Falar Saúde n.º 127
Alergias alimentares – Parte II

Prof.ª Isabel Cristina
21/01/2025

Na sequência do último artigo, chegou a vez de falarmos um pouco sobre alergias alimentares e, tal como foi referido, é importante não confundir as duas, porque as intolerâncias alimentares estão relacionadas com a dificuldade do corpo em digerir certos alimentos, como a lactose, e normalmente não são fatais, enquanto as alergias alimentares podem ser perigosas.

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«Mais vale prevenir do que remediar»
(provérbio popular)

 

As alergias alimentares acontecem quando o sistema imunológico, que normalmente protege o corpo contra doenças, reage de forma exagerada (hipersensibilidade) a certos alimentos. Esta situação acontece quando o nosso organismo confunde substâncias inofensivas desses alimentos como perigosas (alergénios) e a consequente reação pode variar de leve a grave.


Os sintomas podem aparecer em poucos minutos, ou até horas, depois do consumo do alimento, e os mais comuns incluem:

 

  • comichão na pele, urticária (manchas vermelhas);

  • inchaço dos lábios, rosto, língua ou garganta;

  • dificuldade em respirar;

  • dor abdominal, vómitos ou diarreia;

  • tonturas ou desmaios.


Em casos graves de hipersensibilidade,
pode ocorrer anafilaxia, uma reação que afeta o corpo inteiro e pode ser fatal, com asfixia ou paragem cardíaca, se não for tratada rapidamente.


Embora qualquer alimento possa causar alergia, alguns são mais frequentes, tais como:

 

  • leite de vaca;

  • ovos;

  • frutos secos, como amendoins, amêndoas, nozes, castanhas e avelãs;

  • soja;

  • trigo;

  • peixes e frutos do mar.

 

Qualquer pessoa pode desenvolver uma alergia alimentar, mas elas são mais comuns nas crianças. Algumas alergias desaparecem com o tempo, como as de leite e ovos, enquanto outras, como as de amendoins e frutos do mar, persistem toda a vida.


No caso de suspeitar de que sofre de uma alergia alimentar, consulte um médico, de preferência um Alergologista. O diagnóstico é feito com base em:

 

  • histórico médico detalhado;

  • testes cutâneos (prick test);

  • análises ao sangue;

  • dieta de eliminação (retirar e reintroduzir alimentos suspeitos sob orientação médica).


A partir do momento em que temos a certeza de sermos alérgicos a algum alimento, em particular, a melhor prevenção é evitá-lo completamente. Para tal, devemos:

 

  • aprender a identificar alimentos que podem conter o(s) alergénio(s);

  • ler os rótulos dos produtos e informar restaurantes sobre a nossa condição;

  • informar os amigos, a família e a escola sobre a alergia;

  • ter um plano de emergência: trazermos sempre connosco a medicação prescrita e saber o que fazer em caso de reação.


Quanto à medicação, que deve ser prescrita por um médico, os anti-histamínicos podem tratar as reações leves, enquanto as reações mais graves (anafilaxia) exigem uma injeção imediata de adrenalina, geralmente administrada com um autoinjetor de epinefrina (como a caneta EpiPen).


Em suma, as alergias alimentares exigem cuidados, mas é possível viver com elas se estivermos devidamente informados. Identificar os alimentos perigosos, prevenir exposições e ter um plano de ação em caso de emergência são passos fundamentais para garantir a segurança e a qualidade de vida.


Se tem alguma alergia alimentar ou conhece alguém que tenha, procure acompanhamento médico para garantir uma gestão eficaz.

 

Prof.ª Isabel Cristina

 

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