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A chanceler alemã, Angela Merkel, discursava na cerimónia que recordava a “Noite dos Cristais» que, a 9 de novembro de 1938, marcou o início da onda de violência contra os judeus em toda a Alemanha.
Os ataques aparentavam ser uma forma de revolta da população alemã sob o pretexto do assassinato do diplomata alemão Ernst vom Rath por um adolescente judeu em Paris.
No entanto, a verdade é que o ministro alemão da propaganda, Joseph Goebbels, e outros líderes nazistas tinham já planeado, cuidadosamente, a carnificina dos judeus que se avizinhava, muito antes desta acontecer.
Em apenas dois dias, mais de 250 sinagogas foram queimadas, cerca de 7 000 estabelecimentos comerciais judaicos foram destruídos, dezenas de judeus foram mortos. Cemitérios, hospitais, escolas e casas judias foram alvo de furto e destruição, e tudo isto ocorreu diante de uma total indiferença das autoridades locais, dos bombeiros e da população.
Na manhã seguinte, 30 000 judeus alemães do sexo masculino foram presos por terem cometido o «crime» de terem nascido judeus. Posteriormente, começaram a ser enviados para campos de concentração, e, durante o inquietante trilho até esses espaços, muitos judeus sofreram, de imediato, a sentença do «crime que tinham cometido à nascença», acabando por morrer.
Algumas mulheres judias foram igualmente detidas e enviadas para prisões locais. Estabelecimentos comerciais, propriedade de judeus, não puderam ser reabertos, exceto os que passaram a ser geridos por «não- judeus». Toques de recolher foram impostos, limitando as horas do dia em que os judeus podiam sair de casa.
Após a “Kristallnacht” - “Noite dos Cristais”, a vida de adolescentes e crianças judias na Alemanha e na Áustria tornou-se ainda mais difícil: além de terem sido impedidos de entrar em museus, parques e piscinas, foram também expulsos das escolas públicas e do acesso à faculdade.
As famílias judias, como a de Anne Frank, passaram a viver totalmente isoladas nestes países. Desesperados, muitos judeus cometeram suicídio, e muitos outros tentaram fugir.
Esta noite ficou igualmente conhecida como a «Noite dos vidros partidos», expressando assim os inúmeros estragos que provocou contra os judeus na Alemanha Nazi, marcando o início do maior ato de genocídio alguma vez cometido, deixando, para sempre, «cicatrizes irreparáveis» em toda a Humanidade.
Nas palavras do historiador Dan Diner, de Leipzig (Alemanha), citadas pela revista “Der Spiegel”, foi "a catástrofe antes da catástrofe". A última catástrofe foi a "solução final", a máquina infernal posta em prática pelos nazis para eliminar todos os judeus da face do planeta nas câmaras de gás.
Alunos do 12.º AJD, da via científica