UM LIVRO POR SEMANA: Dispersão

Sugestão de Brígida Malheiro
06/03/2015

A obra poética de Mário de Sá Carneiro, intitulada “Dispersão”, apresenta-se como um diário, onde o poeta vai reportando os sentimentos antagónicos e, maioritariamente, disfóricos que o sobressaltam, momentos antes da sua morte.

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Rubrica
Um Livro por Semana

 

 

 

 

 


Dispersão


Título
: “Dispersão”
Autor: Mário de Sá-Carneiro
Editora: Presença
Modo/género literário: Lírico

A obra poética de Mário de Sá Carneiro, intitulada “Dispersão”, apresenta-se como um diário, onde o poeta vai reportando os sentimentos antagónicos e, maioritariamente, disfóricos que o sobressaltam, momentos antes da sua morte.

Mostra-se, assim, pertinente referir as duas realidades antagónicas criadas pelo “eu”. A primeira remete-nos para um mundo idealizado, de sonhos e fantasias (“A minh' alma nostálgica de além” – página 7) onde o sujeito poético se sente confortável, lutando incessantemente por atingi-lo (“Alastro, venço, chego e ultrapasso; / Sou labirinto, sou licorne e acanto.” – página 9).

Em oposição a este mundo místico, existe o real e o concreto, que assombram o “eu” com sentimentos negativos, como a melancolia, a solidão e tristeza (“Mas a vitória fulva esvai-se logo... / E cinzas, cinzas só, em vez de fogo... / - Oh de existo que não existo em mim?” – página 13), provocando nele o desejo de morrer a fim de atingir a paz de que necessita (“Parti. Mas logo regressei à dor, / Pois tudo me ruiu…” – página 44).

Para concluir, considero esta obra um dos “tesouros” da Literatura Portuguesa, uma vez que o “eu” procurou, na sua poesia, combater a solidão a partir de um relato intimista, sentimental e bastante confessional, vendo no leitor um amigo.


Sugestão de leitura da aluna Brígida Malheiro, do 11.º C

 

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