Há muito tempo que os estudos vão apontando para a enorme importância da literacia enquanto métrica global para avaliar a saúde e a competência das comunidades. Altas taxas de literacia correlacionam-se com tudo, desde melhor acesso a oportunidades económicas e a melhor nutrição e sustentabilidade ambiental, até a mais altas taxas de esperança de vida (RBE, 2022).
A Biblioteca Escolar Nelson Padrão recorda o compromisso que tem, em conjunto com todos os intervenientes do processo de ensino-aprendizagem, no fortalecimento da literacia. Se hoje é claro que literacia determina o sucesso coletivo e que, como diz Audrey Azoulay, é um direito humano fundamental, então, relativamente a ele, nós, educadores, temos um papel inalienável a desempenhar.
Desta forma, a biblioteca escolar, com o intuito de aproveitar as oportunidades oferecidas pelos Grupos Disciplinares, lança a atividade “Um livro, um desafio”, com o objetivo de promover a literacia dos nossos alunos. Assim, dois Grupos Disciplinares foram e são desafiados, a cada mês, a escolher um livro que vá ao encontro do interesse das disciplinas que lecionam e que possa suscitar interesse no nosso público-alvo.
A partida foi dada com a escolha dos Grupos Disciplinares de Ciências Matemáticas e de Línguas Românicas.
Boas leituras!
Biblioteca Escolar
Grupo Disciplinar de Línguas Românicas
Um história incrível de superação e de transformação pessoal *****
Nesta belíssima obra, Tara Westover revela-se uma mulher resiliente, que teve necessidade de se reinventar, superando, para tal, os seus traumas e as crenças que lhe foram incutidas durante a sua infância.
A sua história de vida é profundamente marcada pelo fanatismo religioso do seu pai, pela descrença deste nas instituições do Governo, nomeadamente os hospitais e a escola, e pelo abuso físico e psicológico, exercido pelo seu irmão, Shawn.
Com o passar do tempo, o seu pai foi ficando mais radical e o seu irmão, mais violento. Aos dezasseis anos, Tara decidiu educar-se a si própria, pois tinha uma enorme sede de conhecimento. Deste modo, abandonou as montanhas de Idaho, o local onde nascera, para estudar em Cambridge e Harvard.
A autora, partindo da sua própria experiência, dá corpo a uma narrativa que se centra na génese da educação e naquilo que ela poderá oferecer ao ser humano: a vontade de mudar e de adquirir um novo olhar sobre a vida e sobre o mundo, nunca deixando de acreditar na sua capacidade de lutar por um futuro que faça mais sentido.
Pel’ O Grupo Disciplinar de Línguas Românicas
Prof. Paulo Pereira
Grupo Disciplinar de Ciências Matemáticas
Pode desenhar-se matemática? Escher diz que sim…
Maurits Cornelis Escher (holandês, 1898-1972), vulgarmente referido, como M.C. Escher, é conhecido internacionalmente pelo seu trabalho de “imagens mentais", que se ligam à matemática e a vários ramos da ciência. Trata-se de desenhos de ilusões espaciais, de construções impossíveis, onde a geometria se transforma em arte ou a arte em geometria.
As obras de M.C.Escher, o artista gráfico que muitos dizem ter alma de matemático, continuam a apaixonar o mundo.
Este livro ilustrado, “Gravuras e Desenhos”, de M.C. Escher, apresenta um conjunto vasto de gravuras, trazendo uma introdução do próprio artista e, ainda, a classificação e descrição numeradas das reproduções.
O índice do livro é: Introdução; Classificação e descrição; I. Primeiras Estampas; II. Divisão regular da superfície; III. O espaço ilimitado; IV. Círculos e espirais no espaço; V. Reflexões; VI. Inversões; VII. Poliedros; VIII. Relatividades; IX. Conflito entre superfície e espaço; X. Construções impossíveis.
Vários artigos publicados sobre o ensino da matemática têm exibido os desenhos de Escher para ilustrar simetrias, rotações, translações, entre outros, mas também para explicar outros conceitos matemáticos. Através da identificação destes e de outros conteúdos, promove-se o conhecimento matemático pela relação entre a arte e a matemática.
Em síntese, o que Escher nos faz perceber é que o mundo da matemática e o mundo da arte não são tão distintos quanto possa parecer – embora, por vezes, se estabeleça uma oposição entre a arte como emoção e a matemática como razão.
Pel´O Grupo Disciplinar de Ciências Matemáticas,
Prof.ª Fernanda Belém