A maior parte das respostas deste questionário foram dos alunos do 10.º ano com uma taxa de 40,1%, seguida dos alunos do 12.º ano com uma participação de 32,4% e, por fim, os alunos do 11.º ano com uma contribuição de apenas 27,5%.
A abstenção nessas eleições foi considerada elevada, com uma taxa que rondou os 60%, colocando-se a necessidade de tentar perceber as razões que antecedem a decisão de não comparecer no ato eleitoral.
Colocadas algumas alternativas de resposta, ressaltam as que destacam o desconhecimento da realização das eleições, a não identificação com nenhuma das listas concorrentes, o desconhecimento das medidas propostas pelas mesmas, ou simplesmente o esquecimento ou falta de vontade própria em intervir no ato eleitoral.
Tambem ao nível nacional, a abstenção nas eleições tem sido uma preocupação crescente nos últimos anos, principalmente para os politólogos e especialistas que consideram que esta displicência acerca da principal ferramenta da Democracia acaba por a colocar em causa. Com efeito, a elevada taxa de abstenção reflete uma falta de participação cívica e política por parte dos eleitores, o que pode ter consequências significativas para o funcionamento saudável da democracia que, no limite, corre o risco de implodir.
Muitos entendem que se abster é uma forma de manifestação (abstenção não é considerada uma forma de reivindicação ao contrário dos votos em branco) e assim muitos portugueses optam por não praticar esse dever, contribuindo para o número crescente da taxa de abstenção, que, em 2022, atingiu uma percentagem de 48,6% em contraste com o ano de 1975, que registou uma percentagem de 8,5%.
Diversos fatores contribuem para a abstenção, destacando-se, entre eles, a descrença nos partidos políticos, a falta de identificação com os candidatos, a falta de informação adequada sobre as propostas e programas eleitorais, além das dificuldades logísticas e de acessibilidade que podem afastar alguns eleitores.
Outro fator, porventura mais grave, é a indiferença de participação eleitoral entre os jovens quando comparada com a dos mais velhos, criando um fosso geracional na representatividade. Isso significa, eventualmente, que os temas que interessam aos jovens podem não constar na agenda política, levando a uma falta de resposta às suas preocupações e preferências.
Combater a abstenção requer esforços por parte dos diferentes agentes da sociedade. É necessário promover uma educação cívica mais abrangente e eficaz nas escolas, que prepare os jovens para o exercício pleno da cidadania e os incentive a participar ativamente na vida política, começando justamente pela promoção de um processo e ato eleitoral para os órgãos representativos dos estudantes nas suas escolas. Além disso, é importante que os partidos políticos sejam capazes de apresentar propostas claras e relevantes que despertem o interesse dos eleitores e promovam a confiança na classe política.
São, ainda, necessárias reformas e estratégias que promovam uma maior mobilização eleitoral, bem como a adoção de medidas que facilitem o acesso ao voto, como a introdução de votações eletrónicas ou o aumento das opções de voto antecipado. Além disso, é fundamental que os meios de comunicação desempenhem um papel ativo na divulgação imparcial e acessível das informações sobre as eleições e os candidatos, incentivando assim a participação consciente dos eleitores.
Combater a abstenção é um desafio crucial para fortalecer a democracia em Portugal e, por isso, é fundamental promover uma cultura de participação cívica, envolvendo todos os setores da sociedade na procura por soluções que incentivem o exercício pleno dos direitos e deveres democráticos dos cidadãos.
No caso da abstenção nas eleições para a AECIC, é importante sensibilizar os alunos para o ato de votar em qualquer ato eleitoral promovendo a participação ativa dos estudantes na vida política da escola, bem como futuramente para o país.
Em ambos os contextos, deve ser enfatizada a importância de envolver os estudantes, promover a participação consciente e fortalecer a democracia. No caso das eleições dos representantes dos alunos na escola, tal pode ser feito através da inclusão de medidas direcionadas ao meio escolar que atendam às necessidades dos estudantes. Os alunos podem sentir-se mais confiantes e esclarecidos, o que pode contribuir para reduzir a abstenção e aumentar a participação estudantil na vida política e cívica da escola.
No caso do CIC, quisemos perceber que assuntos é que os alunos gostariam de ver contemplados nos programas eleitorais das listas que concorrem à Associação de Estudantes.
Através do questionário elaborado, conseguimos perceber diversos assuntos que atormentam os alunos, manifestados através de propostas que gostariam de ver comtempladas nos programas eleitorais da Associação de Estudantes.
Deste modo, os alunos consideram que devem ser abordados nos programas eleitorais assuntos atuais, sensibilizando para a participação na vida cívica e política, o respeito pelas diferenças, a educação sexual e projetos que fortaleçam a saúde mental e, ainda, questões relacionadas com o ambiente, como campanhas que visam combater a poluição.
Por outro lado, os alunos reivindicam também por medidas pertinentes direcionadas à qualidade de ensino, projetos de apoio ao estudo, por exemplo, a partilha de resumos, bem como a sensibilização jurídica para os direitos e interesses dos estudantes.
Demonstram também preocupação relativamente ao horário escolar, tendo em conta os tempos livres e intervalos, e requerem projetos que visem a integração e interação entre todos os alunos da comunidade escolar, propondo atividades.
Respeitante ao espaço escolar, as preocupações relacionam-se, fundamentalmente, com as infraestruturas e o ambiente escolar, onde se observa descontentamento por parte dos alunos relativamente à qualidade da internet, ao espaço das salas de aula, bem como das casas de banho, sala de convívio, bar, balneários e cantina.
Ainda referem a relevância no fator direcionado com a própria campanha, pelo que os alunos exigem que os assuntos referenciados sejam colocados em prática de forma transparente pelos representes eleitos e, ainda, uma campanha mais abrangente e mais publicitada com foco nas medidas e nos objetivos de cada lista.
É importante sensibilizar os alunos para este ato, bem como sensibilizar as futuras listas para que enquadrem as necessidades dos alunos e da comunidade escolar referidas anteriormente, de forma que se tornem adequadas e mais direcionadas aos eleitores, assim promovendo uma maior participação.
Alunos do 12.º AJD, CG e IG, da via científica