FALAR SAÚDE Nº 76: Mania da magreza

Prof. Isabel Cristina
02/02/2015

Atualmente, as dietas de emagrecimento têm muitos adeptos que, por vezes, se tornam verdadeiros obcecados. A questão que se impõe é: até que ponto esta obsessão pode tornar-se perigosa para a saúde e de que forma?

blueimp Gallery
Veja todas as imagens na GALERIA DE IMAGENS disponível no fim desta página.
Rubrica GOVCIC 02 de Março de 20
 

 

  Rubrica
Falar Saúde
02 de fevereiro de 2015

 

 

 

 

 


O meu corpo é um jardim, a minha vontade o seu jardineiro.
William Shakespeare


Falar Saúde Nº 76
Mania da magreza


Atualmente, as dietas de emagrecimento têm muitos adeptos que, por vezes, se tornam verdadeiros obcecados. A questão que se impõe é: até que ponto esta obsessão pode tornar-se perigosa para a saúde e de que forma? Para esclarecer esta dúvida, nada melhor de que um artigo da “Superinteressante Brasil”, que tive a oportunidade de ler e do qual transcrevo alguns parágrafos.

“Qualquer pessoa consegue inventar uma dieta de emagrecimento, capaz de se transformar em “best-seller” e engordar a carteira com dinheiro. Que tal a dieta do chocolate, da lasanha ou das três colheres de feijoada em cada refeição? Alfredo Halpern, professor da Universidade de São Paulo, afirma «Na verdade, qualquer regime para emagrecer, emagrece. Mas ninguém pode passar o resto da vida, única e exclusivamente, a comer feijoada, por exemplo». Esse é o problema número um de todas as chamadas dietas de moda, que fizeram ou ainda fazem sucesso: elas não podem ser seguidas por tempo indefinido. A médio ou a longo prazo, prejudicam o organismo, especialmente daqueles que, de facto, não precisam perder peso. Magrinhos com mania da magreza é o que não falta.” (…)

“As dietas de moda não têm fundamento científico”, adverte Halpern. "Seguidas à risca, elas quase sempre levam ao emagrecimento rápido, mas também podem causar uma anemia", exemplifica. No fundo, todos sabem de cor qual seria o regime ideal: comer um pouco de cada tipo de alimento (verduras, legumes, carnes, frutas e cereais), em horários adequados para as refeições, sem abusar de doces nem de fritos. Sucesso garantido. Mas as pessoas acabam por apelar àquelas dietas que prometem fazê-las perder, numa semana, os quilos conquistados em meses. "Se alguém faz uma dieta cheia de restrições, há cerca de 90% de hipóteses de recuperar o peso perdido mal volte a ter uma vida normal. Justamente, porque não aprendeu a dispor com moderação de todo tipo de comida presente no quotidiano."

Quando as formas do corpo se alargam e encolhem sucessivamente feito um acordeão, graças a diversos regimes fracassados, a pessoa tende a não regressar ao seu antigo ponto de partida na balança, ficando mais gorda após cada tentativa frustrada de ser magra. Engordar significa rechear determinadas células, os adipócitos, com moléculas gordurosas, que correm no sangue. Redondos, os adipócitos lembram balões, capazes de aumentar dez vezes de volume, elasticidade só comparável à das células da superfície da pele. Quando chegam ao limite máximo de armazenamento de gordura, elas dividem-se ao meio, em vez de rebentar.

Se o organismo é submetido a um regime severo para emagrecer, estes reservatórios de gordura esvaziam-se, porém a sua quantidade é mantida. Assim, é como se os adipócitos aguardassem o primeiro deslize alimentar para ficarem inchados novamente. Quando as moléculas de gordura entram na circulação sanguínea, uma enzima chamada lipoproteína lipase (LPL) trata de arrastá-las para dentro dos adipócitos famintos, só que, onde antes havia uma única dessas células, passam a encontrar-se duas. Se o fenómeno do ioió da balança se repetir, existirão quatro, oito, e assim por diante. Esta progressão é acusada pela fita métrica, marcando uma cintura mais grossa a cada final mal resolvido da dieta.

“(…) «Os maiores inimigos, nessas horas, são os conceitos falsos», opina a nutricionista Mónica Beyruti. A maior fonte de "falsos conceitos", de acordo com a definição da nutricionista, são os famosos alimentos dietéticos. Em geral, são produtos em que o açúcar foi substituído pelos não calóricos ou adoçantes. "Só por não conterem açúcar não significa que não engordem", esclarece Mónica. Ao compararmos uma barra de chocolate normal e outra, do mesmíssimo tamanho, de chocolate dietético, nota-se que os ingredientes gordurosos aproximam os dois produtos, em termos de calorias, o que os faz engordar quase tanto o mesmo.

As calorias são unidades de energia que determinada comida gera no organismo. Na economia do corpo humano, o peso permanece inalterado quando a quantidade de energia gasta, seja num piscar de olhos à elaboração de um pensamento, empata com a quantidade de energia obtida nas refeições. Se o consumo de energia é maior do que a sua aquisição, o corpo emagrece. Por outro lado, a pessoa engorda se ingere mais calorias do que o seu organismo queima para funcionar. Parece uma matemática simples, mas o organismo de diferentes pessoas consome combustível de forma diferente. (…)

Apenas cinco em cada cem gordinhos ou mesmo peso pesados, feito os obesos, têm alguma disfunção nas glândulas que controlam o que entra e sai de energia do corpo, como a tiroide encarregada de governar o metabolismo. Por exemplo, as mulheres, na menopausa, têm maior tendência a engordar porque a produção das hormonas tiroidianas fica mais lenta. (…)”

Prof. Isabel Cristina

 

GALERIA DE IMAGENS