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Eurico, o
Presbítero
“Eurico, o Presbítero” conta a triste história de amor de Eurico e
Hermengarda, passada no início do século VIII, na Espanha visigoda.
Eurico e Teodomiro são amigos e lutam com
Vitiza, rei dos godos, contra os montanheses rebeldes e os francos,
seus aliados. Depois desse bem sucedido combate, Eurico pede ao
Duque de Fávila a mão da sua filha, Hermengarda, em casamento.
Porém, Fávila, ao saber das intenções do guerreiro, de origens
humildes, recusa o seu pedido.
Certo de que a sua amada também o repelia,
o jovem entrega-se ao sacerdócio, sendo nomeado Presbítero de
Carteia. A vida de Eurico resume-se, então, às suas funções
religiosas e à composição de poemas e hinos monásticos, que ocupavam
a sua mente e afastavam as suas recordações tormentosas.
Essa rotina só é quebrada quando os
muçulmanos (árabes e berberes), liderados por Tariq, invadem a
Península Ibérica com o intuito de expandir o islamismo.
Inicialmente, Eurico alerta o seu amigo Teodemiro, duque de Córdova,
e, posteriormente, já diante da invasão, assume-se como um bravo e
enigmático cavaleiro negro que luta de maneira heróica, defendendo a
pátria fervorosamente, cego pela cólera que o devora. Devido ao seu
ímpeto, ganha a admiração de todos os godos.
Com o desenrolar da batalha, Hermengarda,
que se encontrava refugiada no Mosteiro da Dolorosa Virgem, é
raptada pelos inimigos, estando reservada para servir as
necessidades carnais do líder árabe, Abdulaziz. É neste seguimento
que, mais uma vez, surge a faceta heróica do misterioso (e
apaixonado) cavaleiro negro que, em conjunto com mais alguns
guerreiros godos, consegue salvá-la! Durante a fuga, Hermengarda é
levada desmaiada pelas montanhas das Astúrias, onde Pelágio, seu
irmão, a esperava ansiosamente. De facto, nesse momento, essas
montanhas são o único e verdadeiro refúgio da independência goda,
uma vez que, depois de uma luta terrível contra os muçulmanos,
Teodemiro aceita as vantajosas condições de paz que lhe são
propostas.
Já em segurança, na gruta de Covadonga,
Hermengarda ao deparar-se com Eurico pode, enfim, declarar o seu
amor. No entanto, o pobre gardingo sabe que esse amor, ainda que
completa e totalmente recíproco, é impossível devido às suas
convicções religiosas. É nesse momento que o valente guerreiro
revela à sua amada que o Presbítero de Carteia e o cavaleiro negro
são a mesma pessoa. Ao saber disso, Hermengarda enlouquece e Eurico,
resignado às suas funções monásticas e ao seu cruel destino, parte
para um combate suicida…
Um interessante romance, habilidosa e
artisticamente escrito por um dos maiores vultos portugueses,
Alexandre Herculano.
Título: Eurico, o
Presbítero
Autor: Alexandre Herculano
Editora: Oficina do Livro
Modo/Género literário: Narrativo / Romance
histórico
Sugestão de leitura de Joana Genésio,
n.º 7029, do 12.º LRJ 1
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