FALAR SAÚDE Nº 97: O peso dos livros

Prof.ª Isabel Cristina
10/10/2016

Mais uma semana de aulas se inicia e, com ela, um conjunto de rotinas ao qual não podemos fugir. Entre essas rotinas, está o transporte da mochila com os livros, cadernos, estojo e um sem fim de objetos que os nossos filhos consideram imprescindíveis...

blueimp Gallery
Veja todas as imagens na GALERIA DE IMAGENS disponível no fim desta página.
Rubrica GOVCIC 02 de Março de 20
 

 

  Rubrica
Falar Saúde
10 de outubro de 2016

 

 

 

 

 


A estrada fica mais bonita quando podemos olhá-la, sem o peso de malas nas mãos.
Padre Fábio de Melo


Falar Saúde Nº 97
O peso dos livros

Mais uma semana de aulas se inicia e, com ela, um conjunto de rotinas ao qual não podemos fugir. Entre essas rotinas, está o transporte da mochila/saco com os livros, cadernos, estojo e um sem fim de objetos que os nossos filhos consideram imprescindíveis para a sua “sobrevivência”.

Eu sou professora, mas também sou mãe, e, em ambas as situações, não fico indiferente ao peso que os nossos alunos carregam às costas, ou aos ombros, todos os dias. É aflitivo! Por mais que discuta com a minha filha sobre a necessidade de não carregar tantas coisas, não adianta. Argumentos como “eu preciso”, “o professor mandou” ou “tenho muitas disciplinas hoje” desmotivam qualquer progenitor de uma possível repreensão. Até porque eles sabem que temos razão e nós sabemos que, por vezes, é inevitável.

Assim, achei por bem trazer este assunto para esta rubrica. Andava eu nas minhas pesquisas quando encontrei um artigo no sítio da Rádio Renascença, mesmo à medida da mensagem que queria passar. Seguem-se alguns excertos desse texto que foi publicado no referido sítio, no dia 9 de setembro último.

“(…) Em declarações à Renascença, o médico ortopedista Luís Teixeira explica que o excesso de peso das mochilas pode realçar “alterações congénitas, que já nasceram com a criança e só se vêm a manifestar mais tarde, até alterações de deformidades na coluna vertebral, na qual a mais conhecida é a escoliose”. Segundo o especialista, a carga das mochilas pode provocar outro tipo de deformidades ou patologias mais complicadas “como infeções ao nível da coluna”.

Para evitar este tipo de problema, o médico recomenda que as mochilas não excedam “10% do peso corporal, tenham dupla alça larga, bem almofadada e a base não deve ultrapassar a linha de cintura da criança”.

Luís Teixeira alerta para o excesso de tempo que os alunos passam sentados durante todo o dia: “Há que fazer uma reunião do que é a estrutura geral de organização do período escolar. As pessoas passam demasiado tempo sentadas. Desde as 8h00 até à hora de almoço, estão sentadas, almoçam sentadas e depois continuam sentadas nas aulas durante a tarde. Muitas vezes, chegam a casa e vão estudar sentadas.” O ortopedista apela ao Ministério da Educação que faça “uma alternância entre as atividades físicas, e as aulas onde os alunos estão sentados, com o objetivo de fomentar a prática do exercício físico. (…)”

A Renascença quis saber quais as principais preocupações e soluções dos pais para combater o excesso de peso das mochilas, e esteve junto a duas grandes superfícies comerciais em Lisboa.

As mochilas com rodas são para alguns pais uma solução para combater o excesso de peso das mochilas. “(…) Este tipo de mochilas não é do agrado de todos os pais. Patrícia Pereira tem duas filhas com 10 e 12 anos e nunca considerou as mochilas com rodas como “uma solução”. Ponto de vista partilhado por Ana Lourenço, que chegou a comprar uma mochila com rodas para a filha de sete anos, mas a meio do ano concluiu “que era mais difícil de transportar e mais pesada”.

Para evitar que os alunos andem carregados, há escolas que permitem que os livros fiquem na sala de aula. Marta Alves tem uma filha de oito anos e explica que articula com o professor para que a filha deixe na escola os livros de que não precisa: “Fazemos a articulação com o professor. Os livros de que precisa, traz para casa, os que não precisa ficam na escola”. Outras escolas têm cacifos ao dispor dos alunos. "A partir do 5.º ano, eles têm cacifos, pagos. Na primária, têm a possibilidade de deixar algumas coisas na escola, trazem só o básico, o que precisam no dia a dia”, refere outra mãe, Patrícia Pereira.”

Dicas do especialista:

1. Pese as mochilas dos seus filhos antes de saírem de casa. Se a carga exceder 10% do seu próprio peso, então é necessário retirar peso. Sempre que não necessários, os livros devem ficar na escola, nos cacifos.

2. Procure mochilas de duas alças e um bom suporte, em que o peso possa ser suportado uniformemente. Em último caso, use uma mala com rodas.

3. Corrija os seus filhos se a mochila estiver a ser transportada com as alças muito soltas: quando se encontra já perto do fim das costas, a pressão causada na coluna é muito elevada. Todas as mochilas devem ter as alças apertadas e justas para que não haja oscilação de peso.


Prof. Isabel Cristina

 

GALERIA DE IMAGENS