Falar Saúde n.º 126
Intolerâncias alimentares – Parte I
Prof.ª Isabel Cristina
18/12/2024
Nunca se ouviu falar tanto de alergias e intolerâncias alimentares como nos últimos 15 anos, e todos conhecemos alguém que sofre de uma ou de outra. Apesar de frequentemente confundidas, pois os sintomas e a sua perceção podem ser semelhantes, existem diferenças que tornam possível separar as duas patologias.
“Não mata, mas mói.”
(provérbio popular)
Enquanto uma alergia a um dado alimento resulta numa forte resposta imunitária, a intolerância alimentar não envolve mecanismos do sistema imunitário e manifesta-se maioritariamente em dificuldades digestivas. Assim, enquanto as alergias exigem cuidados rigorosos para evitar qualquer exposição, a intolerância pode ser gerida com o consumo controlado ou evitando alimentos problemáticos.
Neste artigo, vamos falar um pouco de intolerâncias alimentares que cada vez mais afetam os nossos alunos, podendo impactar a sua qualidade de vida, embora não ponham em causa a sua sobrevivência. As intolerâncias variam muito em prevalência (número total de casos de uma doença numa população, num determinado período de tempo) de acordo com fatores genéticos, regionais e hábitos alimentares, sendo cerca de 20 a 35% a nível mundial e 25% em Portugal, apesar de nem sempre se conseguir identificar o alimento em questão.
Esta hipersensibilidade é provocada pela inexistência da enzima necessária para digerir determinado alimento, o que causa perturbações gastrointestinais, gases, náuseas ou diarreias, inchaço, dor abdominal e, em alguns casos, fadiga e dor de cabeça. A gravidade dos sintomas está muitas vezes relacionada com a quantidade do alimento consumido.
São cinco os principais Tipos de Intolerâncias Alimentares:
Uma vez que as manifestações clínicas são variadas, o diagnóstico torna--se difícil e demorado. Quanto ao tratamento, geralmente envolve a redução ou eliminação dos alimentos problemáticos. Além disso, o acompanhamento por um nutricionista é recomendado para assegurar uma alimentação equilibrada e evitar deficiências nutricionais.
No nosso Colégio, cerca de 1,7% dos alunos padece de uma ou mais intolerâncias alimentares, nomeadamente à lactose e ao glúten, o que reforça a importância de sermos sensíveis a esta condição.
Com o Natal à porta, é fundamental referir que as refeições podem ser igualmente saborosas, quando confecionadas com farinhas sem glúten e/ou bebida vegetal, numa perspetiva de uma gastronomia inclusiva e com mais saúde.
Boas festas!
Prof.ª Isabel Cristina