Tertúlia com o escritor Nuno Higino no CIC

Sofia Soares e Sofia Miranda, do 12.º AJD
26/04/2024

Portugal vivia há quase cinco décadas sob um regime ditatorial, o Estado Novo, que, há 50 anos, nesse dia, 25 de abril, foi derrubado. A repressão, a miséria e a amargura foram substituídas pela liberdade, pela esperança e pela poesia. O 25 de Abril simboliza a queda de um regime, mas, sobretudo, o surgimento de um leque infinito de possibilidades para os portugueses. Tudo principiou com uma música, “E Depois do Adeus”, de Paulo de Carvalho.

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No âmbito da Comemoração dos 50 anos do 25 de Abril de 1974, realizou-se no dia 24 de abril de 2024, no Auditório Claret (Santuário do Coração de Maria), uma tertúlia cujo tema era “Aprender em Liberdade como se fala de Liberdade”. Preparada pelo Grupo Disciplinar de Ciências Sociais, contou com a participação dos alunos do Curso de Assessoria Jurídica e Documentação (AJD), que honraram a Revolução, cantando a sua primeira senha e declamando o poema “Esta gente”, de Sophia de Mello Breyner Andresen, um dos rostos da resistência. Esta iniciativa contou, também, com a participação de Os Sopranos, um grupo musical composto por alunos do Colégio de vários cursos coordenados pelo professor Paulo Pereira, que apresentou os temas “Viva la vida”, dos Coldplay e “I want the thee, my country”, de Gustav Holst.


Neste sentido, o CIC teve, ainda, o prazer de receber o escritor Nuno Higino, autor da obra “Abril, 25 poemas”, publicada em 2024. Nesta compilação de poemas, o autor retrata o quotidiano da ditadura do Estado Novo e o entusiasmo da população após a sua queda. Enquanto recordava o que foi para si o dia da Revolução, Nuno Higino declamou o poema do seu livro a que atribui maior valor, que se intitula “O que fazia falta”:


Tínhamos um grande império
mas para viver e sonhar faltava espaço
Tínhamos o rosto pálido:
até aos domingos o sol era escasso

(Higino, 2024)


Nesta tertúlia, aberta a todos quanto gostassem de comparecer, surgiu a oportunidade de refletir sobre a liberdade de expressão, sobre a literatura, sobre o significado de ser português e sobre o quanto devemos aos nossos Capitães de Abril por, atualmente, termos a Liberdade de sermos quem quisermos ser.


Em abril todas as praças
São praças da liberdade:
onde melhor se dançar
aí é que é o lugar

(Higino, 2024)


Efetivamente, o momento proporcionado foi de festa e de evocação, mas, sobretudo, de reflexão e de construção de uma cidadania ativa, para TODOS e com TODOS, que, à semelhança dos cravos vermelhos, deve ser “regada” com especial cuidado.


Obrigada, Abril!

Sofia Soares e Sofia Miranda, do 12.º AJD

 

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