Posteriormente, após a sua retoma de funções, a sociedade entra em pânico. Assim, a Morte resolveu enviar, antecipadamente, cartas às pessoas que iriam morrer, para que elas tivessem tempo de se despedirem. Porém, havia uma carta que era sempre devolvida, deixando-a intrigada.
Nesta obra, queria destacar o papel da Morte na nossa vida, abordando e aprofundando diversos valores morais, tais como o amor, a união, a estima, a colaboração, a verdade, …
Outro aspeto de louvor é a escrita do autor. Embora não seja de fácil interpretação, devido ao rico e vasto vocabulário e à falta de pontuação, predominantemente no diálogo, enriquece-nos bastante, quer na leitura como na escrita. Em contrapartida, contém diversas descrições pormenorizadas que, a meu ver, são irrelevantes, tornando assim a leitura um pouco maçadora. Para além disso, penso que seria mais interessante o escritor ter-se centralizado e aprofundado a parte do romance, em detrimento do papel que a morte representa numa comunidade.
Em suma, considero que este seja um excelente livro, tendo ganhado mais ênfase, devido à escrita do autor - o que não me surpreende, visto ele ter vencido o Prémio Nobel de melhor escritor, entre muitos outros prémios. Contudo, esta obra aborda valores de extrema importância, permitindo-nos refletir, enquanto seres humanos, no que é fundamental, nos dias de hoje. Por fim, consciencializa-nos de que, embora dolorosa, a morte é importante e necessária. Infelizmente, para muitos, este continua a ser um tema a ser evitado.
Título: «Intermitências da Morte»
Autor: José Saramago
Editora: Porto Editora
Modo / Género: Narrativo / Romance com teor filosófico
Sugestão de leitura de Bruna Veiga Rodrigues, do 10.º H2.