Mas o turismo industrial de São João da Madeira, que os alunos do 11.º ano das turmas de Línguas e Relações Empresariais (LR), Contabilidade de Gestão e de “Marketing” (CGM1 e CGM2) tiveram o prazer de conhecer melhor no passado dia 29 de janeiro, certamente relembra-nos do valor dos operários das fábricas - e até mesmo das máquinas - neste nosso mundo de consumidores ativos.
Assim, desde o princípio que esta viagem se afigurou como uma ótima oportunidade de reflexão sobre o consumidor, o produtor e as relações que estes podem estabelecer entre si. E, de facto, este objetivo foi alcançado: houve muita matéria digna de ponderação.
Os alunos do Colégio Internato dos Carvalhos saíram da escola às oito e meia da manhã em direção a São João da Madeira - uma cidade muito conhecida pela sua produção de sapatos e chapéus. A primeira paragem foi na Torre da Oliva (centro do turismo industrial), onde o grande grupo de alunos foi dividido em dois turnos - um deles guiado pelos professores Maria José Vidal e Filipe Camarinha e o outro orientado pela professora Emília Macedo. Depois, só restou mesmo a buzina da partida para que esta viagem pela indústria da região começasse oficialmente.
De manhã, os alunos visitaram o Centro de Formação Profissional da Indústria de Calçado (CFPIC), no qual puderam observar os vários projetos elaborados pelos estudantes da escola, bem como o seu sistema de instrução na conceção de sapatos. Além disso, ficaram a conhecer o Museu da Chapelaria, onde aprenderam os inúmeros processos que são necessários para se obter um chapéu de um punhado de pelo de animal, as diferentes texturas que cada material ou modo de fabrico pode conceder ao chapéu e, principalmente, as histórias dos homens e das crianças que trabalharam naquela antiga fábrica e o cunho pessoal que davam às máquinas e ao ambiente com os quais conviviam todos os dias.
Já de tarde, foram visitar a Helsar - uma fábrica de sapatos femininos que valoriza, acima de tudo, os seus trabalhadores e que marca a diferença pela atenção que dá aos pormenores e pela criatividade e qualidade dos seus modelos. Por último, os alunos do CIC foram à emblemática Viarco - a fábrica de lápis centenária que cresce de dia para dia, ainda que não possua as tecnologias mais avançadas ou o processo de fabrico mais rápido no mundo. Isto deve-se, sobretudo, à sua aposta em produtos “fora da caixa” - como o lápis aromático, o lápis que não escreve, o lápis-pião ou o lápis magnético - que agradam aos amantes de artigos criativos e personalizados. Por isso, é comum dizer-se que a Viarco marca pela diferença, de uma forma muito positiva.
Ao fim do dia, ainda que cansados, não será exagerado dizer que os alunos se sentiam um pouco mais ricos e inspirados devido a esta atividade extracurricular. Foi, sem dúvida, uma experiência de aprendizagem que valeu muito a pena!
Marisa Rocha Carvalho, do 11.º LR