No passado dia 13 de Abril de 2010, a turma de 12º ano do curso de
Química, Ambiente e Qualidade partiu em direcção a Huelva, cidade do sul
de Espanha, com o objectivo de conhecer um dos maiores complexos
industriais daquele país e o maior em indústria Química da Peninsula
Ibérica.
Tal como previsto, partimos do Colégio pelas 8
horas da manhã, convenientemente preparados com o nosso farnel, malas
com roupa para 4 dias e, claro, com os ouvidos cheios das recomendações
dos pais. Esperavam-nos aproximadamente 10 horas de viagem de autocarro,
durante as quais nos procurámos distrair da melhor maneira possível:
vendo alguns filmes e ouvindo música nos inevitáveis i-pods e outros
leitores do género. Filme após filme, sempre interrompidos pelas
necessárias paragens para conforto do estômago, chegámos finalmente ao
Albergue Juvenil de Huelva, situado nas imediações da cidade, junto à
praia.
Houve, então, tempo para o reconhecimento do
local: os quartos que iriam ser o nosso “quartel-general” durante quase
uma semana, o campo de jogos, e ainda a praia, tão próxima. Após o
jantar, pudemos visitar, por fim, o centro da cidade, numa caminhada
nocturna.
A manhã do dia seguinte foi preenchida com uma
visita à fábrica da Fertibéria, uma das maiores empresas da região.
Antes, porém, saímos do autocarro para podermos tirar fotografias em
grupo no local de onde Cristóvão Colombo terá partido, em tempos, na sua
viagem de descoberta das Américas. No local, é visível uma estátua
construída em homenagem ao navegador, um dos mais queridos pelos
espanhóis.
Fotografias tiradas, momento imortalizado, pudemos seguir em direcção ao
nosso destino, a fábrica de fertilizantes, na qual nos foi dado a
conhecer pela Eng.ª Maria José tanto o processo produtivo do ácido
sulfúrico (um dos componentes para a produção de fertilizantes), como as
instalações onde o mesmo ocorria. Foi possível, desta forma, consolidar
conhecimentos adquiridos em algumas disciplinas técnicas do curso que
frequentamos, de uma forma lúdica e aplicada à vida real.
Após o almoço, oferecido pela empresa, seguimos
numa visita ao Molle das Caravelas, onde vimos gigantescas réplicas das
caravelas La Nina e La Pinta, assim como da nau Santa Maria, comandada
em tempos por Cristóvão Colombo. Vimos também um documentário, com cerca
de 20 minutos, que relatava a coragem e o espírito de sacrifício de
todos os navegadores, tanto portugueses como espanhóis, que tiveram o
mérito de “descobrir outros mundos”.
De volta ao Albergue Juvenil, as condições
atmosféricas não foram propícias a actividades outdoor, pelo que
passámos algumas horas em convívio, até ao momento do jantar.
O dia seguinte reservava-nos uma viagem à serra
de Huelva, a fim de visitar as minas de Rio Tinto, cuja origem remonta à
Idade do Cobre; porém, estas minas só começaram a ser convenientemente
aproveitadas por volta do séc. XVIII, numa autêntica Revolução
Industrial introduzida pelos Britânicos. Visitámos primeiramente o museu
das minas, seguindo-se uma viagem até às minas propriamente ditas, onde
pudemos aprender mais sobre aquele estranho rio de cor avermelhada, o
Rio Tinto.
A intensa coloração deste rio é devida à
oxidação do ferro feita por bactérias extremófilas, isto é, que habitam
em locais com condições muito extremas: neste caso, o Rio Tinto possui
um pH de 2 e é um local onde seria inimaginável a existência de vida.
Conforme o guia que nos acompanhava explicou, a
NASA está actualmente a desenvolver estudos na região, por pensar que as
condições deste local são bastante semelhantes às existentes no planeta
Marte.
Para a tarde, estava agendada uma visita
turística a Sevilha, onde tivemos a oportunidade de melhor conhecer esta
cidade que é, afinal, a capital da Andaluzia, assim como as suas
tradições e o seu comércio.
De volta ao Albergue Juvenil, após o jantar,
era tempo de arrumar as malas e guardar nelas recordações que nos
acompanharão na vida. Assim, dia 16 de Abril, deixámos Huelva, com
destino ao Colégio Internato dos Carvalhos, não sem antes pararmos no
Parque das Nações, em Lisboa, para um almoço em grupo. Chegámos, por
fim, ao nosso destino, por volta das 18 horas, extremamente cansados da
viagem, mas também satisfeitos com a fantástica semana que tínhamos
partilhado e com os conhecimentos adquiridos em Huelva.
|