FALAR SAÚDE Nº 66: Vivinha da costa

Prof. Isabel Cristina
26/05/2014

Aproxima-se o fim das aulas e, com ele, o mês dos santos populares e das sardinhas assadas: pele brilhante, guelras vermelhas e olhos salientes e transparentes, com cheiro a maresia, à mesa são rainhas e na boca pérolas do oceano.

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Rubrica GOVCIC 02 de Março de 20
 

 

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Falar Saúde
26 de maio de 2014

 

 

 

 

 


Se deres um peixe a um homem faminto, vais alimentá-lo por um dia. Se o ensinares a pescar, vais alimentá-lo toda a vida.
Lao-Tsé


Falar Saúde Nº 66
Vivinha da costa


Aproxima-se o fim das aulas e, com ele, o mês dos santos populares e das sardinhas assadas: pele brilhante, guelras vermelhas e olhos salientes e transparentes, com cheiro a maresia, à mesa são rainhas e na boca pérolas do oceano.

Desde sempre presentes na cozinha portuguesa, as sardinhas, assadas nas brasas, fritas ou no forno, combinam na perfeição com saladas e acompanham, com classe, um bom vinho. Também são reconhecidas como um alimento de excelente qualidade nutricional, obtendo um estatuto apreciável junto daqueles que fazem da gastronomia um ritual de satisfação.

Todos sabemos que o consumo regular de peixe é essencial a uma alimentação saudável. A proteína do peixe é de bom valor biológico e fácil digestão, pelo que ajuda a satisfazer as necessidades proteicas de uma forma mais eficaz e saudável.

As sardinhas são ricas em vitaminas e minerais, em especial as vitaminas A e D, fósforo e iodo, e são também um alimento com um teor elevado de gordura polinsaturada. A verdade é que a sardinha, como outros peixes gordos, contém ácidos gordos ómega 3, essenciais para o bom funcionamento do organismo, nomeadamente do coração. Ajudando a reduzir as taxas de triglicéridos e de colesterol no sangue, a sardinha possibilita ainda a redução da pressão arterial e altera a estrutura da membrana das células sanguíneas, tornando assim o sangue mais fluido.

No entanto, como “não há bela sem senão”, os peixes gordos são desaconselhados para pessoas que sofram de níveis elevados de ácido úrico no sangue (hiperuricemia) ou gota, devido ao seu elevado teor em purinas, que no organismo são transformadas em ácido úrico. Se a sardinha viver em águas poluídas, a gordura armazena alguns contaminantes que, a longo prazo, podem ser prejudiciais à saúde.

Dicas de frescura

  • Ao comprar sardinhas devemos ter em atenção o seu aspeto brilhante, a pele luminosa, por forma a não apresentar manchas estranhas, a sua tonalidade uniforme, os olhos brilhantes e o “corpo” rijo.

  • Como se deterioram com facilidade, devem ser consumidas no próprio dia ou no dia seguinte à compra. Se forem para consumir no dia seguinte, retirar as vísceras, lavar e colocá-las na zona mais fria do frigorífico.

  • Para prazos maiores, congelar. Lavar previamente e utilizar sacos apropriados para embalar, garantindo que as sardinhas não estão em contacto com o ar. Colocá-las lado a lado para não as esmagar e indicar sempre, na embalagem, a data de congelação. Durante o período de congelação, a temperatura deve ser constante, no mínimo de -18ºC. Para serem confecionadas posteriormente, as sardinhas não têm de ser descongeladas.

  • A melhor época para consumir sardinhas vai de maio a novembro, altura em que apresentam um maior teor de gordura e, consequentemente, um melhor aroma e paladar. Lá diz o povo: “Sardinha de S. João já pinga no pão”!

À falta de sardinha fresca podemos sempre “pescar” na prateleira do hipermercado. A sardinha em lata, ou de conserva, é tão saudável quanto a fresca, tem a mesma quantidade de ômega 3 e sendo conservada em molho de tomate ou azeite de oliva não tem alto teor de sódio e todas aquelas coisas menos boas que se costumam encontrar em produtos enlatados. Além de saborosas são práticas.


Prof. Isabel Cristina

 

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