Lembrar, para não esquecer, que, de facto, a História se repete e os crimes contra a Humanidade também foi o propósito da semana organizada pela Biblioteca Escolar do Colégio Internato dos Carvalhos.
O espaço foi preparado, sensibilizando os alunos para o caminho que conduziu à morte milhares de pessoas em Auschwitz. O espólio da Biblioteca aumentou com a aquisição de livros e com as obras autografadas dos dois escritores que recebemos ao longo da semana, Dr.ª Ana Cristina Luz e Dr. António Moncada de Sousa Mendes.
A aluna Rita Campos desenhou um quadro, homenageando o Cônsul de Bordéus, que, de futuro, pela mão de seu neto, pertencerá ao património da Fundação Aristides Sousa Mendes.
O aluno Gonçalo Ferreira dedicou um poema a Aristides de Sousa Mendes, e os alunos do 11.º AJD escreveram-lhe uma carta com as últimas do mundo.
Expuseram-se, no espaço da Biblioteca escolar a Circular 14 e as peças do processo disciplinar que conduziu ao afastamento e ostracização do Cônsul que foi desobediente por compaixão.
Organizaram-se dois encontros para falar sobre a coragem de Aristides de Sousa Mendes que, ao desobedecer à Circular 14 de Salazar, salvou, no mínimo, 30 mil vidas, e de seu neto ouvimos
«Conheci-o no dia em que nasci a 1 de outubro de 1949, na maternidade. Ele foi ver-me e deixar a sua assinatura como testemunha de que, de facto, nasci, filho de seu sexto filho Geraldo e da sua nora Maria Luísa, selando assim um pacto a que me sinto ligado para sempre – defender para sempre a sua Memória e o seu gesto salvador de 1939/40 – início da Segunda Guerra Mundial.
Nenhum homem viverá sem fim, no entanto, há pessoas que se destacam pelo Bem que fazem, pela solidariedade, pela coragem em ajudar outros e pela força e coerência da sua Consciência. Desde esse período até à data da sua morte, a 3 de abril de 1954, apenas retenho com alguma nitidez o seu sorriso amável e um certo espírito de entusiasmo que sabia transmitir à sua volta, apesar dos sinais deixados por um AVC ocorrido 4 anos antes. Depois, quando nos “deixou”, esses atributos passaram a chegar-me através dos meus pais, tios/as, primos e amigos de família. Num ambiente assim, fui crescendo e gradualmente aprendendo a reconhecer momentos dramáticos para a humanidade. (…)»
Foi mais uma semana para desafiar os alunos a desenvolver competências que possam colocar ao serviço dos outros.
Pel’ A Biblioteca Escolar