FALAR SAÚDE Nº 67: Segunda pele

Prof. Isabel Cristina
01/07/2014

Apesar do tempo incerto a que temos assistido, mesmo depois da chegada do verão no dia 21 de junho, é impossível resistir a uma ida à praia nos dias em que o sol nos convida a sair de casa...

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Rubrica GOVCIC 02 de Março de 20
 

 

  Rubrica
Falar Saúde
01 de junho de 2014

 

 

 

 

 


Tomará alguém fogo no seio sem que as suas vestes se incendeiem?
Bíblia


Falar Saúde Nº 67
Segunda pele


Apesar do tempo incerto a que temos assistido, mesmo depois da chegada do verão no dia 21 de junho, é impossível resistir a uma ida à praia nos dias em que o sol nos convida a sair de casa. O pior é as consequências desse encontro tão estimulante: a exposição aos raios ultravioleta (UV).

Todos os anos, a cada verão que começa, somos alertados para os cuidados a ter no sentido de nos protegermos dos efeitos nefastos resultantes da exposição solar, mas nem sempre nos lembramos de os pôr em prática e acabamos por ser um pouco negligentes.

Aplicar protetor solar tem sido uma das medidas de proteção mais difundidas, mas é apenas uma das muitas que devem ser adotadas em simultâneo. Usar roupa adequada é outra medida muito eficaz, com a vantagem de não ser necessária a constante reaplicação, mas infelizmente nem todas as pessoas têm essa noção.

Lembro que a exposição aos raios UV acontece não só quando se apanha sol na praia, mas também sempre que se pratica um desporto ao ar livre, durante a jardinagem ou, simplesmente, durante um passeio. Nestes casos o vestuário é fundamental na proteção.


Os têxteis e a proteção solar

Os materiais têxteis assumem cada vez mais funcionalidades que lhes vão conferindo novas aplicações, nos mais variados domínios quase sempre com o objetivo último de melhorar o conforto e a performance do ser humano em atividades ou ambientes específicos. No caso do vestuário e das soluções “sombra”, como toldos ou chapéu-de-sol, estes materiais são na grande maioria dos casos a principal barreira, se não a única, entre a nossa pele e a radiação UV, sendo que esta função protetora pode ser maximizada se tivermos em conta a forma como determinadas características térmicas do material têxtil influenciam o grau de proteção que o mesmo nos garante. Aspetos como a composição, a cor, o tipo de estrutura e a contextura são determinantes no grau de proteção alcançável.

No entanto nem todos os tecidos apresentam uma boa capacidade para proteção solar e vários fatores interferem neste resultado. De uma forma geral, o grau de proteção, que um tecido proporciona frente aos efeitos adversos da luz solar, é comumente descrito pela sigla FPU – Fator de Proteção Ultravioleta.

Os tecidos apresentam um grau variável de FPU, uma vez que a exposição de um tecido ao sol pode resultar em:

  •  os raios solares são refletidos pelo tecido, transmitidos (penetram no tecido);

  •  os raios solares são absorvidos (ficam retidos nas malhas do tecido).


Assim, os fatores que influenciam o grau de proteção solar dos tecidos são:

  •  Design: quanto maior for a parte coberta de pele, maior a proteção. São exemplos as mangas longas, golas altas, viseiras e chapéus de abas largas.

  •  Tipo: tecidos de fibras sintéticas, como o poliéster e a poliamida, oferecem uma proteção (FPU 30) mais elevada do que os tecidos de fibras de algodão.

  •  Trama: um tecido plano (camisa) protege mais do que um tecido de malha (t-shirt), pois quanto mais apertada for a malha, menor a quantidade de radiação que atravessa o tecido.

  •  Cor: os tecidos escuros protegem mais do que os tecidos claros, pois as cores claras transmitem a radiação UV para a pele e refletem a radiação IV (infravermelhos). São, por isso, mais frescas, mas conferem menor proteção contra os UV. Já as cores escuras transmitem a radiação IV para a pele e refletem a radiação UV. Conferem, por isso, maior proteção contra os UV apesar de serem mais quentes.

  •  Humidade: um tecido seco protege mais do que um tecido molhado.

Exemplo de uma escala crescente de proteção

Curiosidade

Tecidos de alta tecnologia são fabricados com dióxido de titânio e já fazem parte das ferramentas de proteção de algumas pessoas. Todos eles fabricados com muita sofisticação e estilo, oferecendo conforto e proteção solar, pois são confecionados com fios sintéticos (poliamida).

Existem algumas roupas em que o FPU pode chegar a 100, comparando-se a um excelente protetor solar. Mesmo após várias lavagens, a substância não sai da roupa, pois um aditivo é inserido no fio durante o processo de fabricação. As roupas também possuem uma ação que evita a proliferação de bactérias, sem alterar o equilíbrio natural da flora bacteriana da pele.


Prof. Isabel Cristina

 

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