sentir a monumentalidade do que estava representado. Queria percorrer todos os corredores e absorver todos os pormenores que me faziam confrontar com uma realidade longe da minha.» (Bárbara)


«Apesar de termos a plena noção destes acontecimentos por todo o mundo, a imagem transmite-nos o seu impacto com outra intensidade, transmite- nos a proximidade com a situação e com as pessoas que um texto não consegue transmitir.» (Inês)


«A exposição foi chocante, marcante, fez-me refletir e sair da minha bolha onde só existo eu, a minha família e o meu país, ou seja, a minha realidade. Não acho que qualquer um de nós vá esquecer tudo aquilo que vimos e, principalmente, aquilo que nos fez sentir.» (Joana)


«Levou-nos a outro mundo, ao mundo do desespero, a um mundo em que os problemas não são o ter muitos trabalhos de casa, mas, sim, conseguir sobreviver na guerra, conseguir sobreviver à fome, etc. Esta visita fez-me, sem dúvida alguma, olhar para dentro e pensar o quanto sou grato por ter a vida que tenho.» (Diogo)

 

Aluno(a)s do 12.º LR e Prof.ª Maria José Queirós

 

 

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