Falar Saúde n.º 113
Apoiar, não estigmatizar

Prof.ª Isabel Cristina
03/01/2023

Quando, em 1948, a Organização Mundial da Saúde definiu a saúde como “o completo bem estar físico, mental e social, e não só a ausência de doenças”, não se imaginava a importância crescente da saúde mental nos nossos dias. De facto, a saúde mental é a base do bem-estar em geral e tem estado muito fragilizada.

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As palavras de amizade e conforto
podem ser curtas e sucintas,
mas o seu eco é infindável.
(Madre Teresa de Calcutá).

 

A saúde mental pode ser definida como a qualidade de vida emocional e cognitiva de uma pessoa, e, ao longo da vida, todos nós podemos ser afetados por perturbações, de maior ou menor gravidade. A perceção da realidade, a integração social e emocional, entre outros fatores, são avaliadas para definir a saúde mental de uma pessoa, ou seja, ter saúde mental significa ter determinadas capacidades e recursos que nos permitem viver bem o dia a dia e enfrentar as adversidades da vida.

 

As causas de perturbação da saúde mental vão desde algumas fases, como a entrada na escola, a adolescência, a menopausa e o envelhecimento, a acontecimentos e dificuldades, tais como a perda de familiar próximo, o divórcio, o desemprego, a reforma e a pobreza. Fatores genéticos, infeciosos ou traumáticos podem também estar na origem de doenças mentais graves.

 

Atualmente, a ansiedade, o mal-estar psicológico ou stress continuado e a depressão são alguns dos problemas de saúde mental mais frequentes. Aliás, estima-se que, em cada 100 pessoas, 30 sofram, ou venham a sofrer, num ou noutro momento da vida, de problemas de saúde mental e que cerca de 12 tenham uma doença mental grave, sendo a depressão a mais frequente e uma causa importante de incapacidade. O perfil de saúde de Portugal de 2021, traçado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, mostra que os jovens, entre os 18 e os 29 anos, apresentam taxas de sofrimento psicológico “moderado a grave”, bem acima dos adultos, e segundo a Organização Mundial de Saúde, 1 em cada 7 jovens e adolescentes no mundo sofre de um problema de saúde mental.

 

As pessoas afetadas por problemas de saúde mental são muitas vezes incompreendidas, estigmatizadas, excluídas ou marginalizadas, devido a falsos preconceitos, que importa esclarecer e desmistificar. O tratamento deverá ser sempre procurado, uma vez que a recuperação é tanto mais eficaz quanto precoce for o tratamento, pois, mesmo nas doenças mais graves, é possível controlar e reduzir os sintomas e através de medidas de reabilitação. A qualidade de vida também depende de nos sentirmos bem connosco próprios e na relação com os outros, de sermos capazes de lidar de forma positiva com as adversidades e de termos confiança e não temermos o futuro.

 

Fazendo valer o lema da Congregação dos Missionários Claretianos, “a PALAVRA como Fonte de Inspiração”, vamos procurar dirigir palavras de conforto e de alento àqueles que se encontram em situação de perturbação emocional, pois, a par dos profissionais de saúde, todos nós podemos ajudar não estigmatizando, mas apoiando, reabilitando e integrando.

 

(Publicidade à parte, recomendo a visualização do vídeo lançado pela Vodafone, neste Natal: https://www.youtube.com/watch?v=a1zesVBH5yc)

 

Votos de um 2023 com muitos afetos!

 


Prof.ª Isabel Cristina


 

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