As Intermitências da Morte

Sugestão de leitura de Ricardo Martins Maia.
21/06/2010

Nunca deixando de lado toda a sua ironia e mordacidade, o nobel José Saramago, expoente máximo da literatura portuguesa, mais uma vez nos permite vivenciar experiências únicas (sempre reveladoras da sua forma de estar) com As Intermitências da Morte.

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As Intermitências da Morte

Autor: José Saramago
Editora: Companhia das Letras
Modo / Género literário: Narrativo / Romance

Nunca deixando de lado toda a sua ironia e mordacidade, o nobel José Saramago, expoente máximo da literatura portuguesa, mais uma vez nos permite vivenciar experiências únicas (sempre reveladoras da sua forma de estar) com As Intermitências da Morte.

Desta vez, apresenta-nos um país fictício (provavelmente uma alusão a um Portugal monarquizado) onde, na passagem de um ano para o outro, as pessoas deixam um hábito já muito antigo, morrer. O autor aproveita-se disso para reflectir filosoficamente, evidenciando as reacções da Igreja, Governo, Economia e, tal como já nos habituou noutras obras, faz- nos sentir desilusão perante a podridão humana que, para sobreviver, demonstra o seu carácter excessivamente animal. Afinal, as pessoas deixam de morrer, mas também de viver, incitando ao colapso da economia nacional. O caos é catastroficamente instalado.

Seguidamente, apresenta-nos a morte como uma força viva e quase física, transportando-nos para a pura fantasia, mas nunca apagando o fio que nos conduz ao real.

Encontrando-se personificada, a Morte decide fazer como que uma greve, mostrando que é, ao fim de contas, uma entidade a respeitar e acarinhar. Começamos, então, a acompanhar, passo a passo, esta entidade com características humanas, mas com todos os poderes omnipotentes que a confundem com um Deus. Definitivamente feminina e irresistível, a morte leva-nos a divagar sobre a vida, o amor, bem como a sua ausência e, principalmente, sobre o sentido da nossa existência.

Por fim, aconselho vivamente a leitura atenta deste livro, garantindo que a leitura do livro As Intermitências da Morte jamais constituirá um desperdício de tempo.

Sugestão de leitura de Ricardo Martins Maia, n.º 7618, do 11.º BT 1

 

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