FALAR SAÚDE Nº 21: Viver com diabetes

Prof. Isabel Cristina
02/11/2011

Sabiam que existem cerca de um milhão de pessoas com diabetes em Portugal? Sendo que 44% dos casos ainda estão por diagnosticar?

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Rubrica GOVCIC 02 de Março de 20
 

 

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Falar Saúde
1 de Novembro de 2011

 

 

 

 

 


Somos feitos de carne, mas temos de viver
como se fôssemos de ferro.
Sigmund Freud


Falar Saúde Nº 21
Viver com diabetes

Sabiam que existem cerca de um milhão de pessoas com diabetes em Portugal? Sendo que 44% dos casos ainda estão por diagnosticar?

Estas e outras conclusões fazem parte do relatório do Observatório Nacional da Diabetes 2010, apresentado em fevereiro deste ano. O relatório revela que 12,3% da população portuguesa entre os 20 e os 79 anos sofre desta doença e aponta para um crescimento da diabetes nos últimos nove anos, sendo que, segundo a Federação Internacional da Diabetes, o número de pessoas que sofrem de diabetes irá duplicar até 2030. A relação entre a diabetes e o nível educacional é outro dos fatores analisados, indicando que quanto mais elevado o nível de qualificação, menor a prevalência da doença.

Apesar de não fazer ideia de quantas pessoas, pertencentes à comunidade Colégio dos Carvalhos, vivem ou convivem com a diabetes, achei por bem chamar à atenção para esta doença, bem como sensibilizar aqueles que nada sabem sobre o assunto.

Porquê agora? Porque se celebra, a 14 de novembro próximo, o Dia Mundial da Diabetes, que tem a finalidade primária chamar a atenção das entidades oficiais, dos profissionais de saúde, da comunicação social e da comunidade em geral para a problemática da Diabetes Mellitus.

Seguem-se algumas informações importantes sobre esta doença, as quais podem ser consultadas na íntegra em www.portaldasaude.pt/portal, do Ministério da Saúde.

O que é a diabetes?

A diabetes é uma doença crónica que se carateriza pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue e pela incapacidade do organismo em transformar toda a glicose proveniente dos alimentos. À quantidade de glicose no sangue chama-se glicemia e quando esta aumenta diz-se que o doente está com hiperglicemia.

Quem está em risco de ser diabético?

A diabetes é uma doença em crescimento, que atinge cada vez mais pessoas em todo o mundo e em idades mais jovens. No entanto, há grupos de risco com fortes probabilidades de se tornarem diabéticos:

  •  Pessoas com familiares diretos com diabetes;

  •  Homens e mulheres obesos;

  • Homens e mulheres com tensão arterial alta ou níveis elevados de colesterol no sangue;

  •  Mulheres que contraíram a diabetes gestacional na gravidez;

  •  Crianças com peso igual ou superior a quatro quilogramas à nascença;

  •  Doentes com problemas no pâncreas ou com doenças endócrinas.

Quais são os sintomas típicos da diabetes?

Nos adultos - A diabetes é, geralmente, do tipo 2 e manifesta-se através dos seguintes sintomas:

  • Urinar em grande quantidade e muitas mais vezes, especialmente durante a noite (poliúria);

  • Sede constante e intensa (polidipsia);

  •  Fome constante e difícil de saciar (polifagia);

  •  Fadiga;

  •  Comichão (prurido) no corpo, designadamente nos órgãos genitais;

  •  Visão turva.

Nas crianças e jovens - A diabetes é quase sempre do tipo 1 e aparece de maneira súbita, sendo os sintomas muito nítidos. Entre eles encontram-se:

  •  Urinar muito, podendo voltar a urinar na cama;

  •  Ter muita sede;

  •  Emagrecer rapidamente;

  •  Grande fadiga, associada a dores musculares intensas;

  •  Comer muito sem nada aproveitar;

  •  Dores de cabeça, náuseas e vómitos.

É importante ter presente que os sintomas da diabetes nas crianças e nos jovens são muito nítidos. Nos adultos, a diabetes não se manifesta tão claramente, sobretudo no início, motivo pelo qual pode passar despercebida durante alguns anos. Os sintomas surgem com maior intensidade quando a glicemia está muito elevada. E, nestes casos, podem já existir complicações (na visão, por exemplo) quando se deteta a doença.

Pode ser diabético...

  • Se tiver uma glicemia ocasional de 200 miligramas por decilitro ou superior com sintomas;

  •  Se tiver uma glicemia em jejum (oito horas) de 126 miligramas por decilitro ou superior em duas ocasiões separadas de curto espaço de tempo.

Que tipos de diabetes existem?

  • Diabetes Tipo 2 (Diabetes Não Insulino-Dependente) - É a mais frequente (90% dos casos).
    O pâncreas produz insulina, mas as células do organismo oferecem resistência à ação da insulina. O pâncreas vê-se, assim, obrigado a trabalhar cada vez mais, até que a insulina produzida se torna insuficiente e o organismo tem cada vez mais dificuldade em absorver o açúcar proveniente dos alimentos. Este tipo de diabetes aparece normalmente na idade adulta e o seu tratamento, na maioria dos casos, consiste na adopção duma dieta alimentar, por forma a normalizar os níveis de açúcar no sangue. Recomenda-se também a atividade física regular. Caso não consiga controlar a diabetes através de dieta e atividade física regular, o doente deve recorrer a medicação específica e, em certos casos, ao uso da insulina. Os medicamentos usados no tratamento deste tipo de diabetes são geralmente fármacos (comprimidos) que atuam no pâncreas, estimulando a produção de insulina. Neste caso deve consultar sempre o seu médico.

  • Diabetes Tipo 1 (Diabetes Insulino-Dependente) - É mais rara.
    O pâncreas produz insulina em quantidade insuficiente ou em qualidade deficiente ou ambas as situações. Como resultado, as células do organismo não conseguem absorver, do sangue, o açúcar necessário, ainda que o seu nível se mantenha elevado e seja expelido para a urina. Contrariamente à diabetes tipo 2, a diabetes tipo 1 aparece com maior frequência nas crianças e nos jovens, podendo também aparecer em adultos e até em idosos. O tratamento, que deve ser acompanhado obrigatoriamente pelo médico de família, engloba três vertentes fundamentais: adoção de uma dieta alimentar adequada, prática regular de exercício físico e o uso da insulina.

  •  Diabetes Gestacional - Surge durante a gravidez e desaparece, habitualmente, quando concluído o período de gestação. No entanto, é fundamental que as grávidas diabéticas tomem medidas de precaução para evitar que a diabetes do tipo 2 se instale mais tarde no seu organismo. A diabetes gestacional requer muita atenção, sendo fundamental que, depois de detetada a hiperglicemia, seja corrigida com a adoção duma dieta apropriada. Quando esta não é suficiente, há que recorrer, com a ajuda do médico, ao uso da insulina, para que a gravidez decorra sem problemas para a mãe e para o bebé. Uma em cada 20 grávidas pode sofrer desta forma de diabetes.

Para saber mais…

Prof. Isabel Cristina

 

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