O objetivo foi divulgar a vida da protagonista do seu projeto de estudo -Anne Frank não morreu -, assim avivando a memória de toda a comunidade escolar relativamente ao poder, que também as crianças podem ter, na denúncia de injustiças, nos apelos urgentes de e à Humanidade, na construção e agitação da opinião pública.
Referencia-se Anne Frank, que, este ano, completaria 90 anos de idade, como símbolo da luta das crianças no passado, mas também como inspiração para exemplos da atualidade, revelando a importância de os jovens perceberem a história para entenderem a premência de continuar a lutar pelo(s) Direito(s).
Por isso, todos os cartazes relembraram a intemporalidade da causa. Anne Frank não morreu porque milhões de crianças precisam dela.
Mas a história trouxe-nos novos jovens líderes de mudança que usam outras formas de comunicação para não deixar perder na memória que as crianças sofrem o impensável.
Malala elucidou-nos sobre a importância da educação na construção de um futuro melhor e no empoderamento feminino; o Instagram “Eva.stories” (https://www.timesofisrael.com/instagram-story-of-young-holocaust-victim-aims-at-new-generation/) relembra, através de uma rede social, o sentimento de impotência dos judeus perante a segregação e extermínio que sofreram na 2.ª Guerra Mundial; e o documentário “Midnight traveler” aborda a luta pela sobrevivência de uma família de refugiados, ao longo de três anos, rumo à Europa, filmando com três telemóveis o caminho que lhes mudou a vida.
As paredes da nossa escola não chegariam para dar rosto a todas as pessoas que querem denunciar os problemas mundiais, mas guardámos um espaço nesta redação para as destacar, a saber:
A adolescente norte-americana que ficou conhecida por publicar um vídeo na rede social “TikTok” (https://sicnoticias.pt/mundo/2019-11-26-Video-no-TikTok-sobre-campos-de-detencao-na-China-torna-se-viral) aparentemente sobre maquilhagem, mas que chama, na verdade, à atenção para os campos de concentração para muçulmanos na China;
Greta Thunberg que incomoda tantos adultos e organizações por insistir na emergência climática;
Boyan Slat, um jovem holandês, que pretende instalar na água uma extensa barreira flutuante em forma de U, que atue como um funil, mas que recolha os resíduos de plástico apenas à superfície;
Dylan Mahalingam, com 9 anos, fundou, nos Estados Unidos, uma instituição que visa dar poder aos jovens. A Lil’ MDGs tem como objetivo encorajar e auxiliar crianças e adolescentes pelo mundo a alcançar os objetivos do milénio, estipulados pelas Nações Unidas;
E tantos outros!
Para as férias de Natal, deixamos algumas sugestões de leitura sobre a temática dos Direitos Humanos não vividos por jovens e crianças, nomeadamente:
“O Diário de Myriam” (editora Darkside) é fruto das memórias de uma menina de 13 anos, chamada Myriam Rawick. Entre os seus 6 e 12 anos, anotou num diário tudo o que via – e vivia – na sua rotina na cidade de Alepo;
“Estranhos à nossa porta”, de Zygmunt Bauman, em que o autor disseca o pavor provocado pelas migrações e o processo de desumanização dos recém-chegados. Mostra também como políticos têm explorado os temores e ansiedades que se generalizaram, especialmente entre os que já perderam muito – os excluídos e os pobres;
“Um outro país para Azzi”, de Sarah Garland, é uma narrativa ilustrada em banda desenhada que convida o leitor a imaginar, com delicadeza e fidelidade, o que é ser uma criança refugiada;
“Eu serei a última”, de Nadia Murad, prémio Nobel da Paz 2018, que foi vítima da “jihad” sexual do Estado Islâmico. Escapou e contra-atacou: converteu-se em defensora dos Direitos Humanos - a primeira pessoa a ser nomeada Embaixadora da Boa Vontade para a Dignidade dos Sobreviventes de Tráfico de Seres Humanos das Nações Unidas.
E já agora porque não colocar uns óculos e navegar na realidade de um campo de refugiados através do projeto da UNICEF:
<http://unvr.sdgactioncampaign.org/cloudsoversidra/#.XfKbUej7RPY>.
Alunos da via científica do 12.º ano do Curso de Assessoria Jurídica e Documentação com a Prof.ª Maria José Queirós