|
Alunos do 12ºPT
assistem ao filme
“A Turma” ( “Entre Les Murs”)
|
“A Turma”, filme francês de Laurent Cantet,
venceu a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes. A última edição do
festival premiou 2 filmes realistas e actuais: se “Gomorra”, de Matteo
Garrone (vencedor do Prémio Especial do Jurí) retrata o mundo da máfia
italiana, “A Turma” procura retratar o microcosmos de um liceu da Europa
moderna.
O filme tem sido debatido e tem sensibilizado alunos, pais e professores
para o ambiente escolar na actualidade; mostra como o encontro diário,
numa sala de aula, entre um adulto cuja missão seria emitir conhecimentos,
e um grupo de jovens cujo papel seria absorvê-los, se transformou num
confronto duro, exigente, exasperante e muitas vezes inglório.
No seu artigo sobre o filme no jornal Ípsilon, Vasco Câmara escreve: “A
sala de aula, como nunca a vemos. O professor seduz, mas o professor
cansa-se – e o aluno aborrece-se. O professor desce até à classe mas
escorrega, cai, e o aluno aproveita. Este filme é um “match”, e não há
vencedores à vista. A escola é utopia e a escola é frustração. A
escolaridade é obrigatória? “ A Turma”, de Laurent Cantet, também.”
Alguns alunos do 12ºano de Património e Turismo assistiram ao filme; as
reacções:
“Gostei bastante do filme. Retrata tudo o que se passa diariamente numa
sala de aula. Estive atenta a todos os pormenores e algumas das atitudes
dos estudantes no filme eram exactamente iguais às nossas. Parecia que
estávamos dentro da sala com aqueles alunos a ter a mesma aula. Na minha
opinião o filme passou-nos variadas mensagens, uma delas, e que eu acho
das mais importantes, é a de que o respeito entre professores e alunos
deve ser mútuo. Existem diferenças a respeitar, pois ninguém é igual a
ninguém. No fim, o filme mostra a imagem da sala de aula vazia e logo a
seguir mostra a imagem de uma torneio de futebol entre estudantes e
professores em que ambas as partes sorriam e conviviam sem problemas:
dentro das quatro paredes da sala de aula havia conflitos, mas fora dela
todos se pareciam entender. “ - Ana Luísa Lopes
“Na minha opinião o filme retrata muito bem o cenário a que, por vezes, se
assiste numa sala de aulas. A ideia de que, enquanto alunos, temos sempre
razão…nem sempre é assim. No primeiro dia de aulas há sempre uma primeira
impressão, e isso também é retratado no filme, pois cada actor tem a sua
nacionalidade. O facto de o filme não ter banda sonora, achei um ponto
mais negativo, e também não termina com grande ideias ou frases finais,
algo típico em filmes americanos: o filme procura que o espectador tire as
suas próprias conclusões. A meu ver, o respeito é a base para uma boa
relação no seio escolar. A parte mais significativa foi o final: alunos e
professores, num local tão iguais e noutro tão diferentes.” – Débora
Marques
“Penso que o filme proposto superou expectativas; habituados a ver filmes
de outro registo, este sensibilizou-nos de uma forma que nenhum de nós
esperava. Um filme cujo cenário principal era a sala de aula, com alunos
comuns e não com actores profissionais, como é hábito. Parecia que
estávamos dentro da própria sala a conviver com aqueles mesmos alunos e
com aqueles mesmos dramas. Penso que cada um de nós conseguiu ver um pouco
de si mesmo e das nossas aulas retratadas naquele ambiente. O filme
consegue atingir o seu objectivo principal e passar a mensagem pretendida
para cada espectador: o respeito é o valor mais importante dentro de uma
aula e quando este é quebrado, tudo se desmorona. No final do filme
pudemos ver a sala vazia, e os alunos fora dela num convívio sem
conflitos.” – Joana Alves
“Pessoalmente considero um filme muito bom, que retrata realmente os
problemas dentro de uma sala de aula. Achei interessante o facto de os
actores não serem profissionais e o professor ser o próprio autor que
tinha escrito a história em livro. O filme ajuda a reflectir sobre
determinados assuntos como a educação, o respeito e a cooperação. As
várias personagens identificam-se com cada um de nós, e dão-nos a perceber
que nem sempre temos as atitudes mais correctas, ajudando-nos assim a ver
também o ponto de vista dos professores. O filme é, no fundo, uma viagem
ao nosso dia-a-dia escolar. Uma lição para qualquer estudante.” – Rita
Santos
Sérgio Pereira
|