9 meses, tempo para gerar vidas

12.º AJD (via científica), IG, CG
10/12/2022

Fazendo coincidir o fim das comemorações do centenário do nascimento de José Saramago com a celebração dos 74 anos da assinatura do documento que delineia a proteção universal dos direitos humanos básicos (DUDH), adotada pela Organização das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948, parece importante lembrar um excerto do discurso do nobel da literatura, precisamente quando se celebravam os 50 anos da Declaração Universal dos Direitos do Homem.

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"Somos a memória que temos e a responsabilidade que assumimos, sem memória nós não existimos e sem responsabilidade nós podemos não merecer existir."(“Cadernos de Lanzarote”)


“Neste meio século, não parece que os governos tenham feito pelos direitos humanos tudo aquilo a que moralmente estavam obrigados. As injustiças multiplicam-se, as desigualdades agravam-se, a ignorância cresce, a miséria alastra. […]


Alguém não anda a cumprir o seu dever. Não andam a cumpri-lo os governos, porque não sabem, porque não podem, ou porque não querem. […] Mas também não estão a cumprir o seu dever os cidadãos que somos. Pensamos que nenhuns direitos humanos poderão subsistir sem a simetria dos deveres que lhes correspondem e que não é de esperar que os governos façam nos próximos 50 anos o que não fizeram nestes que comemoramos. Tomemos então, nós, cidadãos comuns, a palavra. Com a mesma veemência com que reivindicamos direitos, reivindiquemos também o dever dos nossos deveres. Talvez o mundo possa tornar-se um pouco melhor.”


Discurso pronunciado no Banquete Nobel, em 10 de dezembro de 1998: https://www.josesaramago.org/nobel

 

Dando voz à letra de “Guerra nuclear”, de António Variações, cantada por Mariza Liz, os alunos das vias científicas dos cursos de Assessoria Jurídica e Documentação, Informática de Gestão e Contabilidade e Gestão, numa simbiose de competências de pesquisa, utilização de tecnologias da informação e comunicação, espírito crítico, intervenção construtiva e trabalho colaborativo, transformaram as palavras em imagem para lembrar que, desde há 9 meses, tempo para gerar vidas, porque alguém quis e outros permitiram, a Ucrânia está a defender a sua soberania e os valores e princípios da DUDH.


Para lutar contra a cegueira branca, descrita por José Saramago em “Ensaio sobre a Cegueira” (1995), partilhamos e pedimos que (re)partilhem o vídeo nas vossas redes sociais para que cada um se comprometa com as próprias ações e com as ações dos outros, abandonando a atitude de indiferença e passividade perante o que se passa à sua volta e assuma uma responsabilidade, não apenas jurídica e individual, mas também ética e global.

 



12.º AJD (via científica), IG, CG na disciplina de Direito e Economia C

 

 

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